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SENTIMENTOS DA ALMA
15 de Agosto e 8 de Setembro de 1944

15 de Agosto

Depois de meia hora de alívio concedido no dia 12, voltei para o meu estado de amargura. Chegou o dia da Mãezinha e,ao recordar o dia que era... e a alegria que havia no Céu, parecia-me não resistir às dores desta terra. Veio o momento da Comunhão. Poucos minutos depois de ter recebido Jesus, senti como que um assalto dentro de mim. Pareceu-me que foi Jesus, como se fosse um ladrão, a entrar e a sair logo levando consigo esse pouco de vida que dá vida à minha dor. Senti-me morta mas continuei a sofrer mais por sentir-me sem esse pouco de vida que era a vida da minha dor. Senti que me faltava tudo e, como que separada, cortada ao meio, ficando aqui o meu cadáver e, lá no alto, no Céu, aquele roubo que era a parte de mim mesma. Esta parte estava mergulhada no gozo completo, menos o da vista de Deus, sem dar, porém, à parte que ficou na terra, alívio nenhum, pelo contrário, esmagando-a num abismo de dor sem fim.

Passei o dia todo numa ânsia dolorosa de possuir outra vez aquela parte de mim que me pertencia e sem a qual eu era cadáver. Foi um dia que me pareceu não ter fim: passei-o num brado contínuo a Jesus e à Mãezinha e a perguntar-me : “Ó meu Deus, sem vida, como posso viver?”

Na tarde desse dia, ouvi novamente as harmonias do dia 12 e foi como que um calmante ao meu sofrimento, sem o qual me parece não teria aqui resistido muitas horas.

À noite, não me lembro a hora, foi-me restituído o roubo, dei-me conta disso por me sentir reviver.

8 de Setembro

Continuo a sofrer dolorosa e amargamente; mal sei explicar.

Não cabem em mim as ânsias que tenho que o meu Pai espiritual venha a tomar de novo a direcção espiritual da minha alma. Não sei porque tenho juntamente um susto, um medo dele.

Oh, meu Deus, que tormento tão doloroso! Vai desaparecendo a vida da minha dor sem que ele me seja dado. O mesmo se dá com o médico, a quem tanto devo: ansiosa de o ver sempre junto de mim, mas sempre assustada tanto dele como das pessoas que tanto amo. Sinto-me sozinha, completamente sozinha; para mim não há amigos na terra.

A tempestade continua, são estes os sentimentos da minha alma. E eu, sozinha, ó meu Deus, só Vós podeis valer-me. Mas, ai, pobre de mim, parece-me que mesmo Vós me abandonastes! O meu brado de socorro não corre aos ouvidos de pessoa alguma. O que mais virá, meu Deus?

Lanço os olhos pela janela do meu quarto... Estava de nuvens. Fitei nelas os meus olhares. Admirava a grandeza do Criador. Rasgaram-se essas nuvens e entre elas o azul do Céu. Não pude resistir a tanta saudade. Queria voar para lá, mas que distância entre mim e o firmamento! Chorei, chorei muitas lágrimas. Recordava então: se não fosse por Vós, ó Jesus, e pelas almas, não me sujeitaria aos juízos dos homens. Preferia antes gozar o mundo. Estes pensamentos infundiam em mim mais desejos ainda de amar a Jesus e de o possuir e de me dar toda a Ele e às almas.

Aproximavam-se os dias em que eu ficaria sem receber a Jesus. Meu Deus, como hei-de passar sem Vós? Ó Jesus, ó Mãezinha, valei-me, valei-me! Não posso viver sem Jesus.

Jesus velou, a Mãezinha compadeceu-se da minha dor.

— Sem me deixar um só dia sem O receber, enviou para junto de mim um Reverendo Padre Salesiano (Humberto Pasquale) que por uns dias se esforçou por iluminar e sossegar a minha alma. Compreendi que era compreendida por ele; isso, apesar do meu grande sofrimento, dava-me coragem e conforto. Depois de ele me ouvir de confissão, senti uma alegria e suavidade na minha alma e, esforçada não sei por quê, cantei cânticos a Jesus e à Mãezinha, voltando depois às minhas ânsias, às mesmas dores, ao mesmo martírio. Além deste, tive, nestes dias, outros dois breves alívios trazidos em tempos diferentes à minha alma por toques e harmonias do Céu. De ontem para hoje, custou-me imenso a noite. Nunca ela passava, nunca chegava o dia. Estava aterradíssima, assustadíssima com tudo e com todos. Senti a certa altura que o mar caiu sobre mim ficando eu abrigada entre ele e a terra. Ao receber o meu Jesus, fiquei na mesma secura, nas mesmas trevas, apenas mais uma nova união das almas. Mas, em tanto desfalecimento, sem coragem de levantar os olhos para a Mãezinha para dizer a Jesus que O amo. Os parabéns que mandei para a Mãezinha pareciam não ser meus, assim como parecem não ser meus os meus sofrimentos.

Setembro (sem data)

Como Jesus tinha prometido, sem marcar nem dia nem hora, achei-me na noite do dia... diante de uma multidão enorme de gente – homens e mulheres de idade diferente. Sentia, não sei como, que na multidão havia sacerdotes. A certa altura abriu-se a multidão ficando visível no espaço de duas alas um sacerdote que conheci, porque já passou em minha casa. A sua presença assustou-me, mas muito, e exclamei comigo mesma: “Eu conheço-te !” — e depois desapareceu.

Após uns dias em que eu não alcancei o significado desta visão, apareceu-me Jesus. Foi de noite. Nunca mais esquecerei a forma sob a qual Ele me visitou então. Vinha como um mendigo. A minha alma sentia-o tiritar de frio, todo molhado, esfarrapadinho,  a pedir-me para eu O deixar esconder no meu coração para aí desabafar comigo.

— Minha filha, aquele número de almas que te mostrei, entre as quais era um sacerdote, são as que estão com mais risco de se perderem. Que horror, minha filha, que crimes eles cometem!

Fazendo-me sentir a malícia com que pecavam, sobretudo na impureza... E dizia-me depois que eles praticavam o crime de matarem os filhos inocentes. E continuava:

— Matam a vida das minhas almas!

Ofereci-me a Nosso Senhor por todos até que consegui que Ele me prometesse o Céu para aquele que eu tinha conhecido e para mais alguns que, por mais de uma vez, já foram por Deus ameaçados com o inferno.

Nesta tarde, Jesus prometeu-me seus alívios. Levantei-me, pelas cinco horas, da minha cruz, tendo desaparecido todas as dores. Vesti-me sozinha e fui dar um passeio até à sala e, da janela querida, fiz uma visita ao meu Jesus do sacrário. Depois de uma hora, acometida pelas dores de costume, voltei à cama. À noite foi-me concedido outro prazo em que estive sentada na borda da cama. Aproveitei-o para cantar louvores ao meu Jesus e à Mãezinha, até que arrebatada, abraçada a Ela, senti-me outra vez presa à minha cruz.

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