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AUTOBIOGRAFIA
I

APRESENTAÇÃO

Uma vez, num artigo do Boletim de Graças, o Pe. Humberto citou um seu amigo, o Padre salesiano Eduardo Pavanetti, que dizia:

«Já há muito sabe quanto aprecio a vida e a espiritualidade da Alexandrina: pode, portanto, imaginar como me é agradável a leitura do último livro que recebi há pouco tempo. Como também me alegrei com o título «Cristo Jesus na Alexandrina». Tudo o que faz para a Alexandrina, fá-lo par a Igreja: o futuro da Alexandrina na renovação interior da Igreja há-de ser muito grande e incisivo. A Igreja, depois destas loucuras materialistas, deve voltar para a «Mística», que é a sua verdadeira vida. E a Alexandrina há-de dizer uma palavra muito forte e universal.»

Estamos em crer que este alvitre é plenamente justificado, porque a Alexandrina é uma figura excepcional. Veja-se o retrato que o mesmo Pe. Humberto sobre ela escreveu:

«Ao ser interrogado frequentemente acerca da Alexandrina, eu costumo afirmar:

Na minha já não breve vida sacerdotal abeirei-me de muita gente, de todas as categorias, mas nunca encontrei nenhuma (inclusive sacerdotes e religiosos) tão humana e espiritualmente perfeita, sob todos os aspectos, como a Alexandrina. Nunca!”

Recordando os frequentes contactos que tive com aquela alma de escol, iluminando-os com os conhecimentos ascéticos que as leituras espirituais da minha vida sacerdotal me fornecem diariamente, não consigo descobrir nela a mais pequena sombra de imperfeição. Antes pelo contrário, descubro cada vez melhor a beleza, o requinte e o heroísmo da virtude da Alexandrina. Sinto-me cada vez mais levado a admirar a maravilhosa acção da graça de Deus naquela alma.

Se eu tivesse de apontar a virtude em que ela mais se distinguiu, não saberia fazê-lo, porque não houve uma que brilhasse nela mais do que as outras: foi excelente em todas, numa harmonia perfeita. Mesmo naquelas que exteriormente foram mais provadas: por ex. na obediência à Autoridade eclesiástica e aos seus directores; na paciência posta tão rudemente aprova quer pela doença, quer pelas pessoas que a visitavam de maneira importuna; na caridade para com o próximo, sobretudo com os que lhe causavam gravíssimos desgostos.

A sua personalidade verdadeiramente gigante era escorada por um espírito de humildade muito convicta e evidente que aflorava dos seus lábios e mais ainda das suas atitudes interiores, como facilmente se pode deduzir da leitura atenta dos seu diários: por um total desapego da sua vontade, sempre ansiosa em buscar e cumprir a vontade de Deus à custa da renúncia total dos seus desejos e gostos pessoais.

Era verdadeiramente uma criatura consagrada de uma forma total ao seu Deus, em espírito de imolação, para reparar as ofensas que lhe são continuamente dirigidas, e para salvar-lhe almas, todas as almas. Uma tal consagração não se explica sem um grau eminente de amor de Deus: amor insaciável, ardoroso, avassalador. Não saberia melhor definir esse amor do que aplicando-lhe o adjectivo «seráfico», no sentido mais completo da palavra.

Não encontro paralelo desse amor a não ser na vida dos grandes amantes de Deus, reconhecidos pela Autoridade da Igreja.

Mais ainda que os factos, que podiam causar impressão, foram estas virtudes sólidas e excepcionais que me ligaram à Alexandrina: foi delas que me ocupei e preocupei tomando, no devido tempo, a sua defesa à custa de muitas amarguras.

Foi igualmente o mesmo motivo que me levou a exigir que ditasse os seus sentimentos de alma, sem os quais teriam ficado ignoradas as suas riquezas espirituais nos seus aspectos mais íntimos e, portanto, mais preciosos.

Turim (Itália), 2 de Julho de 1965.

In fide (em fé).

Pe. Humberto M. Pasquale»

 

A seu modo, as seguintes palavras de Jesus, do último dia em que a Alexandrina pôde ditar os Sentimentos da Alma (2/9/55), confirmam quanto disse o Pe. Humberto:

 

Numa angústia lancinante (eu, Alexandrina) repeti os meus actos de fé:

“Creio, Jesus, creio que foi para mim o vosso nascimento, a vossa morte, o vosso calvário.

Creio, Jesus, creio!”[1]

Os meus abismos são tão negros e profundos que só um Deus podia penetrar neles.

Foi assim que Jesus fez.

Desceu à minha profundeza, trouxe à superfície

e iluminou o meu pobre ser com uns raiozinhos da sua luz:

“Vem cá, minha filha, luz e farol do mundo!

Tu que és treva inigualável, és luz que brilha, farol que tudo ilumina.

A treva é para ti, a luz é para as almas.

Vem cá, luz de quem Eu sou luz, farol de quem Eu sou farol!

Não posso Eu fazer-te brilhar com o Meu brilho?

Não posso Eu fazer que sejas farol como Eu sou farol?”

 

O Pe. Humberto, ou os seus amigos Salesianos, abriram a Autobiografia da Beata Alexandrina com esta observação:

 

A Autobiografia, redigida por ordem do Padre Mariano Pinho, S. J., foi ditada por Alexandrina, aos poucos, a D. Maria da Conceição Leite Reis Proença, professora de Balasar. Em apêndice, recolhem-se outros pormenores apontados pelo Padre Humberto Maria Pasquale e Padre Ismael de Matos, salesianos, em conversa adrede tida com a Alexandrina.

 

Este livro é assim a primeira obra de fôlego que a autora ditou. E não é uma obra qualquer, é antes o átrio que dá acesso às restantes. Há nela páginas notáveis, que nos introduzem no âmago das experiências místicas que a Alexandrina viveu. De facto, ao tempo em que a ditou, estava-se no início dos anos quarenta, quando ocorreu a consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, quando o Pe. Terças fez a sua publicação, quando o Pe. Mariano Pinho teve de abandonar a sua direcção espiritual, quando, deixando de viver visivelmente o fenómeno da Paixão, já passara a vivê-lo apenas na intimidade, etc. Numa palavra, ela percorrera já grande parte da sua caminhada mística.

Repare-se que a autora não menciona muitas coisas que com ela se passaram. O exemplo mais significativo é o de calar o papel que teve na consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria.

Oxalá que os amigos e admiradores da Alexandrina possam, com esta cópia digitalizada e ilustrada da Autobiografia, tornar ainda mais arraigada a devoção que já lhe dedicam.

 

 José Ferreira


[1] Como a S. Teresinha, também à Alexandrina, na sua «última, tremenda fase» (como lhe chamou Jesus) a assaltaram angustiantes dúvidas contra a fé. Em 10/06/55, pedia-lhe o Divino Mestre: «Repete o teu “creio” sem fé; diz-me que me amas, sem amar. Não são os sentimentos de fé e as consolações que me consolam; mas esta luta constante na maior dor».

 

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