Eduardo,
filho mais velho de
Eadgar,
o Pacífico,
rei da Inglaterra, e de
Etelfleda
que o rei desposara em
segundo matrimónio, foi baptizado por
São
Dunstano.
Pouco depois do seu nascimento, a mãe morreu-lhe e
Eadgar
contraiu terceiras núpcias com
Elfrida,
de
quem teve outro filho, que ficou a chamar-se
Etelredo.
Mostrando
Eduardo
favoráveis
disposições, foi-lhe dada educação digna
para herdeiro do trono. Tinha aproximadamente doze anos quando lhe
morreu o pai. Houve divisões entre os príncipes
ingleses por causa do sucessor no trono. Formou-se um partido
fomentado por
Etelredo;
pretextou-se ter
Eduardo
um
carácter violento, chegando mesmo a bater nos seus servidores.
Mas
Dunstan,
ajudado por
Osvaldo,
sentiu-se
feliz conseguindo fazer que prevalecessem os direitos de
Eduardo;
sagrou-o na presença de todos os senhores e tomou a
responsabilidade em favor do seu pupilo. Este, por seu lado, sempre
dócil aos conselhos de
Dunstan,
mostrou-se piedoso, afável, cheio de doçura e de
bondade; e deu provas duma sabedoria adiantada e de grande pureza de
costumes. Mas a felicidade do reino, dirigido por um príncipe
tão completo, não foi de longa dura.
Elfrida,
descontente por não ter conseguido elevar o próprio
filho ao trono, jurou deitar a perder
Eduardo
e
depressa encontrou ocasião de realizar o seu desígnio.
O jovem rei não ignorava as criminosas disposições
de sua madrasta, mas dava a esta todas as mostras de respeito e
afecto sincero. Amava também com ternura seu irmão
Etelredo.
Elfrida
tinha-se
retirado com o filho para o castelo de Wareham, no condado de Dorset.
Andando um dia à caça na floresta vizinha,
Eduardo
quis
visitar a madrasta; e esta desleal princesa achou favorável a
ocasião para se desembaraçar do jovem rei. Veio
portanto ao seu encontro, mandou-lhe apresentar um copo, para ele se
refrescar quando ainda estava a cavalo. E, no momento em que
Eduardo
levava
o cálice aos lábios, um criado inscrito na conspiração
apunhalou-o. Logo que se viu ferido,
Eduardo
esporeou
o cavalo para voltar para os seus; mas, como o sangue corria em
abundância da ferida, caiu logo imediatamente morto.
Isto
aconteceu no dia
18
de Março de 978.
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