São
José de Leonissa, nasceu a 8 de Janeiro de 1556 em Leonissa. Quando
tinha 16 anos entrou em Rieti na Ordem dos Capuchinhos. Fez o
noviciado no pequenino convento de Carcerelle, junto a Assis, onde
se
exercitou
na mais dura penitência. Usando uma típica expressão franciscana,
chamava ao seu corpo o "irmão burro" e tratava-o com pouco alimento
e as mais diversas privações. Escolheu para si o caminho da
humildade e da pobreza.
A 21 de
Maio de 1581 foi ordenado sacerdote em Perugia e, em seguida,
destinado ao ofício de pregador. No dia 1 de Maio de 1587, com mais
dois irmãos chegava a Constantinopla para fundar ali uma Missão.
Interessou-se pela libertação dos cristãos caídos na escravatura,
deu-lhes alento na sua fé e reconduziu à Igreja até um Bispo que
havia apostatado.
Acabou
por cair prisioneiro dos Turcos, por causa do seu atrevimento em
tentar ir pregar ao mesmo Sultão Murad III. Ali foi açoitado e
depois suspenso de uma trave sob a qual acenderam uma fogueira que
ardia lentamente. Durante três dias permaneceu suspenso por um
gancho numa das mãos e outro num dos pés. E não morreu. Só Deus sabe
como conseguiu sobreviver a este suplício e como se curaram as suas
terríveis feridas.
Falou-se da intervenção milagrosa de um anjo que teria alentado o
seu corpo e curado as suas chagas. Certamente não é fácil de
explicar de outro modo aquela resistência que desafia todas as leis
naturais. E foi quase um milagre que o Sultão, maravilhado pelo que
sucedera, comutasse a pena de morte pelo exílio perpétuo. Em
Constantinopla, de facto, São José praticou um gesto propriamente de
um louco. Tentou entrar no palácio para pregar diante do Sultão,
esperando vir a convertê-lo. Preso pelos guardas, foi julgado como
réu de crime de lesa majestade.
Voltando para Itália, pôde prosseguir na mesma vocação missionária
que o levara a pregar até diante do Sultão. Agora, porém, ele era
pregador à saída das casas, nas aldeias, nas cidades da Umbria. Os
resultados foram verdadeiramente consoladores: conversões e
reconciliações em toda a parte. A vida penitente e os carismas
sobrenaturais aumentavam a eficácia da sua palavra. Promoveu obras
de assistência social como os "Monte Pios", Hospitais e outras obras
de beneficência.
No
Arquivo da Postulação Geral dos Capuchinhos existe um vastíssimo
material de manuscritos, pregações, homilias, panegíricos e outros
apontamentos de pregação.
Quando
tinha 57 anos de idade acabou por ficar doente. Retirou-se para o
convento de Amatrice, junto a Rieti. Ali verificaram que ele era
vítima de um tumor. Tentaram operá-lo, Deus sabe de que maneira. Foi
aquele o seu segundo martírio. Recusou, porém, ser amarrado como
sugeriam os médicos. Não se levantou mais da cama. Como anestésico,
conservava apenas por longo tempo o crucifixo apertado contra o
peito. Era o dia 4 de Fevereiro de 1612 quando entregou a sua alma a
Deus. Foi canonizado por Bento XIV a 29 de Junho de 1746.
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