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A profanação do domingo

“Nunca em tempo algum no mundo a malícia esteve tão aumentada.”

Triste e terrível constatação esta, constatação que conduz a uma solução não menos dramática, como explica o próprio Jesus : ― “Por isso mais que nunca preciso de vítimas do meu amor para serem crucificadas por mim”.

Outro grave problema abordado nesta carta e que é já um problema antigo : a profanação do Domingo.

Em 1849, em La Salette, em França, a Virgem Maria queixava-se já deste não respeito do “dia do Senhor” e anunciava a Melânia e a Maximínio os castigos iminentes se os homens não arrepiassem caminho. E os homens não arrepiaram caminho, fecharam os ouvidos à voz celeste e, a França sofreu as trágicas consequências deste desrespeito ao “dia do Senhor”.

Jesus pede que o Director espiritual da Alexandrina se invista ainda mais nas suas pregações, “que pregue contra a profanação do domingo”, mas não só sobre este tema, “que não esqueça a devoção à minha Eucaristia”, porque sem essa devoção, sem a Eucaristia a vida do cristão torna-se um deserto espiritual, porque da mesma maneira que o corpo necessita de pão para sobreviver, da mesma maneira a alma precisa de “Pão celeste” para a sua sobrevivência.

E para terminar, a Beata Alexandrina pede ao Senhor uma graça muito especial, muito particular : “Peço (...) a Nosso Senhor para que Ele me faça uma grande santa”.

E, Nosso Senhor ouviu-a !

* * * * *

« Balasar, 25 de Junho de 1935

Viva Jesus !

Meu P.

Já passa das quatro horas da tarde. Faz hoje oito dias a esta hora sabe quem estava aqui ao pé de mim ? Era Vossa Reverência. Que consolação o meu querido Jesus me deu : mas foi de pouca dura. Mas paciência ! As alegrias não são para este mundo. Havia eu de ter na terra, eu que sou uma miserável pecadora, o que o meu Jesus não teve e era inocente e o Senhor de tudo ? Deixemos as consolações e as alegrias para o Céu: temos uma eternidade inteira para gozar. O que importa neste vale de lágrimas é fazer em tudo e por tudo a vontade de Nosso Senhor, não é verdade ?

Para o demónio, Vossa Reverência a ter-me vindo visitar foi, com certeza, motivo de grande desesperação e tentava o maldito roubar-me por completo a paz. Ó meu Jesus, que seria de mim se me faltassem os auxílios do Céu ! Logo que Vossa Reverência daqui saiu, principiou ele a consumir-me. Numa coisa que eu falei a Vossa Reverência de que ainda não lhe tinha falado, ele tentava persuadir-me que a não tinha dito bem e que me tinha desculpado : eu que não tinha dor dos pecados, e que fazia as coisas por vaidade. E neste ponto esqueci-me eu de falar a Vossa Reverência. Também me parecia que não rezava bem a penitência o que me obrigou a rezá-la não sei quantas vezes. Enfim, servia-se de muitas coisas para me afligir. Chorei muitas lágrimas. No dia do Corpo de Deus chorei muito, esse dia foi muito triste para mim. Mas ele coitado é muito religioso, queria que eu me confessasse a outro padre. E eu, no meio de tudo isto, recorria a Nossa Senhora e dizia-lhe assim :

― Ó minha querida Mãezinha do Céu, alcançai-me do vosso e do meu Jesus a paz para a minha alma, se assim for da Sua Santíssima Vontade e se não for, ao menos, não consintais que o demónio me vença. Ó minha Mãe do Céu, vede a minha miséria mas não a desprezeis, compadecei-vos dela; rogai a Jesus por mim.

Eu bem não quero pensar no passado para não desobedecer a Vossa Reverência, mas sou tão fraca !

No dia vinte e um, depois da Sagrada Comunhão, sentia uma grande união com Nosso Senhor. Depois um forte calor e uma força que me abraçava. Assim passei alguns momentos e por fim falava-me Nosso Senhor :

— Eu venho a ti para que te unas toda a mim. Para quê tanto desânimo ? Para que dás ouvidos ao que te segreda o meu inimigo, o demónio ? Eu permito isto para te aumentar mais no meu amor ; mas não o deixo vencer-te. É certo que me ofendeste muito com as tuas muitas e grandes faltas, mas ainda bem que te levantaste. Eu caí para te dar o exemplo. Grande foi o teu desânimo; tem confiança em Mim, abraça a cruz e não temas, Eu estarei a teu lado para te não deixar cair ; subirás sem perigo. Mete-te nos meus sacrários que não corres perigo : vive lá a fazer-me companhia a consolar-me e a pedir-me pelos pecadores. Minha filha, Eu nunca fui tão ofendido como agora. Nunca em tempo algum no mundo a malícia esteve tão aumentada. Por isso mais que nunca preciso de vítimas do meu amor para serem crucificadas por mim. Vai filhinha, vai e não temas que Eu estou contigo.

No dia vinte e cinco, no fim da Sagrada Comunhão, falava-me Nosso Senhor :

— Minha filha, meu amor, amor da minha Eucaristia ! Anda para o teu Jesus, para o teu amor, para o teu esposo. Manda dizer ao teu pai espiritual que é própria a ocasião dele pregar contra a impureza que alastra e envenena o mundo todo. É esta e os filhos desta que são a causa de Eu ser mais gravemente ofendido. Que pregue sem medo e sem receio : que diga que sou Eu quem o peço Que é Jesus que se serve de alguém para o mandar falar. Que pregue contra a profanação do domingo. Que não esqueça a devoção à minha Eucaristia. Eu que preciso muito ser amado naquele sacramento de amor. Continua tu, minha filha, a viveres comigo e a ofereceres-te toda sem condições nem reserva para seres crucificada vítima do meu amor para acudires aos pecadores.

Eu era acariciada e dizia-me Nosso Senhor :

— Amo-te tanto minha filha ! Abrasa-te toda no meu amor. O amor que Eu tenho à tua alma não me deixa separar de ti.

Eu, muitas vezes ao dia nas minhas pobres orações, recomendo a Nossa Senhora que não se esqueça de lhe pedir para ela, pedir por mim a Nosso Senhor para que Ele me faça uma grande santa. Mas estou tão verde ! E o meu querido paizinho também se não esqueça de mim, não ? Sabe bem a minha necessidade. Eu prometo nunca mais o esquecer. Adeus. Fico abafando em mim as saudades por não poder ir aí também.

Abençoe, por caridade, a pobre,

                        Alexandrina M. C. »[1]


[1] Carta ao Padre Mariano Pinho : 25 de Junho de 1935.

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