“Dareis à luz um filho e este será grande e chamá-lo-ão: Filho do
Altíssimo. Ele reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu
reino não terá fim”. Com estas palavras o Arcanjo São Gabriel
anunciou a Maria o
reino
eterno de seu filho. Orientados por uma estrela, chegaram os Magos e
renderam homenagens ao Menino Deus. Quando o governador romano
Pilatos perguntou a Jesus: “És de fato rei?” Jesus lhe respondeu:
“Tu o dizes, mas meu reino não é deste mundo”. Quando Jesus Cristo,
quarenta dias depois de sua gloriosa ressurreição, se preparou para
voltar ao Pai, deu o carácter visível de sua dignidade real a um
homem, para lhe servir de substituto até o fim dos séculos.
Para
este elevado cargo Jesus Cristo escolheu Simão, filho de Jonas, cujo
nome mais tarde foi mudado em Pedro. “Tu és Pedro e sobre esta
Pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do reino dos céus.
Rezei por ti, para que tua fé não desfaleça; tu, porém, confirma
teus irmãos. Apascenta minhas ovelhas, apascenta meus cordeiros”.
São
Pedro, fiel à ordem recebida do Mestre, trabalhou pela propagação da
doutrina do Messias. Depois de ter fundado diversas Igrejas na
Palestina e na Ásia Menor, dirigiu os passos para Roma, metrópole do
mundo civilizado. Foi no ano de 42, que o príncipe dos Apóstolos
chegou à capital dos Césares. Achou agasalho na casa do senador
Cornélio, parente daquele capitão ilustre de Cesareia de nome
Cornélio, também que, por uma graça especial divina, recebeu de São
Pedro o baptismo, ele, com toda a família.
Roma
achava-se no auge do poder, mas também da corrupção. Nos palácios,
templos, parques e teatros reinavam um luxo desmedido. Com as
riquezas das províncias mais longínquas, tinham chegado a Roma os
ídolos, a superstição e os vícios de outras nações. Se de um lado
havia incalculável riqueza, grande parte da população gemia debaixo
do jugo da mais vil escravidão. O imperador era considerado “Deus e
Senhor”, e como tal recebia dos aduladores as supremas homenagens. O
vício, sob as formas mais hediondas, se ostentava publicamente e,
para justificá-lo, não faltavam divindades a que se oferecesse
incenso.
Foi
neste antro de podridão, que o Vigário de Jesus Cristo veio pregar o
Evangelho; foi ali que fundou uma Igreja que perdura já vinte
séculos e forneceu milhares de mártires; foi aí que estabeleceu a
cadeira da verdade e foi aí que, igual ao divino Mestre, exalou a
vida no patíbulo da cruz.
São
Pedro morreu, mas vive ainda nos seus sucessores. Quem é o sucessor
de São Pedro? A esta pergunta responde a cristandade toda
unanimemente: o sucessor de São Pedro, na sua dignidade e poder, é o
bispo de Roma. O bispo de Roma é o legítimo representante de Cristo
na terra; o bispo de Roma é o chefe de todos os fiéis.
O
protestantismo tem ido à cata de provas, para mostrar que São Pedro
nunca esteve em Roma. Se não esteve em Roma – assim calcula
logicamente – os Papas não são sucessores de São Pedro na Cátedra
de Roma, e não podem atribuir-se a dignidade apostólica. Não foram
felizes os amigos de Lutero nesta campanha, pois tudo diz contra o
que asseveram. O resultado de sérios estudos, feitos por
historiadores católicos e protestantes sobre o assunto, tem sido
este: que São Pedro esteve em Roma. Historiador nenhum cristão pôs
em dúvida este fato, que é comprovado pelos escritores dos primeiros
séculos, por Caio, presbítero romano, São Dionísio de Corinto,
Hegésipo, Justino, Tertuliano, Cipriano, Orígenes, Eusébio, Arnóbio
e outros.
Desde
imemoráveis tempos é na Igreja celebrado o dia de hoje, em que São
Pedro fundou a diocese de Roma. Santo Agostinho, num dos seus
sermões, se refere a esta festa. Os calendários e martirológios mais
antigos a mencionam.
Se é
festejado na cristandade toda o aniversário da eleição do Papa, se
cada diocese celebra o aniversário da sagração do seu bispo, justo é
que a Igreja inteira solenize o aniversário da Cátedra de São Pedro
em Roma e neste dia dirija preces ao Altíssimo, pela prosperidade do
Sumo Pontífice.
http://www.paginaoriente.com/
|