Choukrallah Maloyan nasceu em Mardin, actualmente, Turquia, no dia
19 de Abril de 1869, filho de pais
cristãos
piedosos. Desde criança, dedicava-se a oração, a caridade e a
penitência. Recebeu boa formação académica e religiosa, sendo
fluente nas línguas árabe e turca. Descobrindo a sua inegável
vocação para o sacerdócio, em 1883 o arcebispo da comunidade
arménio-católica enviou-o para estudar a religião no Líbano.
Estudos
que foram interrompidos por cinco anos, quando voltou para cuidar da
saúde na sua cidade natal. No ano de 1901, já curado, retomou os
estudos de filosofia e teologia no Líbano. Tornou-se membro do
Instituto do Clero Patriarcal de Bzommar e, em 1896, recebeu a
ordenação sacerdotal, tomando o nome de Inácio, a exemplo do seu
santo de devoção.
Logo
foi nomeado pregador dos sacerdotes e seminaristas do Convento de
Bzommar e depois enviado para o apostolado no Egipto. Em seguida, em
Istambul, Turquia, foi eleito secretário-geral do patriarca, e
agraciado com o título de arcipreste. Depois de alguns anos no
Egipto, regressou a Mardin, onde continuou o seu abnegado trabalho
e, por isso, foi nomeado administrador dos assuntos temporais e
espirituais dessa eparquia, uma vez que o bispo tinha renunciado ao
posto.
Em
1911, viajou para Roma como secretário-geral do sínodo dos bispos
arménio-católicos. No mesmo ano, foi nomeado bispo de Mardin, uma
das eparquias arménio-católicas mais importantes.
Nessa
Sede desempenhou um ministério exemplar, melhorando o nível
educativo, cultural e religioso das escolas da comunidade arménia, e
difundiu um espírito de grande piedade. Propagou em todas as
paróquias de sua diocese o amor e a devoção ao Santíssimo
Sacramento, ao Sagrado Coração e à Santíssima Virgem Maria.
O seu
patriotismo não passou despercebido ao sultão do Império Otomano,
que o condecorou com a Legião de Honra. Durante a guerra, os
soldados turcos invadiram as igrejas, semearam o terror,
aprisionaram e torturam pessoas inocentes, provocando o vigoroso
protesto do bispo Maloyan, que exortava os seus sacerdotes a rezar
pedindo a protecção de Deus.
Preso
de maneira arbitrária quando o governo decidiu acabar com os
cristãos na Turquia, foi induzido a professar a fé do islão, mas
respondeu energicamente: "Nunca renegarei Cristo, nem os
ensinamentos da Igreja Católica, à sombra da qual cresci e da qual,
sem ser digno, fui um dos seus ardorosos discípulos", provocando a
fúria dos presentes.
Torturado cruelmente na prisão, foi morto no dia 13 de Junho de
1915. Porém, antes de partir para a casa do Pai, tomou algumas
migalhas de pão, consagrou-as e deu-as aos seus companheiros como
corpo de Cristo. O papa João Paulo II beatificou Inácio Maloyan em
2001, e indicou o dia de sua morte para a sua veneração litúrgica.
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