Macário
recebeu esse nome por causa de seu tio e padrinho de baptismo: o
bispo de Antioquia. Mas dele não
herdou
apenas o nome, como também a sua religiosidade e o destino: ser
líder e ocupar um posto importante na Igreja.
Macário
nasceu na Arménia, no final do primeiro milénio, foi educado sob a
orientação do tio-padrinho e cresceu preparando-se com esmero para
tornar-se um sacerdote, o que aconteceu assim que atingiu a idade
necessária. Também não causou nenhuma surpresa sua indicação para
suceder o tio como bispo.
Nesse
posto, Macário realizou o apostolado que depois seria a causa de sua
canonização. Pregava diariamente, visitava todos os hospitais
confortando os doentes e dividindo tudo o que tinha com os pobres. O
que resultou disso foi a conversão constante de pagãos. Ainda nessa
fase, conta a tradição que aconteceu um prodígio presenciado por
muitos: Macário, quando se ajoelhava para rezar, ficava tão
emocionado que levava constantemente, entre as mãos, um pano para
enxugar as lágrimas.
Um
leproso teria aplicado esse pano ainda túmido sobre suas feridas e
se curado da terrível doença. Bastou para que, diariamente, uma
multidão de doentes procurasse a casa do bispo Macário para receber
sua bênção. Assim, outras graças se sucederam.
Porém a
fama desagradava o humilde bispo. Ele, então, empossou um substituto
para a diocese, o padre Eleutério, e buscou a solidão. Na companhia
de quatro sacerdotes, viajou como penitente à Terra Santa,
peregrinou aos lugares sagrados e passou a pregar. Converteu
centenas de muçulmanos e com isso provocou a ira dos poderosos.
Preso e torturado, foi deixado à noite pregado por enormes pregos
que perfuravam seus pés e mãos, no chão de uma cela, numa espécie de
crucificação. Entretanto, durante a noite, um anjo apareceu na cela
e libertou Macário dos pregos. As portas da prisão se abriram
sozinhas e ele ganhou a liberdade. Assim dizem os escritos da
tradição cristã.
Macário
ainda evangelizou e praticou curas na Alemanha, Bélgica, Holanda e
Itália.
Foi por
essa época que teria apagado um incêndio em Malines, Bélgica, ao
fazer o sinal da cruz. Terminou seus dias no convento dos
agostinianos de São Bavo, em Gent, também na Bélgica, mas decidiu
que morreria em sua terra natal. Mesmo gravemente doente, conseguiu
fazer a viagem de volta enfrentando pelo caminho a peste, que
dizimava populações. Sua história se fecha com outro fato
prodigioso: comunicou aos companheiros que seria a última vítima da
peste. E tudo aconteceu como ele dissera.
Depois
que o bispo Macário morreu, em 10 de Abril de 1012, ninguém mais
perdeu a vida por causa daquele mal contagioso. Sua festa litúrgica
ocorre no dia do seu trânsito, sendo considerado o padroeiro das
grandes epidemias.
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