Fernando nasceu durante 2ª Guerra Mundial.
Teve uma infância atribulada. Não chegou a conhecer o pai; a
mãe era uma jovem que trabalhava numa casa particular e
pouco tempo tinha para dedicar ao filho, que passou por
vários orfanatos. Aos oito anos Fernando entrou na Escola
salesiana do Estoril. Terminada a instrução primária, passou
a frequentar a Escola dos salesianos em Lisboa. A maneira de
ser de Fernando não
tinha
nada que se parecesse com um santinho: facilmente se
irritava perante as repreensões e as suas companhias eram
geralmente pouco aconselháveis. Quando havia desordens era
sempre um dos primeiros a ser acusado. Contudo, o seu
confessor muito o alertou para os perigos que corria, e o
director até depositava nele alguma confiança, ao ponto de
lhe fazer uma proposta: ser apóstolo entre os colegas mais
difíceis. Fernando aceitou o desafio. No final de 1954
começou a escrever um diário, que é testemunho do seu
empenho em mudar de vida. Também os seus colegas notaram
esta transformação. Passados dois anos, traçou o seu
programa de vida:
– Quero controlar a curiosidade e o olhar;
– quero ser apóstolo da Virgem Imaculada;
– quero ser sacerdote.
A sua maior proeza foi fazer com que a mãe
voltasse a ir à missa dominical, pois há muitos anos que ela
não frequentava a igreja. A 20 de Abril de 1956 durante uma
animada partida de futebol, no pátio do colégio, bateu
violentamente com a cabeça. Ficou alguns dias na enfermaria,
regressando depois à vida normal. Mas durante um recreio
magoou-se novamente na cabeça. Dores fortíssimas daí
resultantes aconselharam o seu internamento no hospital.
Então, um companheiro lembrou-se de lhe perguntar:
– “Ó Fernando, e se morresses agora?”
— “Estou preparado... A verdade é que também
se joga futebol no céu”.
A 26 de Julho, Fernando deu entrada no
paraíso.
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