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SENTIMENTOS DA ALMA
de 21 a 22 de Dezembro de 1944

21 de Dezembro

O tempo não passa, tenho já neste mundo a eternidade. Quando verei a Deus? Quando sairei da morte para ressuscitar para a vida? Ó meu Deus, que pavor estar aqui! Só ruídos de grande vendaval se fazem sentir na minha alma. Que peso esmagador de humilhações, calúnias e desprezos!

Ó Jesus, aceitai este abandono que sinto para Vos consolardes do abandono em que Vos deixam os homens. Aceitai toda a prova, todo o meu penoso calvário para vos salvar almas, para Vos amar como mereceis e sois digno.

Ó meu Jesus, para onde hei-de fugir eu? Onde posso esconder-me para não poderem roubar a riqueza que dentro em mim depositastes?

Jesus, vede o meu cansaço. Queria guardar [a riqueza que me fora confiada] em muitas casas de ferro nas quais não houvesse entrada, queria viver debaixo do chão para não poder ser assaltada. Parece que o inferno vem sobre mim, não sei como defender-me; dai-me abrigo no Vosso divino Coração, guardai-me nele e guardai o que em mim depositastes. Sinto que tudo me querem roubar; e depois, Jesus, que contas poderei eu dar?

Ó vida, ó vida minha! Que medo eu tenho da minha vida, que não é vida, é só morte, tremenda morte! Parece que não posso respirar; que grande é o meu desfalecimento! Que tremendas trevas e securas! Desejava o meu confessor para meu conforto e purificação da minha alma. Ele veio, usou para mim de muita caridade, esforçou-se por me animar, mas em vão: sinto-me pior ainda. Da terra não me vem conforto.

Ó meu Deus, que será de mim? Estou parada na encosta da subida, não posso nem sei caminhar. Nem um passo para a frente, não vejo. O demónio cai sobre mim, se não é ele são as suas malditas manhas. Pega por todas as coisas. Num ataque mais violento tentou fazer-me como me fez Jesus e a Mãezinha, entregar-me o mundo, mas um mundo de gozos e de prazeres. Gozar, gozar, pecar.

— Pecas com todo o inferno, pecas com toda a terra.

E fazia-me sentir como se assim fosse, queria convencer-me disso. Tantas vezes quero recorrer ao Céu e não posso. Depressa cedo às suas ordens. Ouço os insultos de palavras criminosas e parece-me repetir com ele e muitas vezes eu sozinha aquilo que ele quer. Ao terminar o maior perigo, é que do fundo da alma posso bradar ao Céu para assim depois ser maior o meu tormento; para ele mais e melhor poder dizer-me que pequei.

Jesus não veio dizer-me nada; senti apenas como uma aragem suave que me levou à minha posição do costume. A minha tristeza era de morte e um desânimo sem igual.

Meu Jesus, se eu não pecasse! E eu Vos amasse por mim e por todos! Se eu Vos salvasse as almas! Se Vos desse toda a consolação! Não sei falar-Vos, meu Amor. Vede o que me vai na alma, nada sei dizer-Vos. Tenho desejos de dizer-Vos tudo; para Vos dar tudo, tudo sofria. Tenho tanto que Vos agradecer! Gosto tanto de Vos dizer: “Doce Coração de Jesus, sede o meu Amor”. Só o consentirdes-me de poder dizer-Vos que sois o meu Amor e a Mãezinha que é a minha salvação, sinto que não me chega a eternidade para dizer-Vos: Muito obrigada.

Recebi ontem muitos miminhos Vossos, uns doces, outros espinhosos; fizeram-me sangrar o coração. Foram mais humilhações que recebi para mim e para os meus. A minha alma sentiu a sua chegada; já os esperava assim, como ainda espero mais. Oh, como é bom sofrer, ser pequenina, desaparecer por Vosso amor! Morra o meu nome para reinar o Vosso, meu Jesus. Desapareça eu esmagada pela dor, para só Vós aparecerdes nas almas louvado e glorificado com amor.

Obrigada, meu Jesus, por tudo o que me alegra e faz sofrer. Obrigada, meu Jesus, pelo santo médico que me destes. O que seria de mim neste caminho tão espinhoso do Calvário? Vejo que sois Vós a confortar-me, a animar-me em seus lábios. Quantas horas gastas junto de mim! E apesar de tudo, quando está ausente, tenho dele um medo atormentador, medo que não tem razões de ser. É assim com todas as pessoas que eu mais estimo: apesar da sua estima, sinto-me separada delas. Estou sozinha, tenho que estar sozinha.

Ó meu Jesus, quando me dais o meu Paizinho? Que ânsias eu tenho que ele me seja dado! Que necessidade tem dele a minha alma! E mesmo assim, temo vê-lo, tenho medo, horroroso medo.

Meu Jesus, é quinta-feira, caminho morta para a morte. O meu coração está tão ferido, é tão maltratado! A minha alma vê todos os sofrimentos que a esperam. O meu espírito está no Senhor, os meus olhares nele estão. E em silêncio vou exclamando: “Meu Deus, meu Deus; meu Pai, meu Pai!”

22 de Dezembro

O demónio desempenha o papel de um grande ladrão; faz tremendos assaltos ao meu coração. Quer entrar mesmo dentro dele, roubar-lhe a riqueza que lhe foi depositada. Como não pode conseguir roubar-ma, enraivecido, tenta estrangular-me. Parece-me que estou em sua boca de leão, retalhada entre os dentes. Mas não é só a raiva do demónio, não são só os seus assaltos, sinto-me assaltada pelo mundo. Ó meu Deus, o mundo a roubar o mesmo mundo!

Sinto um cansaço tal que me deixa prostrada. Quero guardá-lo, quero escondê-lo. Tenho uns desejos mais do que imensos de purificar este mundo como a mim mesma. Quero ser pura, pura, e quero que ele seja puro. Quero amar a Jesus com um amor louco, apaixonado, e quero-o a ele também no mesmo amor. Quero banhar-me no Sangue de Jesus para transformar-me no mesmo Jesus, e quero o mundo em igual banho, na mesma transformação. Quero-lhe como a mim mesma; não o posso amar mais. Que fazer para ele, meu Jesus? Fazei Vós o que eu não posso nem sei.

Nesta manhã, ainda cedo, ao lembrar-me o dia que era, exclamei: Meu Deus, é sexta-feira! Silêncio e dor profunda. Se existisse o meu querer e eu pudesse fazer desaparecer do mundo este dia… Jesus, perdoai-me, nas Vossas mãos me entrego; a Vossa divina vontade, só ela se faça. Não é para fugir à dor, bem o sabeis; é o medo de mim mesma, de me enganar.

Senti-me sozinha na prisão, enquanto que tudo descansava. Que dor de alma e lágrimas silenciosas! Recebi grande lição de Jesus. Ele, que via e sabia tudo, enquanto que a alma chorava de dor e amargura, pedia para todos perdão. O seu divino Coração compadecido a todos queria possuir; parecia esquecer-se da sua dor para só nos amar. Depois, senti-me na cruz, e o sangue a cair das mãos e pés com abundância. Com o estremecer da cruz, avivaram-se mais as feridas dos espinhos e uma chuva de sangue caía deles, banhava-me o rosto.

Ó Jesus, tudo por vosso amor; nem força tenho para respirar.

A pouco e pouco, perdi todo o sangue: parecia-me estar moribunda. Principiei a sentir na minha alma uma paz suave e doce; era paz celeste. Parecia-me deixar o mundo, ir gozar o Céu. Fiquei por muito tempo como que a dormir um sono terno, aquecida por um calor que me queimava o coração e irradiava todo o peito. Principiou Jesus a falar-me:

— Minha filha, não vives a vida do mundo, desprendeste-te de tudo o que é dele. Vives no Céu, vives do que é divino. Os teus caminhos são caminhos de Cristo; é por isto que não és compreendida. Olha, meu anjo, é sublime a tua missão: é a mais rica das missões. Eis a razão por que és odiada e perseguida; odiada por Satanás, pelas almas que lhe roubas. Perseguida pelo mundo, porque não compreende a vida que vives, o que é a minha vida nas almas. Não temas, filhinha, não te é roubado o tesouro imenso que com minha Mãe te entreguei. É só para teu maior martírio, proveito para as almas e grande glória para Mim. Fechei-o com Minha bendita Mãe com chaves de oiro; selámos-te o coração com selos divinos. Que dor para o Meu divino Coração ao ver a tua dor!

É preciso estudar, aprofundar, para compreender a vida de Cristo nas almas.

Quando te criei, criei-te com tal perfeição, perfeição que só podia purificar e desempenhar a missão que há de mais sublime. Assim como já destinei as almas que te haviam de guiar, almas que compreendem, almas que só vivem a minha vida, a vida íntima comigo. Os que cuidam de ti cuidam de Mim.

Era Meu desejo que todos os meus discípulos estudassem estas ciências divinas. Não as estudam, não as compreendem. Dou-lhes as luzes precisas; tentam apagá-las. Em vão: nada conseguem.

Em todos os tempos necessitei de vítimas, agora mais do que nunca necessito delas. Já te destinei, minha redentora, para nesta época vires ser imolada, época em que a humanidade se mergulhou nummar imenso e lodaçal de vícios. É o que sentes a roubar o mundo. É o vício que pode mais que o homem; é o vício ladrão de tudo o que é meu.

Ó pastorinha divina, rainha do mundo, sou Eu, Jesus, que te elejo, que te elevo às alturas. Guarda, salva o que te entreguei. Apascenta o rebanho no prado da pureza, no prado da caridade, da humildade e sobretudo no do amor. Quem ama, e ama deveras, não ofende o seu Amado.

Ó lírio perfumado, açucena pura, irradia o mundo com os teus aromas, com as tuas virtudes que são aromas celestes, aromas que atraem a ti o rebanho que te confiei e que por ti vem a Mim e por ti sobe ao Céu.

Coragem! Nada temas. A glória é Minha, o triunfo é Meu. Em todo o tempo, foi a minha Igreja perseguida, como não há-de ser agora aquilo que a ela pertence, o que há de mais rico e de maior nobreza?

Nunca assim imolei nem imolarei outra vítima; nunca recebi de nenhuma tantas almas nem volto a receber. És mãe, mãe dos pecadores, rainha deles.

Depois de Mim e minha bendita Mãe, não há como tu quem tenha sobre eles tanto poder. Coragem, minha estrela cintilante, farol de toda a humanidade!

Tudo ouvi de Jesus sem dizer palavra. Ele a falar e eu a arder em fogo, fogo consolador, fogo que me prendia mais ao Seu divino Coração. Ao mesmo tempo, recebi um conforto que me levantava as forças que tanto precisava para aguentar com a minha cruz.

Ó meu Jesus, o que hei-de eu dizer-Vos? Quanto mais falais, mais se apodera de mim a minha pequenez. Humilho-me, humilho-me, Jesus, tenho vergonha da minha miséria, tenho vergonha de Vos utilizardes de mim para tão altos fins. Trabalhai Vós, falai Vós, tudo Vos pertence e falai das Vossas grandezas.

— Ó violeta querida, puro asilo onde habito; habito em ti na terra, como no Céu habitarás com meu Eterno Pai. És a minha Alexandrina transformada em Cristo, só em Cristo.

— Obrigada, meu Jesus, meu Rei de Amor!

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