O santo
Dionísio, popularmente conhecido como o são Dinis de Paris, que é
comemorado neste dia, foi durante muito tempo venerado como único
padroeiro de França, até surgir santa Joana d'Arc para dividir
com
ele a grande devoção cristã do povo daquele país.
De
origem italiana, ele era um jovem missionário enviado pelo papa
Fabiano para evangelizar a antiga Gália do norte no ano 250,
portanto no século III.
Formou, então, a primeira comunidade católica em Lutécia, actual
Paris, sendo eleito o seu primeiro bispo. Alguns anos depois, teria
sofrido o martírio, sendo decapitado no local hoje conhecido como
Montmartre, isto é, "Colina do Mártir". Ao lado do bispo Dinis, o
sacerdote Rústico e o diácono Eleutério, seus companheiros, também
testemu-nharam sua fé cristã.
Sobre o
seu túmulo em Montmartre, mais tarde, foi edificada uma basílica,
junto à qual, no ano 630, o rei Dagoberto fundou uma abadia. Até
esses monges acabaram sofrendo com o efeito de uma enorme confusão
que se fez entre este mártir e outros dois Dionísios: o Areopagita,
discípulo de são Paulo, e o célebre escritor de Alexandria. Mas
esses religiosos foram citados indevidamente.
A
estranha e rebuscada confusão que se fez em torno da figura do santo
bispo Dinis envolvia nitidamente essas três figuras distintas, que
viveram em épocas diferentes, mas que foram unidas num único
personagem, o santo celebrado hoje. Contava-se que o mártir
original, ou seja, o bispo Dinis de Paris, foi enviado à Gália
francesa pelo papa são Clemente I no fim do século I.
Por
isso ele começou a ser identificado com a figura de Dionísio
Areopagita, discípulo do apóstolo Paulo, comemorado no dia 3 de
Outubro. Por isso, também, passou a ser confundido com um homónimo
da Alexandria, autor de uma famosa colectânea de escritos místicos,
que desde o século V vinha sendo erroneamente atribuída ao discípulo
Areopagita.
Não
bastasse toda essa confusão, são Dionísio, ou Denis, segue sendo
aclamado pela mais antiga tradição cristã francesa, que o venera
como um mártir cefalóforo, ou seja, carregador de cabeça.
E assim
ele chegou aos nossos dias sendo o bispo mártir que havia carregado
a própria cabeça decepada até o local onde deveria ser enterrado.
No
caso, a Abadia de Saint-Denis, em Paris, local onde,
tradicionalmente, todos os reis da França foram enterrados.
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