A
Bem-aventurada Francisca de Amboise, viúva, foi filha dos príncipes
de Talmont e viscondes de
Thouars. Ao lado de seu esposo,
foi coroada duquesa de Bretanha. Depois de viúva, professou na ordem
do Carmo. (29 de maio de 1427 -
4 de novembro de 1485).
Fundadora
do primeiro convento de carmelitas da França. Morreu em Nantes no
convento carmelita que também ela tinha fundado. Foi beatificada
pelo Papa Pio IX em 1863.
À
medida que correm os tempos, o número de sacerdotes e clérigos
santos vai diminuindo. Mas diminui muito mais o número de príncipes
e princesas santos.
Na
Idade Média havia uma multidão de imperatrizes, reis, príncipes e
princesas santos. Nos tempos modernos, nenhum foi canonizado. Nos
tempos contemporâneos, um ou outro; muito raro.
Entretanto, os grandes senhores feudais, príncipes e nobres que
chegaram à honra dos altares são símbolos da realeza ou do
feudalismo introduzidos nos altares. A Igreja reconhece a santidade
da condição que eles ocupavam.
Porque, se aquela condição fosse intrinsecamente injusta, como a
Revolução Francesa pretende, um santo não poderia ser um senhor
feudal.
Se,
ser senhor feudal é viver num estado de opressão e rapina
necessariamente em relação aos pobres, então um senhor feudal não
poderia ser santo, pela mesma razão que um senhor feudal não pode
ser gatuno: são condições intrinsecamente contrárias à virtude
cristã.
Se
eles estivessem em vida, estariam lutando pela defesa dessa ordem
que eles representaram.
A
recordação da bem-aventurada Francisca de Amboise nos mostra pessoa
não apenas que não quer ser infiel, mas aspira ao máximo de
fidelidade. Portanto, o máximo de heroísmo, denodo, e agressividade
pela causa do bem.
A
esses santos devemos pedir o espírito dos cavaleiros antigos que
tinham a promessa de nunca recuar; acontecesse o que acontecesse,
eles iam sempre para a frente. É a forma de coragem própria da
cavalaria cristã, e que nunca foi superada depois dela. Uma
fidelidade dinâmica, tendente ao heroísmo, à sublimidade e à
perfeição.
Fonte: Plinio Correia de Oliveira, 1964) |