Margarida pertencia à família Ebner, muito rica e respeitada, da
aristocracia alemã. Ela entrou no Mosteiro de Maria Santíssima em
Medingen, da diocese de Augusta, e tinha apenas quinze anos de idade
quando
vestiu
o hábito dominicano.
Depois, de 1314 até 1326, sofreu diversas e graves enfermidades, as
quais quase a levaram ao fim da vida. Mais tarde, por causa da
guerra, a comunidade monástica dispersou-se e Margarida voltou para
a casa paterna, na qual continuou a viver totalmente reclusa,
dedicada à oração e à penitência.
Quando tudo retornou ao normal, ela voltou para a clausura daquele
mesmo mosteiro. Em 1332, conheceu o sacerdote Henrique Susso, hoje
também santo, que logo se tornou o seu diretor espiritual. As duras
provações físicas por que passou lhe proporcionaram adquirir os dons
das revelações, das visões e das profecias. Tanto assim que ela
escreveu em seu diário que no dia 1o de novembro de 1347 foi
recebida em matrimonio espiritual por Jesus.
Margarida Ebner foi, sem dúvida, a figura central do movimento
espiritual alemão dos "amigos de Deus". A sua espiritualidade segue
o ano litúrgico e concentra-se na pessoa de Jesus Cristo.
O
seu diário espiritual, escrito de 1312 até 1348, que chegou até os
nossos dias, revela a vida humilde, devotada, caritativa e confiante
em Deus de uma religiosa provada por muitas penas e doenças. Ela que
viveu e morreu no amor de Deus, fiel na certeza de encontrar-se em
plena comunhão com seu Filho Jesus, como sempre dizia: "Eu não posso
separar-me de ti em coisa alguma". A beleza dessa alma inocente foi
toda interior.
A
santa humanidade de Jesus foi o divino objeto da sua constante e
amorosa contemplação e nela reviveu os vários mistérios no exercício
da virtude, no holocausto ininterrupto dela mesma, no sofrimento
interno e externo, todo aceito e ofertado com Jesus, para Jesus e em
Jesus. Margarida Ebner morreu no dia 20 de junho de 1351, no
Mosteiro de Medingen, onde foi sepultada.
Sem
dúvida, entre os grandes místicos dominicanos do século XIV, brilha
a suave figura desta religiosa de clausura que conquistou o apelido
de "Imitadora Fiel da Humanidade de Jesus". Em 1979, o papa João
Paulo II ratificou o seu culto com sua beatificação, cuja festa "ad
imemorabili" o mundo católico reverencia no dia do seu trânsito.
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