Filipe nasceu em Betsaida, na Galiléia, e foi um dos primeiros
discípulos de Jesus, tendo sido, anteriormente,
discípulo de são
João Batista. O seu nome ocupa sempre o quinto lugar nas listas dos
apóstolos e é mencionado mais de uma vez no Evangelho.
Os
evangelistas Mateus, Marcos e Lucas dão-nos, de Filipe, somente o
nome e o lugar do nascimento, mas João oferece-nos maiores
particularidades sobre a sua personalidade. Os poucos elementos
fornecidos pelo Evangelho permitem-nos esboçar o perfil espiritual
do apóstolo Filipe, homem simples e aberto, primário e sincero, que
gozou da intimidade espontânea com Jesus.
Ele
era da mesma cidade de Pedro e André, e talvez fosse também
pescador. As Sagradas Escrituras nos contam que Filipe, após ter
sido chamado diretamente por Jesus, ao encontrar Natanael, mais
tarde chamado de Bartolomeu, com certa euforia lhe comunica a
notícia: "Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e que os
profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José" (Jo 1,45-46).
Em
outra passagem, João nos conta que foi Filipe quem perguntou a
Jesus, no dia do milagre da multiplicação dos pães, como faria para
alimentar tanta gente com tão poucos pães. Também, noutra ocasião,
quando se aproximaram dos apóstolos, alguns gregos que queriam ver
mais de perto Jesus e recorreram diretamente a Filipe. Então, junto
com André, transmitiram o pedido a Cristo, que os atendeu com
benevolência (Jo 12,21-23).
A
última intervenção dele aconteceu durante a última ceia. Os
apóstolos escutavam, atentos, as palavras de despedida do Mestre
quando Filipe lhe pediu um esclarecimento: "Senhor, mostra-nos o Pai
e isto nos basta". Jesus respondeu: "Filipe, há tanto tempo que
convivo convosco e ainda não me conheceis? Quem me viu, viu o Pai.
Não crês que eu estou no Pai e o Pai está em mim?" (Jo 14,8).
Nada
sabemos dele depois da ressurreição. Segundo a tradição, ele foi
enviado para pregar o Evangelho na Ásia Menor, onde patrocinou um
fato prodigioso. Filipe teria sido obrigado a reverenciar o deus
Marte, acendendo-lhe um incenso. Naquele instante, surgiu de trás do
altar pagão uma cobra, que matou o filho do sacerdote-mor e mais
dois comandados seus. Mas o apóstolo, com um gesto, os fez
ressuscitar e matou a cobra. Esse e outros milagres de Filipe foram
responsáveis pela conversão de muitos pagãos ao cristianismo.
Não
se sabe, exatamente, como ou quando Filipe morreu. Mas o mais
provável é que tenha sido crucificado em Gerápolis, no tempo do
imperador Domiciano, talvez Trajano, aos oitenta e sete anos. Suas
relíquias foram transportadas num dia 3 de maio e colocadas na
igreja dos Apóstolos, em Roma, junto com as de são Tiago, o Menor.
Por isso são Filipe é celebrado neste dia. |