João
Dominici nasceu no ano 1355, em Florença, na Itália. De origem muito
humilde ele teve sérias dificuldades para estudar e, além disso,
gaguejava. Com forte vocação religiosa, tentou ingressar no convento
dos dominicanos, mas foi recusado pela falta de qualificação
intelectual e o fato de ser gago também pesou.
Apesar
destas desvantagens, João não desistiu, na segunda tentativa, aos
dezassete anos, ingressou na Ordem Dominicana no convento de Santa
Maria Novella. Surpreendeu a todos pelo carácter afável e generoso,
pela inteligência e dedicação nos estudos, pelo destacado zelo às
regras, às orações e pela austeridade de vida e duras penitências.
A única
coisa que o entristecia era a dificuldade encontrada na pregação dos
vigorosos sermões que escrevia, mas que ao serem pronunciados
pareciam ridículos. Em 1381 sua cura aconteceu, quando prostrado e
chorando orou à Santa Catarina de Sena, para que intercedesse por
ele. E a Santa de sua devoção o atendeu. Foi completar os estudos em
Pisa e Paris tornando-se um excelente teólogo e um eloquente
pregador.
Ao
destacado ministério da Palavra uniu sua talentosa eficácia de
escritor, cujas obras alcançaram um alto valor catequético e
pedagógico. Tornou-se estreito colaborador de Raimundo da Cápua,
agora Beato, Provincial daquela região, que à época se dedicava a
restaurar as regras da estrita observância, tanto assim que foi
considerado um segundo fundador da Ordem Dominicana. Este Provincial
enviou João à Veneza, em 1394, para promover a Reforma em todos os
conventos e mosteiros.
Ali foi
eleito prior do convento de Santa Maria Novella e em seguida começou
a obra da restauração da estrita observância, pelo Convento de São
Domingos de Veneza. Depois foi de convento em convento preparando o
grande reflorescimento da santidade e do apostolado, como o fundador
da Ordem dos pregadores, São Domingos, havia projectado.
Fundou
um convento feminino chamado de Corpus Christi e o Convento
masculino de São Domingos de Fiesole, que foi celeiro de Santos e de
apóstolos, entre os quais se destacaram Antonino e Frà Angélico,
ambos discípulos de João Dominici. Em 1406 ele foi nomeado pelo Papa
Gregório XII, seu Embaixador em Florença. E dois anos depois,
animado pelas virtudes de João, o consagrou Arcebispo de Ragusa e
Cardeal do título de São Xisto.
Participou entre 1414 e 1418, do Concílio de Constança conseguindo
com sua influência e autoridade de confessor particular e
conselheiro pessoal do Papa Gregório XII, que este renunciasse,
colocando um fim no cisma que iniciara na Igreja do Ocidente.
O novo
Papa, Martinho V, em 1418, o nomeou Delegado do seu governo, para a
Boémia, Polónia e Hungria, onde novas heresias começavam a
proliferar. Porém seu zeloso trabalho apostólico foi interrompido,
quando uma febre fulminante lhe tolheu a vida, em 10 de Junho de
1419, na cidade de Budapeste, na Hungria.
O Papa
Gregório XVI beatificou João Dominici em 1832, confirmando para o
dia de sua morte o culto litúrgico.
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