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SENTIMENTOS DA ALMA
2 de Dezembro de 1944

Primeiro sábado

Noite de dor, noite de tristeza e trevas. Veio o demónio desempenhar o seu papel infernal. A luta mais violenta durou nada menos duma hora. Apareceu-me em forma de serpente medonha; era da grossura de qualquer uma pessoa, coberta de escama, comprida e feia. Enrolava-se de tal forma que parecia um monte delas e não uma só. Cheguei a assustar-me. Com as suas palavras feias, gestos maus, calcava aos pés as cabeças das pessoas com quem ele diz que eu peco. Fingia esmagar tudo.

—  Estás condenada ao inferno. Diz que queres o prazer, diz que queres pecar. Ou desistes da tua oferta de vítima ou te esmago esse corpo e engulo-te como se fosse um leão.

E fazia tentativas para me chegar a engolir. Nos momentos mais aflitivos foi que eu recorri ao Céu; atormentada com o susto de pecar, chamei por Jesus aflitivamente.

O que se passou, só em confissão o direi.

Como Jesus vela e ampara quem não quer ofendê-lo!

Fiquei libertada, apesar das ameaças serem do combate durar toda a noite. Não sei se foi Jesus que o mandou retirar ou se foi ele que assim o quis. Eu ouvia a afirmação que era eu que não queria por já estar cansada.

 Apesar da noite estar luminosa, eu fiquei na maior escuridão e num tristeza de morte. Uma palavra ou outra a desabafar com o meu Jesus e com a Mãezinha querida; pouco podia dizer-Lhes, a vergonha não me deixava.

Meu Deus, como posso eu amar-Vos e consolar-Vos desta forma? Ó Mãezinha, ao primeiro sábado, que comunhão a minha! Passou-me pela ideia pedir a Jesus que não me falasse.

Que horror, que timidez eu tenho aos êxtases. Tive medo de com estes pensamentos desgostar o meu Jesus.

Veio a hora de eu comungar. Momentos depois principiou Ele a falar-me com a sua costumada doçura e amor:

— Minha filha, pomba querida, branco lírio, açucena cândida e pura, vem cá e escuta-me. O Esposo que ama e é fiel desabafa com a sua esposa as suas dores e mágoas. Olha, Eu estou tão magoado, está tão ferido o meu divino Coração! Os pecadores não cessam com os seus crimes, cada vez me ofendem mais com as suas desonestidades e impurezas. O gozo, a carne, a maldita carne.

E pelos sacerdotes sou também tão ofendido! E há tantos que não me ofendem na impureza, mas ofendem-me noutros pontos; dão tantos estragos, escandalizam tanto!

Tem coragem! Desagrava-me com as lutas do demónio. Dá-me, dá-Me esta reparação.

Tem coragem, anima-te, dá-Me tudo, sofre tudo. A tua pureza não se mancha, a sua auréola e candura encantam a Majestade divina, alegram o Céu.

Coragem, amada minha, não temas a guerra desarmada contra ti, não temas porque estou contigo. Não temas porque é certo o triunfo da minha divina causa.

Diz ao teu Paizinho que lhe dou a afirmação do meu divino amor. Os homens retiraram-no de ti, mas eu não o retirei; cada vez vos uno mais dentro em meu divino Coração. Ele foi e será sempre o teu verdadeiro director. Os meus breves são sempre assim; tudo neste mundo é breve em comparação à eternidade. A afirmação das minhas divinas palavras para que ele saiba que está na verdade, que as minhas promessas hão-de cumprir-se. Que o criei para as almas, para ele se dar inteiramente a elas.

Dá ao teu médico novos agradecimentos. Diz-lhe que Me alegro ao ver a sua firmeza na minha divina causa. São assim os amigos do Senhor, combatem sem temor. Diz-lhe que ele em união comigo estamos a operar milagres em ti conservando-te a tua vida aqui na terra.

Diz ao teu querido P. Humberto que o trouxe aqui para defender a minha divina causa; não foi ele que veio.

Coragem, e toda a firmeza!

E o meu querido P. Alberto que seja assíduo a teu lado até que cesse a perseguição e os maus juízos.

A dor é filha do amor. É com dor e amor que dás a vida aos filhos meus. Só esta dor e este amor podiam ser dados a uma vítima a quem foi dado desempenhar na terra a mais alta e sublime missão.

Os amigos da minha divina causa ostentam em suas mãos o pendão do triunfo e do reinado divino.

Coragem, minha filha, é Jesus que te pede: coragem, coragem!

Assemelho-te a Mim. Eu também fui perseguido. Em todos os tempos a minha Igreja e tudo aquilo que é meu foram perseguidos também. Como não há-de ser perseguida agora a minha causa mais rica, a missão mais dificílima?

Coragem, coragem, amada, amada! É a raiva de Satanás!

No mesmo tempo veio para o meu lado direito a Mãezinha tomando-me para os seus braços. Pediu-me coragem em nome do seu divino Filho.

— Anima-te, minha filha, anima-te, peço-te em nome do meu amor e do teu e meu Jesus. Aceita, sofre tudo, consola o seu divino Coração ferido com os pecados do mundo.

Olha, filhinha, venho confirmar as palavras do meu divino Filho.

És rainha dos pecadores, és rainha do mundo. Aceita o meu santíssimo Manto, é teu, faz o meu lugar. Envolve nele, põe à tua volta os que te são queridos e mais de perto partilham a tua dor. Os que partilham dela e cuidam da causa do meu Jesus são queridos do teu coração, do meu e do de meu bendito Filho. Aqueles que mais associamos ao teu sofrimento são aqueles a quem mais de perto queremos purificar. Coloca depois em volta todos os pecadores. Podes cobrir com o meu Manto o mundo inteiro, chega para todos.

Aceita a minha coroa, és coroada por mim: és rainha.

Meu Deus, que vergonha a minha!

Como eu era pequenina, mesquinha ao pé da Mãezinha! Que vergonha ao sentir Ela colocar sobre os meus ombros o seu santíssimo Manto e sobre a minha cabeça uma coroa de rainha que da sua santíssima cabeça tirou para colocar na minha.

Mãezinha, Mãezinha, que vergonha tenho de Vós e de Jesus! Eu não sou digna de tal. Oh, que miséria a minha !

— Coragem, filhinha, não te envergonhes.

Estás purificada pelo sofrimento e pelo Sangue do teu Jesus, que purificou tudo; tens a alvura do arminho.

O brilho da tua pureza e das tuas virtudes iluminam o mundo, irradia-o o teu perfume.

Enche-te, recebe amor, é meu, é de Jesus.

O amor, carinho e carícias que recebes de Nós atraem a ti as almas.

Dá tudo em nosso nome aos que te são queridos.

Enche-te para salvares o mundo inteiro. Enche-te, é teu, pertence-te, salva-o.

A Mãezinha e Jesus inundaram-me de amor e depois das suas ternas carícias retiram-se.

Fiquei com mais vida e mais alegre.

À medida que o tempo vai passando, a alegria foge, a vida vai falhando. Contudo, grito e gritarei sempre:

— Amo Jesus e a Mãezinha; quero o que Eles quiserem!

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