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SENTIMENTOS DA ALMA
Fevereiro - 13 e 29 de Maio - 16 e 25 de Junho e 3 de Julho de 1944

Fevereiro

Senti a minha alma desprender-se da terra e subir mais alto, ficando a vivificar o meu corpo, que ficou cá em baixo, como que uma corrente eléctrica que servia de união entre os dois. Este desprendimento custou imenso ao meu corpo, cujosolhos se fitavam em Jesus crucificado para alívios das suas dores. No entanto, à minha alma sentiu-se no regaço da Mãezinha, sustentando comigo o seu divino Filho morto.

Este facto deu luz à minha inteligência, dando-me a conhecer que o que Jesus me prometera a 15 de Agosto de 1943 ter-se-ia realizado não na forma que eu julgava mais natural, isto é, que eu teria ido para sempre para o Céu, mas que iria para voltar.

Esta luz não foi impressão de um momento, mas sim uma nova transformação que se operou em mim e que me obrigou a dizer que certamente não teria morrido, mas que Jesus referia-se com certeza a este novo estado da alma.

Convenci-me de tal forma que nunca mais pensei dar-se, no dia marcado por Jesus, a morte real. 

13 de Maio

Nova transformação na minha alma. Morreu por completo aquele pequenino sopro de vida. Já não sinto aquela respiração que de longe a longe sentira. Vive em mim a dor e essa de toda a qualidade e espécie. Morri, morri para o mundo e para as criaturas. Tudo baixou ao túmulo para ficar para sempre sepultado.

Meu Deus, que horror! Já não vivo, só vive a minha dor amada, só vive o meu inexplicável martírio. Poderá ele, sem a minha vida, dar a vida às almas? Poderei ser ainda útil à humanidade? Ó Jesus, ó Jesus, posso assim amar-Vos e consolar o Vosso santíssimo Coração?

Pobre de mim! Depois do ódio e do abandono, depois do esquecimento, do desprezo, baixei à minha sepultura, já vivo na eternidade e sem que me désseis o meu Paizinho e sem ter de novo aqui a Santa Missa. Nunca mais, meu Jesus; nunca mais posso ter alegria, a não ser com os olhos em Vós. Podem de novo dar-me tudo o que me roubaram, sinto que para mim tudo é morte e que já é tarde para me ser restituído aquilo que eu mais amava e estimava depois de Vós, ó meu Jesus. Ai a Santa Missa! O meu director espiritual! E tudo mais, meu Jesus, tudo mais! Que horror! Como resistir a tanto? Não fui eu, meu Amado, fostes Vós em mim, foi o Vosso Amor. Obrigada, meu Jesus! Continuai a dispensar-me, dai-me força.

A minha eternidade não tem luz: é uma eternidade que não Vos ama, que não Vos louva, que não Vos vê, que não Vos goza. Tremenda eternidade. Não ver a Jesus é uma eternidade de morte.

Só a dor triunfa sobre a morte. É o que vivo na eternidade que eu sinto. Seja qual for o estado da minha alma, Jesus, apressai-Vos, cumpri as Vossas santas promessas. Eu espero, eu espero, confiada por Vosso amor. Dai, Jesus, dai a vida às almas com a minha morte, com a minha eternidade. Dai-lhes a Vossa eternidade; dai-lhes o Céu, o Céu, ó Jesus. 

29 de Maio

Estava em grande aflição e, depois de receber a Jesus, desabafava com Ele mas sem contar obter resposta. Mas Ele, bom como sempre, dignou-se aliviar-me:

— Diz, minha filha, à tua irmãzinha que estou a ver até que ponto chega a confiança dela em Mim. Ela desempenha junto do teu Calvário o papel que, junto do meu, desempenhou minha Bendita Mãe. Diz-lhe que muito espero dela. Se assim não fosse, não a associava tanto ao teu martírio.

E, referindo-se a quem tanto nos fazia sofrer, disse:

— Vá, tende coragem. Satanás está raivoso, estende sobre Vós as suas garras infernais. Confia, ele não vence. Ela é uma insensata: usou para Vós com a maior das ingratidões, mas perdoai-lhe de todo o vosso coração, assim como Eu lhe perdoo. Se soubesse quanto sofro! Recebe-me friamente, por hábito, por rotina. Que mágoa para o Meu divino Coração! 

16 de Junho

Foi no dia 16, festa do Sagrado Coração de Jesus. Não posso esquecer: Jesus, repetidas vezes, tinha confirmado o que me tinha dito e prometido no princípio da minha crucifixão, que era um prémio de eu me deixar crucificar, que estavam as portas do Inferno fechadas desde o meio-dia da sexta [-feira] até à meia-noite do domingo, da meia-noite de sol. Quando o meu Jesus deu por terminada a minha crucifixão, ou antes, quando mudou a forma de me crucificar, eu continuei a lembrar a Nosso Senhor em todas as sextas-feiras, à hora de costume, que continuasse a ter fechadas as portas do Inferno, porque me julgava com o mesmo direito. Pois fostes Vós que me negastes a crucifixão, e não fui eu a negá-la, disse eu. Veio Nosso Senhor, pegou em mim e colocando-me nos braços da Mãezinha, disse-me :

— Minha filha, minha filha, vem descansar e tomar conforto nos braços de tua Mãezinha. És acariciada e acalentada por Jesus e por Maria.

Sentia então as carícias de Um e de Outra.

— És embalada pelos Anjos.

Vou dizer-te, minha filha, os dias que tens mais à tua conta para estar o inferno fechado. Dou-te a quinta-feira de tarde em honra da minha Eucaristia e pelo amor que tens a Ela e pelo que Me levou a ficar preso aí, passando assim à sexta-feira de manhã. Dou-te a quarta-feira de manhã em honra do meu querido pai São José, a quem tu tanto amas. Ó minha filha, quanto eu desejo vê-lo amado! Olha, minha filha, quero, exijo que digas que quem tiver a ele devoção firme e constante não Me ofende gravemente a ponto de se perder.

Pedi mais a Nosso Senhor que me desse duas horas da segunda-feira e da terça-feira: não escolho horas, Jesus, mas quero que sejam aquelas que mais almas tiverem que cair no inferno.

— Sim, meu encanto, dou-te tudo, pelo amor com que te deixas crucificar. 

25 de Junho

Foi ao cair da tarde, já o sol estava quase a estender-se na noite, mas para mim não tinha havido sol nem dia: tudo era noite. O desânimo, o abatimento, a luta constante que sentia na minha alma eram quase insuportáveis. Meu Deus, antes o inferno do que perder-Vos! Que hei-de fazer a isto? Jesus, Mãezinha, valei-me, não me deixeis cair.

Ó meu Deus, ó meu Deus, o Céu parece não existir. Continua a luta e o tormento das dúvidas e de nada vale o meu brado pelos Santos. Confio, Jesus, confio, Mãezinha, mas o tempo passa, para mim não há socorro, sinto abandono da terra e do Céu. Jesus, Jesus, pobre de mim! Não quero enganar-me nem enganar ninguém.

Nova prova de amor de Jesus: veio Ele levantar-me do abismo das trevas e da morte. Toma-me em seus divinos braços, inclina-me ao seu divino lado, dá-me a beber o seu Sangue do seu divino Coração. Que maravilha! Que bondade infinita! Sentia o Sangue do Coração de Jesus passar para mim com toda a abundância. E Jesus, cheio de doçura, ia dizendo-me:

— Coragem, minha filha, toma conforto. O meu divino Sangue, a minha Carne são o teu alimento e a tua vida.

Jesus encheu-me, ressuscitou-me: raiou o dia, brilhou o sol e aqueceu-me com os seus raios. Já o mundo nada podia contra mim. Oh, como é bom Jesus, e que ingrata sou eu para com Ele! 

3 de Julho

Não sei se devido ao meu sofrimento, fiquei em grande prostração e quase como que esquecida que O [Jesus] tinha recebido. Ó meu Deus, que estado o da minha alma!

De repente, vi Jesus à minha frente, pregado na cruz, e logo desapareceu. Se morta me sentia, morta continuei : a vida parecia não existir para mim. Passaram-se uns momentos.

De novo veio o meu Amado, mas desta vez cheio de encantos. É o Coração Santíssimo de Jesus. O seu divino Rosto era tão belo ! Tudo era brilho, tudo era luz ! Aproximou-se de mim e segredou-me ao mesmo tempo que me entregava o seu divino Coração com uma grande chaga da qual saía uma enorme chama doirada que podia incendiar e queimar todo o mundo :

— Guarda, minha filha, em ti o meu divino Coração para que os pecadores não possam mais feri-lo.

Não sei como o Coração do meu Jesus infundiu-se em mim. Perde-se em mim e eu nele. Oh, como é grande o amor de Jesus!... Que transformação a da minha alma! Já tinha vida, coragem e força para caminhar.

Ó sofrimento, como és doce quando és levado por amor de Jesus. Mas ai, quanto custa querer consolar e não poder, guardar o seu divino Coração para satisfazer os seus santíssimos desejos e não saber como. Pobre Jesus, a quem entregais o Vosso Coração para guardar?! Aonde, Jesus, o poderei esconder para não ser mais ferido? Eu sou miséria e podridão. Transformai-me, purificai-me e depois entrai em mim. Amo-Vos e sou Vossa.

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