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SENTIMENTOS DA ALMA
5 de Fevereiro de 1945

5 de Fevereiro de 1945

Na noite de dois para três ainda longe de aparecer o dia, ao recordar-me que era o primeiro sábado, senti em mim uma alegria indizível, até a mim me causou espanto; eu, que tenho tanto medo e tanta repugnância aos êxtases, como podia ansiar e alegrar-me com a lembrança de que Jesus ia falar-me? Numas ânsias loucas do céu, esperava com alegria o colóquio com Jesus. Enganei-me: nesse dia ainda não comungara, e Jesus não me falara como de costume. Esperei uma hora, esperei outra, sem O ouvir. Oh! quanto eu sofri! Como não Lhe falei, sofri por não Lhe falar. Se Ele tivesse vindo, sofria talvez com receio de me ter enganado. Bendito seja o sofrimento de cada dia. Estava tão triste! Parecia-me que o mundo tinha coalhado de gelo. Queria possuir o mundo e aborrecia-me dele. Estava cansada de viver, sem sentir a vida.

— Ó Jesus, seja tudo para Vossa maior honra e glória. Servi-Vos de tudo para eu Vos amar e fazer amado. Aceitai tudo, para que as almas sejam salvas. Valei-me, Jesus, valei-me, só o céu pode dar remédio a tantos males.

Esperei todo o sábado, todo o domingo, sem que Jesus viesse, sem que me falasse.

— Ó meu Deus, não pode ser maior o meu abandono.

O demónio rodeava-me em forma de feras; sempre gestos pecaminosos e porcos. Arreliava-me por Jesus não me ter falado; dizia-me que Ele não voltava a falar-me. Veio a noite. Quando rezávamos o nosso terço, já ele me ameaçava e dançava à minha frente de contentamento. Depois que fiquei sozinha, ele principiou a chamar os camaradas dos infernos para virem pecar comigo. Que ia ser uma noite de pecados, prazer e gozo.

— Agora já descansaste, já queres voltar à mesma vida de vícios.

Parecia-me que tinha as mãos atadas; não tinha o terço nem a Mãezinha e não podia bradar ao céu. O coração custa-lhe muito a resistir às suas manhas infernais, parecia-me morrer. Pude então dizer a Jesus:

— Morrer não me importa e morrer da forma que Vos agradar mais, mas pecar não, isso nunca; valei-me, Jesus.

A Sua divina voz fez-se ouvir. Ele falou em meu coração:

— Anjo bendito, obedece à voz do teu Senhor; levanta a minha vítima inocente, livra-a das garras de Satanás.

Nestes momentos, eu estava sobre uns abismos medonhos traçados a sangue. Fiquei de repente nas minhas almofadas, já de mãos soltas e libertada do demónio. Não sei dizer a dor que sentia, desfazia-me o coração. Que pena eu tinha de Jesus! Que receio de O ter ofendido! Não fiquei assim por muito tempo. Voltou Jesus a falar-me:

— Não te entristeças, minha filha, tu não pecaste. Não queres dar-me consolação? Não queres dar-me reparação? Necessito tanto dela nesta hora! Olha, vim ao teu coração buscar alegria, vim ao teu coração buscar amor, consolação e a reparação que desejo. Alegra-te, confia, em ti encontro tudo. Não queres alegrar-me? Alegra-te comigo.

— Bem sabeis, meu Jesus, que tudo Vos quero dar, que só quero viver para Vós e para as almas. Mas sabeis também que a minha tristeza, a minha dor, é o receio de ter pecado. Não posso viver sem Vós.

— Não pecas, filhinha, não te deixo pecar; não vives sem mim. Olha, queres saber porque ontem não te falei? Olha, dei-me a ti com mais amor, com mais intimidade do que se comungasses e não te falei para mais de ti receber. Por não te falar, foi que te tirei o medo e o receio de falares comigo e pus em ti as ânsias, os desejos de me ouvires e de mais te unires a mim. Procedi assim, primeiro para aclarar mais e melhor a tua vida, para dar mais luz àqueles que não querem ver. Quero que eles vejam, que eles conheçam como me comunico a ti, como é a minha vida em ti. Em segundo lugar, para saciar mais a minha sede em ti e tu a tua em mim. Tu és a fonte pura, és fonte de água cristalina. Vem o Rei beber à fonte da sua rainha, e a rainha sacia a sua sede no seu Rei. Vem o Esposo matar as suas ânsias divinas na sua esposa amada, na esposa sem igual. Vem o jardineiro ao seu jardim, ao jardim que aos pecadores pertence. Venham eles a ele colher as flores angélicas. Venham eles a ele abrilhantarem-se, venham eles a ele perfumarem-se; são aromas celestes, são aromas divinos. Ó mundo, que não conheces a preciosidade que te foi dada. Estuda, aprende, pratica. Diz, minha filha, ao teu paizinho que tudo vai a caminhar para o seu fim; comparando-se com os meus breves, o tempo que falta para ele estar junto de ti a desempenhar e a terminar a tua missão na terra é um abrir e fechar de olhos, é a rapidez do relâmpago. Eu não falto, as minhas palavras cumprem-se. Entrega-lhe o meu divino Coração com a abundância do meu amor, do amor com que o amo, do amor com que quero que ele se dê às almas. Criei-o para elas, são elas a causa da sua dor. Diz, minha filha, ao teu médico que lhe dou o meu amor, os meus agradecimentos para ele e para os que com ele trabalham na minha divina causa. Diz-lhe que continue comigo a operar milagre. Vigilância, toda a vigilância. Como prémio do sacrifício dele um orvalho salutar cairá sobre ele e os que lhe são queridos até a finalidade dos seus dias. É orvalho de amor, orvalho de riquezas do céu. Sacrifício, sacrifício. Ele mereceu ser escolhido por Jesus para cuidar da sua esposa mais amada, da sua vítima mais querida. Mãe, minha bendita Mãe, vem comigo dar as tuas carícias, a tua vida celeste à nossa filha querida. Vem dar-lhe o que ontem lhe havíamos de dar; dá-lhe a vida do céu, a vida que na terra vive sem a sentir.

Inclinou-se a Mãezinha para mim, tomou-me nos seus braços, cobriu-me das suas ternas carícias, acalentou-me, bafejou-me e dizia-me:

— Recebe a vida que te é dada, recebe-a e dá-a aos pecadores, ó pombinha do meu Jesus. Consola-O, sofre tudo por Ele. A nossa consolação e alegria são uníssonas; o que dás a Jesus eu recebo também, o que me dás a mim recebe Jesus.

— Ó Mãezinha, é só por Ele e por vós que eu quero e amo os meus sofrimentos. Dai-me força, velai por mim. Estou em tanta dor! Tenho tanto receio de pecar!

— Ó pombinha querida, tabernáculo riquíssimo do meu Jesus, repara, repara, não temas pecar. Posso lá consentir que manches a tua pureza, eu que tanto a amo e tanto me consolo ver-te ao meu lado aureolada, enriquecida de pureza angelical! Coragem! Como eu te amo, como te ama Jesus!

Fui de novo estreitada fortemente por Jesus e pela Mãezinha e logo me senti na minha cruz. Quase logo me vieram as dúvidas e a dor dolorosa de ter pecado e de enganar. Exclamei:

— Jesus, ó meu Jesus, eu não quero enganar-me nem enganar ninguém.

Jesus segredou-me de novo:

— Paz, paz na tua alma, sossega, filhinha, não enganas, não te enganas. É Jesus que te fala, é o Jesus louquinho por ti, que to afirma.

Hoje já comunguei, bendito seja Jesus. Enlouqueci-me tanto ao recebê-lO! Senti por alguns instantes a grandeza do Seu amor e a Sua união íntima comigo. Pouco depois fiquei envolta em espinhos e rasgos contínuos na minha alma a parecer-me não poder suportar esta vida e a querer partir para o céu.

— Ó meu Jesus, quero tudo e não tenho nada. De quem é esta vida? Vivei, vivei em mim, eu não vivo. Eu sinto um doloroso martírio, mas o que sinto não me pertence; é Vossa a minha agonia.

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