No
grande cenário dos santos sociais italianos, despontados na região
da cidade de Turim, Francisco Faà de
Bruno
é uma das figuras mais complexas. A maioria deles ingressou na vida
religiosa para se formar já na condição de sacerdotes diocesanos.
Ele ingressou "tarde" na ordenação sacerdotal, tendo exercido o seu
apostolado de laico nos campos fundamentais.
Francisco nasceu na cidade italiana de Alexandria, em 29 de março de
1825, era o caçula dos doze filhos de uma nobre família muito
cristã. Aos dezesseis anos, ingressou na Real Academia Militar, com
o objetivo de seguir uma carreira no exército. Porém, por ser um
cristão convicto, entrou em conflito pessoal com relação à
irreligiosidade "de prescrição" decorrente do mundo
político-militar. Por isto, doze anos depois trocou a carreira pelo
estudo acadêmico das ciências exatas. Viajou à Paris e na
universidade de Sorbone, obteve o título de doutor com louvor.
Retornando à sua cidade foi trabalhar como professor de matemática.
Em 1871, Faà de Bruno era um conceituado professor da universidade
de Turim, sendo o titular da cadeira. Seus trabalhos matemáticos o
tornaram famoso em todo o mundo, sendo publicados e traduzidos em
vários países. Entretanto, simultaneamente à sua atividade
intelectual, Faà de Bruno sempre se manteve em contato e atuando
junto às comunidades religiosas. Era amigo pessoal do padre João
Bosco que, em Turim, trabalhava para ajudar os meninos que chegavam
à procura de um emprego urbano. Dom Bosco patrocinava aos jovens,
instrução profissionalizante, religiosa, alojamento e recreação.
Faà de
Bruno percebeu que deveria actuar na outra ponta, auxiliando as
meninas, que ficavam expostas às armadilhas urbanas, enquanto
buscavam a sobrevivência e um emprego. Criou para elas, com um grupo
de senhoras, a Obra de Santa Zita que mantinha as jovens sob sua
guarda no Conservatório do Sufrágio, uma casa similar às fundadas
por Dom Bosco, para os meninos. Não satisfeito, fundou a Tipografia
do Sufrágio, que funcionava como escola tipográfica para as jovens.
Alí ele imprimia a Revista de Matemática, que era vendida em países
e cujas divisas eram revertidas para a Obra.
Em
1867, no pequeno povoado de São Donato, iniciou-se a construção da
igreja de Nossa Senhora do Sufrágio, cujo projeto foi feito por ele.
Nove anos depois, ele escolheu esta igreja para celebrar a sua
primeira Missa. Isto mesmo, Faà de Bruno, o professor, seguindo o
conselho de Dom Bosco, desejou ser padre aos cinqüenta anos de
idade, e se fez em dez meses, por intervenção directa do Papa Pio
IX. Depois, para dar estabilidade à Obra de Santa Zita, o padre
fundou em 1881, a ordem religiosa das Irmãs Mínimas de Nossa Senhora
do Sufrágio.
Padre
Francisco Faà de Bruno morreu serenamente em 27 de março de 1888.
Exatamente um século depois, o Papa João Paulo II, o beatificou,
para ser reverenciado no dia de sua morte. As suas relíquias estão
guardadas na igreja que ele projetou, em Turim, Itália. As irmãs
continuaram a sua Obra e hoje estão presentes na Europa e América
Latina.
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