Maria Clara do Menino Jesus

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Maria Clara do Menino Jesus
Religiosa, Fundadora, Beata
1843-1899

Quem foi Madre Maria Clara – Mãe Clara

A 1 de Dezembro de 1899, faleceu em Lisboa a MÃE DOS POBRES, Madre Maria Clara do Menino Jesus, fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição.

Nascera 56 anos antes, a 15 de Junho de 1843, e o seu nome de Família era Libânia do Carmo Galvão Mexia de Moura Telles de Albuquerque. Viu a luz da vida na “Quinta do Bosque”, situada na povoação hoje conhecida pelo nome de Amadora, nos arredores de Lisboa.

Tendo ficado órfã nas epidemias de 1856-57, foi educada no Asilo Real da Ajuda, em Lisboa, destinado às órfãs de famílias nobres. Aos 19 anos, com a expulsão das Irmãs da Caridade francesas, em Outubro de 1857, foi acolhida no Palácio dos Marqueses de Valada, com quem viveu durante cerca de 5 anos. Os Marqueses trataram-na como uma filha.

Após este tempo, vivido no meio de luxos e vaidade social, decidiu renunciar a tudo e entrar no Pensionato de S. Patrício, junto das Irmãs Capuchinhas Concepcionistas, orientado pelo Padre Raimundo dos Anjos Beirão.

Aqui, percebendo o chamamento do Senhor, iniciou uma caminhada de entrega definitiva a Deus, consagrando-se na Ordem Terceira de S. Francisco, sob a orientação espiritual do Padre Raimundo, ele também frade franciscano vítima das expulsões dos religiosos pelo governo de então. Recebeu o hábito de Capuchinha em 1869, com o nome de Irmã Maria Clara do Menino Jesus.

Em Portugal vigorava a proibição das Congregações Religiosas. A Irmã Maria Clara foi a Calais, na França, para aí fazer o seu noviciado e emitir os votos públicos.

Era urgente a fundação de um instituto genuinamente português para dar resposta às necessidades que a pobreza e todos os tipos de miséria que padeciam as pessoas.

Regressada a Portugal a 1 de Maio de 1871, deu início à Congregação das Irmãs Hospitaleiras dos Pobres pelo Amor de Deus. Fundou a primeira comunidade, em S. Patrício, em 3 de Maio daquele ano e, cinco anos depois, a 27 de Março de 1876, a Congregação era aprovada pela Santa Sé.

A Congregação foi aprovada pelo Governo Português como Associação de beneficência, a 22 de Maio de 1874.

Dotada de um coração transbordante de bondade e de ternura pelos mais pobres e abandonados, a Serva de Deus dedicou a vida inteira a minorar sofrimentos e dores. Encheu Portugal de Centros de Assistência, Atendimento e Educação, onde todos os desvalidos pudessem encontrar carinho, agasalho e amparo, qualquer que fosse a condição social.

Durante o tempo em que foi Superiora Geral, abriu mais de 100 obras e recebeu mais de mil irmãs.

Através dos seus membros, a Congregação procurava estar presente e actuante em todo o lugar onde houvesse o bem a fazer. No meio dos sofrimentos de toda a espécie: na solidão, na doença, na perseguição de que foi alvo, na incompreensão e na calúnia. A Madre Maria Clara soube manter-se sempre fiel a Deus e à missão que Ele lhe confiara. Viveu em constante serviço alegre e generoso a todos. Sem excepção. Desculpava e perdoava a todos, com caridade e fé heróicas. Àqueles de quem recebia maiores ofensas servia de joelhos.

Convicta de que “nada acontece no mundo sem permissão divina”, tudo recebia como vindo das mãos de Deus: pessoas e acontecimentos, dores e alegrias, saúde e doença. A única razão de ser da Congregação deveria consistir em servir, animar, acolher e aconchegar a todos. Iluminar e aquecer. A hospitalidade.

Viveu toda a sua vida numa esperança e confiança inabaláveis. Nada possuindo além do amor de Deus em Cristo Crucificado, que ela experimentava em todos aqueles a quem chamava a “minha gente”.

Repousa hoje na Cripta da Capela da Casa Mãe da Congregação, em Linda a Pastora, onde acorrem inúmeros devotos a testemunharem as graças recebidas. O processo de canonização segue o seu curso, em Roma. É a fé no nosso Deus, glorificado na santidade daqueles que escolheram dizer sim com a vida.

3 de maio de 1876 – 3 de maio de 2007 – Parabéns !

Hoje é um dia grande na minha história pessoal, na história da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição e... porque não dizer a verdade histórica ! ― na história do nosso país. E digo-o, porque são muitos os efeitos positivos na construção da sociedade portuguesa dos últimos 131 anos.

Vejam só algumas pequeninas “curiosidades” a provar o que afirmei.

Em 1856, a epidemia de cólera-morbus invadiu a cidade de Lisboa e grande parte do país, fazendo inúmeras vítimas entre todas as classes sociais. No ano seguinte... o terrível flagelo da febre amarela. Ora, o Reino viu-se confrontado com a necessidade de responder às necessidades urgentíssimas de uma tal situação, nomeadamente tratar dos órfãos, filhos desta tragédia.

Era rei D. Pedro V, que decidiu ceder parte do seu palácio da Ajuda e aí fundou o Asilo Real, que dava educação às filhas órfãs das famílias nobres e fidalgas de então.

O seu predecessor, D. Pedro IV, extinguira todas as casas religiosas por decreto de 30 de Maio de 1834. Daí que não havia Institutos Religiosos no país que ajudassem a minorar os efeitos da epidemia, D. Pedro V mandou vir as Irmãs de S. Vicente de Paulo, a quem Àentregou” o supra referido Asilo Real da Ajuda.

Foi nesse colégio que Libânia do Carmo Mexia Galvão Telles de Albuquerque ― a nossa Madre Maria Clara do Menino Jesus ―, também ela órfã, fez a sua educação e formação.

Entretanto, a feroz perseguição orquestrada pela maçonaria ― e que pôs o país em risco de guerra civil! ― levou novamente à expulsão de todas as ordens religiosas de Portugal e ao consequente encerramento dos Conventos e Casas Religiosas. Os seus bens foram  incorporados  na Fazendo Nacional. Confiscados, portanto. Os seus membros ― aqueles que não fugiram para fora do país ― foram condenados à “rua”.

Foi neste contexto histórico que nasceu a Congregação, a CONFHIC. E nasce apenas e só pelo simples facto de haver alguém que continua a manter os olhos e o coração abertos aos outros e ao mundo.

É que ontem, como hoje (ao contrário do que se quer fazer crer), as respostas às necessidades sociais, incluindo a própria sobrevivência, não eram plenamente asseguradas pelos governos de turno. Só com a ajuda de pessoas com Evangelho de Jesus Cristo a correr-lhes nas veias é que se podia minorar tanta miséria. E foi o que aconteceu com a nossa protagonista, Madre Maria Clara. Ela pôs-se à frente deste serviço-mistério que foi o de fazer de todos os pobres a SUA GENTE.

À custa de grandes dificuldades e sacrifícios, o Governo de então, lá aprovou a Congregação, mas com o estatuto de associação de beneficência, por um alvará de 22 de Maio de 1874.

Em 1876 conseguiu-se a aprovação da Santa Sé e a 3 de Maio do mesmo ano foi eleita Superiora Geral a Madre Maria Clara do Menino Jesus, em cerimónia que foi revestida de grande solenidade.

O Fundador, Padre Raimundo dos Anjos Beirão, pôs-lhe uma coroa de flores de laranjeira na cabeça, da qual pendia um cacho das mesmas flores até ao pescoço. Ao peito levava um amor perfeito, como símbolo do amor intensíssimo com que amava a sua Congregação. Essa coroa conservou-se como relíquia, mas foi destruída no meio das ruínas da revolução de 1910.

Refira-se a título de notícia que o processo de beatificação já deu entrada há alguns anos e as informações vindas de Roma dizem-nos que está “bem posicionado”. Daí que, não por ela mas porque somos nós quem mais precisamos, não nos cansemos de invocar a sua intercessão.

Hoje, somos nós, as suas filhas e filhos que prolongamos o rosto desta mulher, que fez da sua vida reflexo do verdadeiro rosto do Pai. Hoje é a festa de S. Filipe e de S. Tiago. E não é por acaso, até porque no dizer da nossa Mãe Clara “nada acontece sem permissão divina”, que no Evangelho do dia, ao pedido de Filipe, Jesus responde: “Quem me vê, vê o Pai”.

Que todos nós, para quem a Mãe Clara se tornou luz e modelo de vida, nunca nos cansemos de lhe pedir que nos mostre Jesus.

E que todos nós possamos dizer à semelhança de Jesus e salvas as devidas distâncias, quem nos vê, vê a Mãe Clara. Porque quem a via, via Jesus Hospitalidade.

No dia 10 de Dezembro de 2010, a Agência noticiosa Zenit, anunciou:

«CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 10 de Dezembro de 2010 (ZENIT.org) – Bento XVI aprovou hoje os decretos de reconhecimento dos milagres, martírio e virtudes heróicas de um beato e 15 servos de Deus, após uma audiência concedida ao Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Ângelo Amato.

Entre eles, está a portuguesa Maria Clara do Menino Jesus (1843-1899)».

Esta notícia anunciava também a próxima beatificação da Serva de Deus.

http://amissaoadblog-mteresamonteiro.blogspot.com/2007/06/quem-foi-madre-maria-clara-me-clara.html

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