Aniceto nasceu na Síria e foi sucessor do papa são Pio I, em 155, no
tempo em que Antonio era o imperador
romano. Entretanto, além da
perseguição sistemática por parte do Império, o papa Aniceto teve de
enfrentar, também, cismas internos que abalaram o cristianismo.
A
começar por Valentim, passando por Marcelina, que fundou a seita dos
carpocratitas, considerada muito imoral pela Igreja, e chegando a
Marcion, um propagador, com dotes de publicitário, que arregimentou
muita gente, e muitos outros.
Sem contar a questão da celebração da Páscoa. Todos eles formaram
seitas paralelas dentro do catolicismo, dividindo e confundindo os
fiéis e até colocando-os contra a autoridade do papa, desrespeitando
a Igreja de Roma. Contudo o papa Aniceto tinha um auxiliar
excepcional, Policarpo, que depois também se tornou um santo pelo
testemunho da fé, e o ajudou a enfrentar todas essas dificuldades.
Policarpo exerceu, também, um papel fundamental para que pagãos se
convertessem, por testemunhar que a Igreja de Roma era igual à de
Jerusalém.
Outro de seus auxiliares foi Hegesipo, que escreveu um livro
defendendo o papa Aniceto e provando que ele, sim, seguia a doutrina
cristã correta, e não os integrantes das seitas paralelas. Mesmo com
tão excelente ajuda, o papa Aniceto teve uma árdua missão durante os
quase onze anos de seu pontificado, morrendo no ano 166, quase
aniquilado pela luta diária em favor da Igreja.
Embora tenha morrido num período de perseguição aos cristãos, a
Igreja não cita a sua morte como a de um mártir. Mas pelo sofrimento
que teve ao enfrentar, durante todo o seu governo, os inimigos do
cristianismo e da Igreja de Roma, por si só se explica o porquê da
reverência a seu nome.
O
seu corpo ― aliás, foi a primeira vez que ocorreu com um bispo de
Roma ―, foi sepultado nas escavações que depois se transformaram nas
catacumbas de São Calisto, na Itália. |