Nona de
dez irmãos, nasceu em Düppenweiler (Alemanha), a 10 de Julho de
1883. Foi baptizada dois dias após o nascimento com o nome de Maria
Madalena. Foram seus pais João Merten e Catarina Winter,
agricultores
humildes, mas muito estimados por suas virtudes cristãs.
Na
família predominava a educação religiosa. Eram práticas habituais o
Terço, a Missa e os Sacramentos. Aos 12 anos, Maria Madalena,
segundo o costume da época, fez a Primeira Comunhão e recebeu o
Crisma pouco depois. A partir deste momento a devoção à Eucaristia
influiria beneficamente em toda a sua vida.
Tendo
logrado com alta classificação o diplo-ma de professora, entrou a
leccionar por di-versas escolas entre 1902 e 1908. Tornou-se
verdadeiramente um modelo de mestra cató-lica pela bondade e saber,
pela prudência e dedicação.
Entretanto, o "vem e segue-Me" do Divino Mestre ecoou em boa hora na
sua alma bem disposta. E assim, aos 25 anos, a 2 de Abril de 1908,
deu entrada no Instituto das Ursulinas de Calvarienberg, com o nome
de Irmã Blan-dina do Sagrado Coração, e emitiu os primei-ros votos a
3 de Novembro de 1910.
De novo
lançada nas tarefas do ensino, con-tinuou dando provas de muita
competência e de singulares virtudes. Como autêntico mode-lo de
mestra católica e credora da estima ge-ral, sobressaíram na Irmã
Blandina Merten as seguintes qualidades e virtudes: grande espírito
de fé e de oração, vivo amor à Eucaristia e à Santíssima Virgem,
singular dedicação ao trabalho e aos alunos.
A sua
piedade e modéstia, a sua delicadeza e pureza granjearam-lhe o
apelido de "anjo" entre os seus semelhantes desde tenra idade. O
cumprimento fiel dos seus deveres profissionais, como professora,
estava unido à incessante aspiração à santidade pessoal.
Mas
entremos um pouco mais na sua alma de consagrada ao Senhor. Ela
própria, na altura da profissão perpétua, a 4 de Novembro de 1913,
escreveu o seguinte: “Nesse dia consagrei-me ao Divino Redentor e
tenho por certo que Ele aprovou o sacrifício”.
De
fato, tão relevante espiritualidade há de atribuir-se antes de mais
ao espírito de oração, à contemplação das verdades divinas, à
devoção a Cristo Sacramentado e ao seu Divino Coração.
O
caminho terrestre da Irmã Blandina não seria longo. Em 1910, por
indicação médica, foi transferida para Tréveris, onde ainda pôde
prosseguir leccionando. Mas no outono de 1916, a saúde agravou-se.
Por motivo de doença pulmonar, incurável nesse tempo, teve de ser
trasladada para o hospital das Irmãs doentes, em Merienhaus.
A
última fase da vida passou-a em permanente colóquio de amor com
Deus, a quem toda se ofereceu. Nem a solidão nem as dores lhe
puderam roubar o sorriso e a paz interior. “A dor - dizia ela
– é a melhor escola do amor”.
Pode
dizer-se que a Irmã Blandina não fez coisas extraordinárias, mas sim
que executou extraordina-riamente os seus deveres quotidianos. Aos
35 anos de idade e 11 de vida religiosa, faleceu placidamente com o
nome de Jesus nos lábios, a 18 de Maio de 1918. Foi beatificada em
1º de Novembro de 1987.
AAS 76
(1984) 185-8; 80 (1988) 961-4 – Cf. Pe. José Leite, S.J. Santos
de cada dia. |