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SENTIMENTOS DA ALMA
2 de Fevereiro de 1945

2 de Fevereiro de 1945 – Sexta-feira

Escusado é fugir, nem esconder-me; não posso, não tenho para onde. Tudo é noite. E sinto-me à porta do inferno. Ó meu Deus, que tormentos arrepiantes me esperam.

Chegou a sexta-feira, triste sexta-feira! Vi a minha cruz, vi-a ainda cedo; preparavam-na a toda a pressa. Ela era precisa, fosse qual fosse a sentença que eu recebesse. Dentro da minha alma sentia a mansidão, a bondade sem igual; dentro dela também, e ao mesmo tempo, sentia contra a mesma bondade e mansidão o ódio, o rancor, o desespero e uma autoridade orgulhosa; orgulho sem igual. Feras contra o Cordeirinho mais pequenino e inocente. Meu Deus, que dor por esse cordeirinho tão cheio de bondade! Senti essa autoridade orgulhosa ainda antes de lavrar a sentença contra o cordeiro inocente; com um furor diabólico rasgaram de cima a baixo os seus vestidos.

Ao encontro destes sofrimentos vieram os sofri-mentos causados pelo demónio. Ele anda deses-perado, não sei porquê, mas certamente por Jesus não ter deixado, ainda não continuou as suas manobras infernais. Veio para a minha frente em figura de fantasmas, mas de tal altura que não lhe via o princípio nem o fim. Mostrava-se muito nojento por mim. Senti-o a querer escarnecer-me dentro da boca, piores ainda, não as digo aqui, é porco, é es-candaloso. Ele não se satisfaz com tudo isto; a sua raiva é por não conseguir fazer o que tantas vezes tem feito.

— Jesus, aceitai o meu sacrifício, custa-me tanto falar; é obediência, santa obediência; se não fosses tu, sofria sozinha, em silêncio, só Jesus o sabia.

E hoje, dia da Mãezinha, e eu ainda sem comungar, sem receber do meu Jesus força para tanta dor, dor que desfaz, dor que rasga e volta a rasgar a minha pobre alma. Subi a montanha do calvário com tanto custo, sempre a parecer ir expirando. Clamei, clamei sem cessar:

— Pai, ó meu Pai, até tu me deixas, até tu me abandonas!

O meu sangue corria, encosta abaixo. Escondeu-se o sol, encobriu-se envergonhado de tanta malícia. E eu, envergonhada, estava na cruz, despida, à vista da canalha mais vil. Os meus vestidos foram cortados e distribuídos. A minha tristeza e amargura não cessaram. A alma tremia com dor e com medo como o corpo treme de frio. A bradar sempre por Jesus, Ele veio e trouxe com Ele um sol luminoso e abrasador. Cessaram as tremuras da alma, o medo e toda a dor; só tinha paz, só tinha luz e amor. O coração principiou a receber uma vida que não sei explicar, todo o peito se me abrasou em chamas. Que suavidade eu gozei e por muito tempo. A abóbada do céu desceu sobre mim toda ela almofadada em algodão, a qual envolvia os anjos com instrumentos. Ouvia os seus hinos maravilhosos, não os compreendia bem, mas sei que eram a Jesus Sacramentado. Ouvi as palavras Corpus Domini Jesu Christi, senti que Jesus se deu a mim e me prendeu mais e mais a Ele. Os anjos continuavam a cantar; por entre eles sobressaiu um canal fortíssimo directamente a mim, dele caíam chamas de fogo e muitas e muitas coisas, tudo entrava para mim. E então principiou Jesus a dizer-me assim:

— Este canal, minha filha, é do coração da tua e minha Mãe Bendita; dele recebes o nosso amor na maior das abundâncias; dele recebes as nossas graças, virtudes e dons, riquezas divinas e tudo o que é do céu. Dele recebes vida para viveres, vida para dares às almas. É este o orvalho, o sangue que sentes cair sobre a humanidade. É uma mistura que faço das minhas riquezas, das minhas graças com a tua dor. És a nova redentora. Passo para ti tudo pelo canal da minha Bendita Mãe; és tu com Ela que salvas o mundo. Não te entristeças, minha filha, por não me receberes na Eucaristia. Quanto mais fores humilhada e a minha divina causa combatida mais maravilhas, maiores prodígios opero em ti. A minha divina ciência tem sempre que dar-te e tu, minha pomba bela, tens sempre que oferecer. Já que é sem igual a tua dor, o teu martírio, é sem igual o meu amor, as minha maravilhas em ti. São luzes confusas para aqueles que as não quiseram ver claras. Vida maravilhosa e prodigiosa é a tua, ó filha querida. Tu és orvalho que fecunda e dá vida. Tu és de Jesus, tu és das almas. És a bolinha de Jesus, és a bolinha dos meus entretimentos, dos meus encantos, assim como és a bolinha de encantos atraentes para os pecadores. És de Jesus e és deles. És vítima que amas e encantas o céu, és vítima que dás a vida momento a momento pela humanidade. Recebe toda esta vida divina, dá-a ao mundo faminto, dá-a ao mundo em perigo. A ti o entreguei, a ti o confiei. Tenho eu, Jesus, toda a confiança em ti. Confio tanto quanto tu me amas, quanto amas as almas. És rica comigo, comigo as salvas, comigo e minha Bendita Mãe. Vai, minha jardineira, para a minha agricultura. Vai dar, vai distribuir.

— Deixai-me, meu Jesus, dar tudo o que de Vós recebi a todos aqueles onde vai agora o meu pensamento.

E nomeei as pessoas a Jesus. Ainda abrasada no Seu divino amor, cantei à Mãezinha:

No meu calvário, na minha cruz,

Clamei alto, clamei sempre

Por ti, ó Mãe, ó Mãe de Jesus!

Mãe, ó Mãe de Jesus,

Mãe, ó Mãe do meu Senhor,

Vem, dá-me luz, vem dá-me amor,

Suaviza a minha cruz!

Desprendi-me de Jesus. Desapareceu o céu com todo o brilho, e o canal do coração da Mãezinha desapareceu com ele. Fiquei de novo sozinha na minha cruz, mas com o coração a arder, todo o peito está em chamas. Com a força que recebi pude ditar tudo isto sem grande sacrifício das minhas palavras. Sinto ainda o fogo no coração, mas os lábios já mal têm força para mover-se.

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