Carlos
de Áustria nasceu a 17 de Agosto no Castelo de Persenbeug na região
da Áustria Inferior. Os seus pais
eram
o Arquiduque Otto e a Princesa Maria Josefina de Saxónia, filha do
último Rei de Saxónia. O Imperador Francisco José I era o tio-avô de
Carlos.
Carlos
recebeu uma educação expressamente católica e até ao fim da
adolescência é acompanhado com a oração de um grupo de pessoas, uma
vez que uma religiosa estigmatizada lhe tinha profetizado grandes
sofrimentos e ataques contra ele. Daqui teria origem, depois da
morte de Carlos, a «Liga de oração do imperador Carlos para a paz
dos povos», que em 1963 se torna numa comunidade de oração
reconhecida pela Igreja.
Bem
cedo cresceu em Carlos um grande amor pela Santa Eucaristia e pelo
Coração de Jesus. Todas as decisões importantes eram procuradas por
ele na oração.
A 21 de
Outubro de 1911 esposou a Princesa Zita de Borbone-Parma. Nos dez
anos de vida matrimonial feliz e exemplar, o casal recebeu o dom de
oito filhos. Sobre o leito da morte, Carlos dizia ainda a Zita:
«Amo-te sem limites!».
A 28 de
Junho de 1914, após o assassínio num atentado do Arquiduque
Francisco Fernando, herdeiro do trono, Carlos torna-se herdeiro do
trono do Império Austro-Húngaro.
Enquanto alastrava a I Guerra Mundial, com a morte do Imperador
Francisco José, a 21 de Novembro de 1926, Carlos torna-se Imperador
da Áustria. A 30 de Dezembro é coroado Rei apostólico da Hungria.
Também
esta tarefa é vista por Carlos como uma via para seguir Cristo: no
amor pelos povos a ele confiados, no empenho pelo seu bem e no dom
da sua vida por eles.
O dever
mais sagrado de um Rei ― o empenho pela paz ― foi colocado por
Carlos no centro das suas preocupações no decorrer da terrível
guerra. Único entre todos os responsáveis políticos, apoiou os
esforços para a paz de Bento XV.
No que
diz respeito à política interna, mesmo nos tempos extremamente
difíceis encetou uma ampla e exemplar legislação social, inspirada
no ensinamento social cristão.
O seu
comportamento tornou possível no final do conflito, uma transição
para uma nova ordem sem guerra civil. Todavia foi banido da sua
pátria.
Por
desejo do Papa, que temia a implementação do poder comunista na
Europa Central, Carlos procurou restabelecer a sua autoridade de
governo na Hungria. Mas duas tentativas falharam, uma vez que ele
queria em todo o caso evitar que se desencadeasse uma guerra civil.
Carlos
é mandado em exílio para a ilha da Madeira. Uma vez que ele
considerava a sua tarefa como um mandato de Deus, não pode abdicar
do seu cargo.
Reduzido à pobreza, viveu com a sua família numa casa bastante
húmida. Por isso adoeceu gravemente, aceitando a doença como
sacrifício pela paz e a unidade dos seus povos.
Carlos
suportou o seu sofrimento sem lamentações, perdoando a todos aqueles
que tinham magoado e ofendido e morreu no dia 1 de Abril de 1922 com
o olhar dirigido ao Santíssimo Sacramento. Como recordou ainda no
leito da morte, o lema da sua vida foi: «Todo o meu empenho é
sempre, em todas as coisas, conhecer o mais claramente possível e
seguir a vontade de Deus, e isto da forma perfeita». |