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SENTIMENTOS DA ALMA
de 24 a 25 de Dezembro de 1944

24 de Dezembro de 1944

Será possível com este cansaço, com este sofrimento demorar neste exílio muito tempo ? Meu Deus, se assim o quereis, a tudo resisto. O meu cansaço é de sofrer, é de querer abraçar o mundo, apertá-lo num abraço eterno. Queria vê-lo todo num hino de louvor a Jesus, num só fogo de Amor divino. Não sei mais o que hei-de desejar, não sei onde esconder-me com ele. Queria voar para o Céu e comigo levar o mundo, todo o mundo, não deixar aqui criatura alguma mas não sei o que é : quero subir com ele e uma força invencível, ou que me parece invencível, arrasta-me para baixo, tenta roubar-mo. Ó meu Jesus, que contas Vos darei eu do tesouro que me entregastes ? Nestas ânsias dolorosas, mas de querer purificar-me e purificar o mundo, de amar o meu Jesus e fazer que todo o mundo o amasse, sem saber como consegui-lo para mim, quanto mais para a humanidade inteira, principiei a chorar ; chorei lágrimas amargas, lágrimas que só o Céu as via. Ofereci de novo o meu coração a Jesus, pedi-lhe que viesse nascer a ele. Enquanto isto se passava, eu não via, mas a minha alma sentia que o demónio bailava à minha volta. De longe a longe ouvia alguma palavra feia das dele. Apavorisei-me. Vinha vindo a noite ; para a minha alma não tinha havido dia. Enquanto que o demónio ao longe me ameaçava e o medo mais se aproximava de mim com receio que ele viesse fazer das dele, ouvi Jesus muito no íntimo do meu coração.

— “Minha filha, não temas, tu não pecas, Eu não te deixo pecar ; dá-me esta reparação, dá-me esta consolação que só de ti posso receber. Combate com Satanás. Repara-me pelos crimes que na noite que se aproxima vão praticar. Noite que devia ser tão santa e sou nela tão ofendido ! Oh ! quanta inocência perdida !”

Jesus dizia-me isto com muita dor e mágua. Deixei de O ouvir ; senti-me mais forte. Passaram-se alguns minutos, não sei quantos, principiei a ouvir o demónio com sua voz infernal a convidar todos os seus camaradas para virem pecar comigo. Senti que eles obedeceram, vieram todos desempenhar o seu papel. Pensei bem na morte. O coração não tinha força para mais ; só por Nosso Senhor não morri. Custou-me muito os nomes e palavras vergonhosas que ele me disse, mas sobretudo o que me causou maior dor, foi o receio de pecar e as blasfémias que ele disse contra Jesus e acusá-Lo como criminoso ; isso é que eu não podia ouvir. Até tinha medo de ele dizer tais coisas do meu Criador. Se não fosse o amor do meu Jesus e o amor às almas; dizia-lhe um não. Sofrer, está bem, mas ver que Jesus ao eu combater com o demónio também ouve dele coisas aterradoras. Oh ! quanto me custa ! Ai, a quanto se sujeitou Jesus por meu amor e por todas as almas !

25 de Dezembro de 1944

Os dias de festa são sempre para mim de profunda tristeza. Esforço-me sempre para consolação dos que me rodeiam mostrando-me alegre : a minha alegria é fingida. Fito Jesus, a Mãezinha, elevo o meu pensamento ao Céu e por amor aceito a dor. É por amor que a tristeza para mim é alegria. Não olhando a terra, firmo no Céu, só no Céu, os espinhos são rosas, a dor é doçura. À meia noite do dia de natal, não falando da noite que me ia na alma, dores agudíssimas pareciam retalhar-me todo o corpo. Não chorava, mas gemia ; só Jesus sabe quanto eu sofria. Principiei a ouvir fogo e repique de sinos. Pedi que me trouxessem imas imagensinhas do Menino Jesus. Colocadas sobre o meu peito queria aquecê-las. O calor que lhe dei não era o que eu queria dar-lhes ; queria queimá-las com fogo de amor. Queria dizer-lhes muitas coisas e não sabia. Estreitei-as ao meu peito docemente e continuei os meus gemidos. — Estou certa que Jesus os aceitou e não ficou triste. Ninguém como Ele via quanto eu sofria ; ninguém como Ele sabe que mesmo gemendo é por amor que gemo e quando mais não posso. Não sei os minutos que se passaram, o que sei é que passei a outra vida e ouvi Jesus no meu coração.

— “Nasci no presépio do teu coração, minha filha. É o Esposo que vem à sua esposa, é o Rei que vem à sua rainha. Sou Rei do Céu e da terra. Como estou bem aqui, ó rainha do amor. O presépio que Me dás não é áspero como o de Belém, é fofo com as tuas virtudes. No te presépio não sinto os rigores do frio ; sou aquecido com o amor mais puro e abrasado. Tu és a minha estrela, estrela que guias o mundo como outrora guiou os Reims Magos no caminho de Belém. Diz, minha filha a todos os que cuidam de ti, aos que te são queridos, amam e rodeiam que lhes dou abundância das minhas graças, um enchente do meu divino Amor, um lugar reservado em meu divino Coração com a promessa do Céu”.

Não vi o Menino Jesus, mas enquanto que Ele me falou estava junto a mim uma grande palmeira de Anjos, centos ou milhares de Anjos, muitos deles com seus instrumentos desciam do alto e rodeavam-me. Tinha graça a pressa com que desciam. No meio deles estava uma grande escada ; de todos os degraus desciam para mim numerosos raios dourados. Eram como setas a penetrarem no meu peito e Jesus dizia-me :

— “São as tuas virtudes, são raios de amor divino. Recebe, é a tua vida”.

Aqueles raios fortaleceram-me, davam amais luz do que o sol mais brilhante. Vi tudo claramente. Não sei o tempo, mas foi demorada esta visão. Desprendi-me a custo, ia como os que caminham e olham para traz, dando a conhecer que querem alguma coisa. Eu desejava voltar ao mesmo. Não voltei à visão, mas voltei à dor.

Veio o dia ; dia sem luz e vida sem vida. Sempre a querer guardar com toda a segurança o mundo dentro em mim continuei a minha alegria fingida. Todos os mimos que recebi e carinhos de pessoas de tanta estima passavam como se não fossem para mim. Ao terminar o dia disse para mim : “Onde passei este dia ? Parece-me que estive morta para Jesus e para todos quantos me rodeiam. Vivi mas não senti a vida. Sofri, mas não foi minha a dor. Não vivi para Jesus, não senti que O amava.”

Não sei dizer melhor e nada digo do que me vai na alma. Ó minha triste vida tão mal compreendida !

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