Canuto nasceu no ano 1040.
Era o filho primogénito do rei Estevão II, da Dinamarca, portanto, o
sucessor
direito e legal ao trono. Mas, quando seu pai morreu,
Canuto foi traído por um irmão ambicioso, que lhe usurpou o reino.
Criado e educado com
sabedoria e nobreza, o santo desde pequeno mostrou dotes de piedade
e caridade. Encontrou desde cedo paz e serenidade na oração e na fé.
Casou-se com uma cristã, princesa de Flandres, e com ela teve um
filho, Carlos, que também se tornaria santo. Com toda essa formação,
Canuto não reagiu com violência à traição do irmão, aventureiro e
ingrato. Confiou e esperou.
Quatro anos mais tarde o
usurpador morreu. Pôde, então, se tornou o rei, Canuto IV, assumindo
a coroa que lhe pertencia. Nesta ocasião a Dinamarca assistiu a um
dos reinados mais enérgicos, piedosos e correctos de toda sua
História. Canuto foi, segundo todos os registros, sem nenhuma voz
discordante, um rei que deixou em todos os seus actos a marca da
justiça e da caridade, com uma política inteiramente voltada em
benefício dos necessitados. Além disso, favoreceu grandemente o
cristianismo, fazendo construir dezenas de igrejas, conventos,
escolas e hospitais.
Mas sua política de
favorecimento aos pobres desagradou a nobreza. Esta se articulou
contra ele de forma que fosse mal sucedido em uma guerra contra a
Inglaterra, em 1075. Novamente atraiçoado e mais uma vez por um
irmão, Canuto foi perseguido, procurando refugiou na Igreja de Santo
Albano em Odense, onde foi assassinado. Era o dia 19 de janeiro de
1086 e ele morreu ajoelhado defronte ao altar. Tinha apenas quarenta
e seis anos.
Sua morte foi considerada
como martírio, milagres foram registrados em seu túmulo e ele passou
a ser venerado como santo pelo povo. Em 1100, os emissários do rei
Eric III entregaram o processo de canonização ao papa Pascoal II. No
ano seguinte, seu culto foi autorizado e o rei São Canuto IV,
declarado o padroeiro da Dinamarca. |