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SENTIMENTOS DA ALMA
de 8 de Dezembro de 1944

8 de Dezembro – Sexta-feira

Longe de raiar o dia — dia que para mim não raiou — principiei a fazer as minhas orações e a preparar-me para a visita do meu Jesus. Não podia rezar, cheia de pavor, sobrecarregada de vergonha, dor e humilhações. Era levada de casa em casa, de rua em rua; sofria no mais íntimo da minha alma. Chorava para dentro, para dentro suspirava. Os meus lábios não podiam ter uma palavra de queixume. Esmagava-me o peso das humilhações.

Meu Deus, que dor tão íntima e tão profunda! Era uma dor sem fim. Não era capaz de ver onde ela podia parar.

Jesus, como poderei suportar tão grande martírio? Se me faltais, não resisto, morro, morro depressa.

Com esta dor não pude ter um momento de alegria, nem podia lembrar-me que era o dia da Mãezinha, dia tão predilecto para mim, dia da Imaculada Conceição. Nem ao menos podia respirar.

Jesus, pobre de mim, não posso estar aqui!

Veio Jesus. Aqueceu-me logo com o calor do seu Amor divino; acariciou-me e disse-me:

— A tua dor, minha filha, é dor de salvação. Esse mar imenso de sangue que continuamente derramas do teu coração é onde são mergulhados os pecadores. É nesse sangue da tua dor que eles são purificados, é sangue da nova redenção. Tu és a segunda arca de Noé. Em ti guardo os pecadores; em ti, como nessa arca, guardo tudo para a vida de novo mundo. A tua dor, a tua imolação é dor e imolação de vida mais para as almas do que para os corpos. Coragem, filhinha, nada temas!

A chuva que sobre a nova arca cai não é condenação, é de salvação. É chuva de humilhações, desprezos e sacrifícios. A arca não tem perigo, navega nas alturas. Uma vez que baixem as águas da perseguição, verá o mundo a riqueza que continha, que era de salvação.

Filhinha, amada querida, Eu não estou sozinho, está comigo minha bendita Mãe. Escuta o que ela te diz.

Jesus à esquerda, a Mãezinha, à direita, tomou-me para o seu regaço, apertou-me fortemente contra o seu santíssimo Coração, cobriu-me de carícias e disse-me:

— Minha filha, venho com meu divino Filho fazer-te a entrega da humanidade e fechá-la em teu coração; ficam as chaves na posse do teu Jesus e da tua querida Mãezinha. Dei-te o meu santíssimo Manto e a minha coroa de Rainha; foste escolhida por Mim. És rainha dos pecadores, és rainha do mundo, escolhida por Jesus e Maria.

Hoje, dia da minha Imaculada Conceição, fazemos-te a entrega do teu reinado; principia desde hoje, é teu: governa-o, guarda-o. Guarda-o na terra assim como o guardarás e governarás depois no Céu.

Escolhi este dia que em minha honra é guardado para que em união comigo seja festejado o dia em que te foi entregue o reinado da humanidade.

Quando o mundo disto tiver conhecimento, comigo serás louvada.

Senti como se me abrissem o peito e dentro o coração; foi aberto por Jesus e pela Mãezinha. Depois de depositarem nele alguma coisa, fecharam-no novamente. Fechou-o à chave a Mãezinha e depois Jesus. Bafejaram-no e acalentaram-no docemente.

Depois fiquei entre Jesus e a Mãezinha como no meio de uma prensa. De tanto que me estreitavam entre os seus corações divinos, parecia-me não poder resistir a tanto amor, ir morrer naquelas chamas divinas. Uma vez a Mãezinha, outra vez Jesus, uniam seus lábios aos meus, bafejam-me e davam-me a sua vida divina. E a Mãezinha continuou:

— Filhinha amada, querida do meu Jesus, recebe a vida de que vives, recebe a vida do Céu, recebe-a e dá-as às almas.

E continuou Jesus:

— Minha pomba bela, branco lírio, pura açucena, estrela cintilante que cintilarás noite e dia para luz e guia dos pecadores, para luz e guia de quantos me quiserem seguir e amar com o amor mais puro e mais forte.

Coragem filhinha, coragem, amada, não temas a guerra do mundo! Espera-te o Céu para te abraçar, espera-te o Céu para nele guardar o maior tesouro que tenho na terra. És de Jesus, és da Mãezinha. Espera-te toda a corte celeste.

 

Ó Conceição pura, ó Mãe de Jesus,
Guarda o meu corpo cravado na Cruz,
Cravado na Cruz, à Cruz abraçado.
Guarda-o, Mãezinha, ó Conceição pura,
Mãe do meu Esposo amado!

 

Recebi novas carícias de Jesus e da Mãezinha, fiz-Lhe a entrega de mim mesma e de todos os que me são queridos e por fim do mundo inteiro, incluindo também os que mais me fazem sofrer.

— Mãezinha, faço-Vos eu entrega da humanidade, guardai-a que é Vossa, salvai-a, só Vós podeis. Envergonho-me por ter recebido de Vós a entrega do mundo. Que pode esta miséria sem a Vossa protecção?

Ó Jesus, ó Mãezinha, a Vós me entrego como o soldado que quer combater e defender o Vosso reinado. Quero lutar, quero obedecer: mandai. Eu com a Vossa graça tudo cumprirei, serei forte. Com a graça e força do Alto será salvo o mundo.

Desprendi-me de Jesus e da Mãezinha com grande custo. Unida a Eles, vencia o mundo, nada temia. Agora tudo temo, nada posso.

Ai, que saudades tenho do Céu. Quando irei para lá?

9 de Dezembro

Na manhãzinha de hoje não podia fazer as minhas orações nem preparar-me como devia para receber o meu Jesus. É indizível a minha dor. As lágrimas por vezes tentaram deslizarem-me nas faces. Parava de orar e dizia:

— Ó meu Deus, ó meu Deus! A alma rasgava-se como um trapo velho, fio por fio, esmigalhava-se, derretia-se. Jesus, como hei-de viver assim?

Veio a hora de comungar. Nem a visita de Jesus me deu alívio nem alegria; fiquei no mesmo estado de alma. Dei-Lhe graças o melhor que me foi possível.

Pus-me depois a ler a correspondência que me entregaram. A segunda carta que li fez brilhar uns raiozinhos de luz na minha alma. Levantou-se de mim o peso esmagador que despedaçava todo o meu ser. Sem faltar à santa obediência, já o Sr. P. Humberto podia escrever-me para assim aliviar um pouco a minha dor e dar-me luz no meio de tantas trevas.

Sem saber como, a um impulso de amor, pude ajoelhar-me na minha cama, levantar as mãos, rezar o Magnificat, coisa que costume rezar sempre quando recebo miminhos de Jesus, quer venham ferir-me, quer suavizar o meu sofrer.

Entoei louvores a Jesus Sacramentado e ao seu santíssimo Coração testemunhando-Lhe a minha confiança n’Ele assim como à Mãezinha, a Quem com minha irmã e primas entoei um cântico de amor.

Depois dum muito obrigada ao Céu, caí sobre a minha cama, ficando logo na minha tão amada cruz. A minha alegria logo morreu.

Eu não costumo entregar-me a ela, aceito tudo como Jesus quer, mas se me entregasse à alegria, bem pouco tempo me alegrava. Depressa nasce, depressa morre. Até os êxtases com o meu Jesus morrem, como se por mim não passassem.

Passei o resto do dia mergulhada no sofrimento, a sentir na minha alma a grande humilhação que os Rev.mos Senhores Padres Salesianos passaram por minha causa. Coitadinhos, por fazerem bem e aliviarem uma pobre alma, sofrem também.

Oh, como é doce o sofrimento levado por amor de Jesus e das almas! Ofereci a Jesus e à Mãezinha a consolação que eu podia sentir com esta boa nova. Disse-lhes que era para os seus santíssimos Corações a consolação que eu devia sentir assim como a alegria.

Tirai, Jesus, de tudo isto proveito para as almas. São elas e o Vosso amor o único fim da minha vida.

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