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HISTORIA DE BALASAR

Ainda o apedrejamento dos Protestantes

AINDA O APEDREJAMENTO DOS PROTESTANTES

 

O grave episódio do apedrejamento dos protestantes, ocorrido em Balasar em 13 de Março de 1932, deu muito que falar e deve ter marcado profundamente o futuro da freguesia. Acrescentamos agora alguns dados que fazem um pouco mais de luz sobre ele. Repare-se que enquanto o Comércio descarrega toda a culpa sobre os apedrejadores, O 28 de Maio quase os iliba.

A Ermelinda Martins do primeiro escrito é tia da Felismina Martins. O nome da mãe da Alexandrina lá continua a aparecer.

 

VANDALISMO EM BALASAR

O nome da mãe da Alexandrina
lá continua a aparecer.

No último domingo, quando Rev. Arthur Ing'eby juntamente com os seus colegas evangelistas se dirigia a Balasar, para continuar a evangelização daquela freguesia, o povo fanático da mesma, incitado pelo abade, recebeu-os à pedrada e a cacete, como nos tempos de D. Miguel, de triste recordação.

A atitude de povo fanático daquela freguesia tem sido muito comentaria nesta vila, tanto mais que, segundo nos informam, o acto foi incitado por um homem que devia ter conhecimento da situação melindrosa em que podia colocar-nos, se não houvesse algumas pessoas sensatas que resolveram intervir, embora os evangélicos já tivessem sido vítimas de várias agressões naquela ocasião.

Os sinos tocaram a rebate. O povo, fanatizado pelo abade, correu-os à pedrada e estava resolvido a linchá-los se não fosse alguém ter impedido esse acto selvagem.

O automóvel e a camioneta que conduziram os evangélicos ficaram muito danificados, pedindo os seus proprietários indemnizações.

Já foi apresentada queixa em juízo para punir tal acto de vandalismo e impedir que tais façanhas se repitam na nossa terra.

Os heróis da façanha são: Al­berto Araújo, José Oliveira, José da Silva Malta, António Alves dos Santos, Maria Ana da Costa, João Lopes da Silva, Albino Domingos Martins, Ermelinda Martins, Maria das Do­res Azevedo Campos, Laurinda Pereira, Lino Araújo, Manuel José Nogueira, Teresa Ferreira Martins e outros, que a justiça se encarregará de corrigir.

O nosso jornal, isento de política religiosa ou partidária, lamenta que estes actos fossem praticados no nosso concelho e protesta energicamente contra tal selvajaria.

O Comércio da Póvoa de Varzim, 18/3/1932

 

O CASO DE BALASAR

 

Por termos absoluta confiança nas autoridades da nossa comarca, não nos temos referido ao caso de Balasar como certas criaturas que têm vindo à imprensa numa série de insinuações repugnantes com que tentam fazer pressão sobre quem tem por dever manter a ordem pública e destrinçar calma e serenamente as responsabilidades colectivas e individuais.

Se hoje nos referimos ao «caso» é para chamar a atenção dos nossos leitores sobre certas personalidades que a respeito do mesmo se têm vindo destacando.

Toda a Póvoa sabe que, quando se implantou o actual regime em Portugal, foram saqueados conventos e assassinados sacerdotes portugueses.

Toda a Póvoa sabe que, numa das muitas convulsões políticas – tão numerosas como os «políticos» - umitos conterrâneos nossos, quando seguiam debaixo de prisão para o Governo Civil do Porto, em plena praça da Liberdade, foram escarrados, enxovalhados e alvejados a tiro pela populaça desvairada.

Toda a Póvoa sabe que, aquando do advento da República em Espanha foram incendiadas imensas casas religiosas e destruídas inúmeras obras de arte.

Pois bem, em qualquer destes atentados à Liberdade de pensamento, os nossos camaradas da imprensa não abriram o respei­tável bico nem fizeram ouvir o mais ténue protesto. Pelo contrário, todos aqueles excessos se justificaram porque traduziam a vontade soberana do povo.

Agora, porque uma população inteira se amotinou e repeliu quem, não fazendo caso de avisos, os foi provocar à própria terra, logo (e pelo telefone!) os gansos do sagrado tribunal da imprensa levantaram o seu protesto indignado e vibrante reclamando um castigo severo e inexorável contra semelhante atentado à liberdade de consciência!

Este contraste de atitudes o amor à liberdade e a rectidão das intenções de semelhantes escribas…

Mas o caso torna-se mais ridículo e mesquinho, quando o consideramos, sob outro aspecto.

Todas as pessoas com quem falámos são unânimes em afirmar que o Abade de Balasar não fez insinuações nem incitou à desordem o povo da freguesia.

Pois os tais paladinos da verdade com um descaramento que causaria pasmo se não fossem useiros e vezeiros em tais processos, continuam a afirmar e a sustentar que o povo, no desforço que entendeu dever tomar, sugestionado e incitado pelo Abade.

É o ódio ao Padre… porque é Padre!

Bom é que eles mostrem bem o que são para que os homens de boa fé, reconhecendo o erro em que têm vivido os lancem ao desprezo que merecem.

 

O 28 de Maio, 2/4/1932

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