Edith
Stein nasceu a 12 de Outubro de 1891, no seio de uma família de
judeus. A cidade que a viu nascer chama-se Breslau, na Alemanha.
Apaixonadíssima pela busca e conhecimento da verdade, procurou-a com
toda a força da sua alma, desde a sua
juventude. Não encontrou a verdade, nem na religião judaica nem na
filosofia que entretanto estudou e ensinou como professora na
Universidade de Gottingen. Um dia, encontrando o Livro da Vida,
escrito pela Nossa Santa Madre Teresa de Jesus, exclamou
entusiasmada: «Esta é a verdade!», e não parou de ler
enquanto não terminou o livro.
Baptizou-se em 1922, tomando o nome de Teresa. Em 1933 entrou no
Carmelo da Cidade de Colónia, tomando o nome de Teresa Benedita da
Cruz; pois, como dizia, foi Santa Teresa quem a despertou para a
Verdade e, em S. João da Cruz, nosso pai, encontrou a perfeita
vivência do mistério da Paixão, a razão do seu viver. Imitando-o
tomou o nome da Cruz. Ofereceu-se como vítima de Deus, pelo seu povo
e pela paz.
Antes
de ingressar no Carmelo, algumas pessoas influentes tentaram
demovê-la da sua decisão, dizendo-lhe que era mais útil na
Universidade que no convento. Ao que Edith Stein respondeu dizendo:
«Não é a actividade humana que nos há-de salvar, mas a Paixão de
Cristo. Tomar parte nela é a minha aspiração». E depois de se
ter tornado carmelita acrescentou: «A oração e o sacrifício valem
muito mais do que se possa pensar… Por toda e qualquer oração, mesmo
pela mais pequenina, acontece algo na Igreja… Aprendamos a
servir-nos da oração, para que à hora, de cada dia, fazermos uma
obra de eternidade».
A
perseguição anti-semita punha a sua vida em perigo. Os superiores
decidiram, por isso, que deixasse a Alemanha, e transferiram-na para
um Carmelo na Holanda. Foi-lhe muito difícil abandonar o Carmelo de
Colónia onde entrara na Festa de Santa Teresa, a 15 de Outubro de
1933. Acerca do Carmelo escreveu dizendo: «É o santuário mais
íntimo que a Igreja tem. Sempre me pareceu que Deus me tinha
reservado, no Carmelo, alguma coisa que em nenhuma outra parte do
mundo me poderia dar».
Após a
invasão da Holanda por Hitler, a terrível polícia SS foi arrancá-la
à clausura do Carmelo. A Irmã Teresa da Cruz saudou os polícias com
a saudação cristã «Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo», porque
como disse, estava convencida que com «aquela saudação não saudava a
polícia alemã, antes os representantes daquela luta antiga entre
Cristo e o Demónio». No dia 9 de Agosto de 1942, foi conduzida à
câmara de gás, repetindo pela última vez o que já deixara escrito
antes: «Não sou nada e nada valho, mas… quero oferecer-me ao
Coração de Jesus como vítima pela verdadeira paz. Que seja derrubado
o poder do Anti-Cristo e a ordem se volte a estabelecer». Diante
da morte soube manter-se serena até ser acolhida pelas mãos de Deus,
das quais deixou dito: «Aquelas mãos dão e pedem ao mesmo tempo.
Vós sábios, deponde a vossa sabedoria e tornai-nos simples como
crianças. Segui-me porque é preciso decidir entre a luz e as trevas».
Morreu no campo de concentração de Aushwitz, repetindo a sua doação
como vitima pela paz e pelo seu povo de Israel.
Mulher
de singular inteligência e cultura, afamada professora universitária
de Filosofia, deixou-nos numerosos escritos de elevada doutrina e
profunda espiritualidade. O centro da sua vida e da sua contemplação
na oração, pode comprovar-se pelos seus escritos, era o mesmo de S.
João da Cruz: o mistério grandioso de Cristo Crucificado. |