Felipa pertenceu à nobre
família dos Mareri. Nasceu em 1200, no castelo situado no povoado de
São Pedro do Molito, nos arredores de Rieti, em Nápoles, Itália.
Este pequeno burgo, no período medieval, foi passagem obrigatória da
estrada que de Assis levava a Roma. Certo dia, neste castelo, a
baronesa Felipa Mareri se encontrou com Francisco de Assis, que com
o ardor da sua palavra a convenceu, como tinha acontecido algum
tempo antes com Clara de Assis, a abandonar as riquezas da casa de
sua família, para se dedicar inteiramente ao Senhor.
Durante
quatro anos, Felipa fez do iluminado irmão Francisco o seu
orientador espiritual. Depois deste período, tomou a resolução de se
consagrar a Deus, com tanta determinação que nem as pressões dos
parentes, nem as ameaças do irmão Tomás, nem os pedidos dos
pretendentes, a fizeram mudar de ideia. Inclusive, teve de seguir o
exemplo de Clara de Assis e fugiu de casa. Com algumas companheiras
se refugiou numa gruta nas proximidades da propriedade dos Mareri,
hoje chamada "Gruta de Santa Felipa".
Após três anos, esta
pequena comunidade de "religiosas da gruta" ganhou fama devido a
dedicação e seriedade das religiosas, que além da actividade
espiritual se dedicavam ao atendimento dos doentes pobres, que lhes
pediam auxílio. Nesta ocasião, seus dois irmãos, Tomás e Gentil,
foram ao seu encontro e lhe doaram o castelo de São Pedro de Molito
e as terras onde estava construída a pequena igreja do povoado.
Felipa foi para lá com
suas seguidoras, criando assim uma nova ordem religiosa, que ficou
sob sua direcção. A vida da nova Ordem foi organizada segundo o
programa traçado por São Francisco para as Clarissas de São Damião.
A observância espiritual do mosteiro foi confiada ao beato Rugero de
Todi, pelo próprio São Francisco.
Sob esta direcção o
mosteiro se tornou uma escola de santidade e a fundadora o exemplo
da vida espiritual. A ocupação principal da comunidade era o culto e
o louvor a Deus, a vida litúrgica, a literatura e o estudo da
Bíblia. Mas ao lado destas actividades espirituais, o trabalho de
assistência aos doentes foi assumido como meta do apostolado
comunitário. No mosteiro eram feitos os medicamentos para serem
distribuídos gratuitamente aos pobres.
Felipa com o seu estilo de
vida, fez reviver algumas páginas do Evangelho, num mundo que as
tinha esquecido. Ela morreu com fama de santidade no dia 16 de
Fevereiro de 1236. A sua sepultura se tornou meta de peregrinação e
logo começou a registrar graças e favores celestiais, concedidos por
Deus, pela intercessão desta sua serva.
O Papa Inocêncio IV, em
1247, beatificou a irmã Felipa Mareri, que se tornou a primeira
religiosa da Segunda Ordem Franciscana, sendo festejada no dia de
sua morte. Em 1706, os seus restos mortais foram trasladados para a
Cripta da capela da igreja do mosteiro e o seu coração que estava
incorrupto, colocado num relicário de prata, onde se mantém até
hoje.
Fonte: Pia Sociedade
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