Francisca (Franziska) Nisch nasceu de uma relação fora do casamento,
em 1882, pois recusaram a seus pais a autorização para se casarem, o
que aconteceu mais tarde. Ela veio ao mundo num pequeno vilarejo de
Souabe
Oberdorf-Mittelbiberach (Alemanha). A pequena «Franzi» foi
criada por sua avó e por sua madrinha, que lhe dispensaram todo o
afeto que ela não encontrou junto a seu pai, que era muito duro com
ela, mas a quem ela sempre obedecia. Na escola, Franzi quase não se
destacava, um pouco «bobinha», freqüentemente quebrando as
coisas, solitária, simples, piedosa e sempre amável. Como sua
família era pobre, Franzi, junto com seus irmãos e irmãs mais novos,
conseguiam arrecadar alguns donativos junto às pessoas das
redondezas: pão, ovos, frutas. Sempre adoentada, ela falta muito às
aulas e seus resultados acabam não sendo muito bons.
Após
terminar os estudos primários, Franziska, já aos doze anos, foi
transferida para diversos lugares. Finalmente foi admitida como
empregada na casa de uma família em Rorschach, na Suíça. Caiu
doente, tuberculosa, e precisou ser internada. No hospital, foi
tratada com grande carinho e bondade pelas Irmãs de Caridade de
Ingenbohl, tanto que Franziska decidiu entrar para a congregação
delas. Foi recebida em Hagne, onde elas possuíam uma casa
provincial. Irmã Ulrika é o nome religioso que Franziska adota. Ela
trabalha como auxiliar de cozinha em Bühl, depois em Baden-Baden.
Irmã
Ulrika aceitava todos os serviços, muitas humilhações e sofria com
terríveis dores de cabeça, mas jamais se queixava. Às vezes, ela se
sentia em meio a trevas durante suas orações. “Essas penosas
experiências conduzem Irmã Ulrika a uma serenidade de coração que
lhe permite ver nas menores coisas a mão paternal de Deus, e acolher
cada instante da sua vida com uma gratidão de criança”(João
Paulo II). Irmã Ulrika reza dia e noite. Tudo para ela se transforma
em oração. Ela tem a graça de receber visões místicas. Junto dela,
as pessoas se sentem como se estivessem no Paraíso.
Adoecendo novamente devido à tuberculose, Irmã Ulrika é levada à
casa provincial, em Hagne, onde morre aos 31 anos, em 1913. Quando
decidem escrever sua biografia, algumas pessoas se espantam, pois
não vêem onde residiria sua santidade. Aliás, os títulos das
primeiras publicações são eloqüentes: “A santa do nada”, “A
santa das marmitas”, “A voz silenciosa”. Mas os fatos
falam por si só: seu túmulo está sempre florido e inúmeros
testemunhos dão provas de graças alcançadas por sua intercessão.
Vale notar que Irmã Franziska Ulrika foi beatificada antes da
fundadora da sua congregação, Madre Marie-Thérèse Scherer, outra
grande santa. |