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ALEXANDRINA E A EUCARISTIA

O amor que a Alexandrina nutria pela divina Eucaristia, não era devoção recente nela: desde a mais tenra idade o seu coração tinha sido atraído pelo “Jesus da Hóstia” que tantas vezes virá visitá-la e algumas vezes se dará a ela directamente ou por intermédio do seu anjo da guarda, como podemos ler a seguir:

— Minha filha, vou dar-te o grande privi­légio, vou dar-te a prova da minha loucura de amor. Amo-te tanto, tanto, amo-te com o maior amor com que Deus pode amar uma criatura Sua. Vais receber-Me na Eucaristia. O teu anjo da guarda vai ser quem Me vai depositar na tua língua para Eu baixar ao teu coração. (S. 16-04-1954)

A primeira referência à Eucaristia, nos escritos da Alexandrina, encontramo-la na sua Autobiografia, a quando da sua primeira Comunhão, onde ela sente o “toque” divino, como ela mesma o explica:

«Foi na Póvoa de Varzim que fiz a minha Primeira Comunhão, com sete anos de idade. (…) Quando comunguei, estava de joelhos, apesar de pequenina, e fitei a Sagrada Hóstia que ia receber de tal maneira que me ficou tão gravada na alma, parecendo-me unir a Jesus para nunca mais me separar d’Ele. Parece que me prendeu o coração. A alegria que eu sentia era inexplicável.»

Desde então habituou-se a uma prática muito pessoal para com o “Jesus da Hóstia”, como algumas vezes dizia.

«Não deixava dia nenhum de rezar a estação ao Santíssimo Sacramento, meditada, quer fosse na igreja quer em casa, até pelos caminhos, fazendo sempre a comunhão espiritual.»

Para esta devoção compôs mesmo uma oração que recitava todos os dias, depois da “estação” e da meditação e que é de uma particular beleza:

«Ó meu Jesus, vinde ao meu pobre cora­ção! Ah, Eu desejo-Vos, não tardeis! Vinde enriquecer-me das Vossas graças; aumentai-me o Vosso santo e divino amor. Uni-me a Vós! Escondei-me no Vosso Sagrado Lado! Não quero outro bem senão a Vós! Só a Vós amo, só a Vós quero, só por Vós suspiro! Dou-vos graças, Eterno Pai, por me haverdes deixado a Jesus no Santíssimo Sacramento. Dou-Vos graças, meu Jesus, e por último peço-Vos a Vossa santa bênção! Seja louvado em cada momento o Santíssimo e Diviníssimo Sacramento da Eucaristia!»

Com o passar dos anos, esta maneira de proceder não afrouxou, bem pelo contrário, foi aumentando num crescendo gradual que a idade ia afinando sempre cada vez mais.

Com a juventude e um melhor conhecimento das coisas de Deus e, apesar das lides quotidianas nos campos, continuou a ter pela divina Eucaristia um amor que o passar dos anos nunca desmentiria.

«Pela manhãzinha — explica ela — principiava a fazer as minhas orações, começando pelo sinal da cruz, e logo me lem­brava de Jesus Sacramentado, fazendo a comunhão espiritual e dizendo esta jacu­latória: «Sagrado Coração de Jesus, este dia é para Vós. Repetia-a por três vezes.»

“E logo me lembrava de Jesus Sacramentado”! Esta curta frase prova, se fosse necessário, o seu amor ao Santíssimo Sacramento, que vai ser a sua primeira missão na terra: velar os sacrários abandonados, como veremos depois.

Ela sabe e compreende já muito bem que aquele “Jesus Sacramentado” que enche a sua alma e o seu coração se torna realmente presente quando durante a santa Missa o sacerdote pronuncia as palavras que Jesus pronunciou durante a Santa Ceia: “Este é o meu Corpo”, por isso ela tem um grande amor à Missa, e, como ela muitas vezes o provou, uma grande veneração e um grande respeito pelos sacerdotes.

Eis o que ela escreveu na Autobiografia a esse respeito:

«Lembro-me que tinha muito respeito pelos sacerdotes. Quando estava sentada à porta da rua, só ou com a minha irmã e primas, levantava-me sempre à sua passagem, e eles correspondiam tirando o chapéu, se era de longe, ou dando-me a bênção se passavam junto de mim.»

E sobre a Santa missa:

«Ó meu Jesus, eu me uno em espírito, neste momento e desde este momento para sempre, a todas as Santas Missas que de dia e de noite se celebram na Terra. Jesus, imolai-me convosco a cada momento no altar do sacrifício; oferecei-me convosco ao Eterno Pai pelas mesmas intenções porque Vós mesmo Vos ofereceis.»

Com o passar dos anos as suas orações vão-se afinando e tornam-se verdadeiros e sublimes hinos ao amor Divino, como podemos ler a seguir:

«Ó meu Jesus, eu me consagro toda a Vós. Abri-me de par em par o Vosso Santíssimo Coração. Deixai que eu entre nesse Coração bendito, nessa fornalha ardente, nesse fogo abrasador. Fechai-o, meu bom Jesus, deixai-me toda dentro do Vosso Santíssimo Coração, deixai-me dar aí o meu último suspiro, embriagada no Vosso divino amor, queimada nas chamas do amor. Não me deixeis separar de Vós na terra senão para me tornar a unir a Vós no Céu, por toda a eternidade.»

Mas por enquanto a Alexandrina Maria da Costa é uma simples jovem da aldeia, risonha e divertida como as jovens da sua idade. Ela não tem nem sabe mesmo o que é um director espiritual.

Este virá mais tarde, quando ela já estiver acamada para sempre.

No seu amor pela Eucaristia ela sempre associa o amor de Maria e a Maria, como podemos ler nesta curta oração da sua juventude, onde já se nota a referência aos Sacrários:

«Ave Maria, cheia de graça, eu vos saúdo, cheia de graça! Mãezinha, vinde comigo para os sacrários, vinde cobrir o meu Je­sus de amor. Oferecei-Lhe tudo quanto se passar em mim, tudo quanto tenho cos­tume de oferecer, tudo quanto se possa imaginar, como actos de amor para Nosso Senhor Sacramentado.»

Aqui ela diz ainda : “como actos de amor para Nosso Senhor Sacramentado”. Mais tarde, depois de receber a missão que Jesus lhe confiará, ela dirá no que é certamente o mais belo hino aos Sacrários onde Jesus mora tantas vezes abandonado: “como actos de amor para os vossos Sacrários”.

O tempo vai passando e com ele aumenta a ascese da Alexandrina. Em 1930, como ela o escreve na sua Autobiografia, sendo já patente a devoção aos Sacrários, ela diz a Jesus:

«Ó meu querido Jesus, quero ir visitar-Vos aos Vossos sacrários mas não posso, porque a minha doença obriga-me a estar retida no meu querido leito de dor. Faça-se a Vossa vontade, Senhor, mas, ao menos, meu Jesus, permiti que nem um momento se passe sem que à portinha dos Vossos sacrários eu vá em espírito dizer-Vos:

Meu Jesus, quero amar-Vos, quero abrasar-me toda nas chamas do Vosso amor e pedir-Vos pelos pecadores e pelas almas do Purgatório.»

Nesse mesmo ano, no mês de Maio de 1930, nas capas de um livrinho, Alexandrina escreveu à Mãezinha, esta ardente prece:

«Ó minha querida Mãe do Céu, vinde apresentar ao Vosso e meu querido Jesus, nos Vossos Sacrários, as minhas orações e fazer mais valiosos os meus pedidos. Ó Refúgio dos pecadores, dizei a Jesus que quero ser santa! Sim, Santíssima Virgem? Ah, dizei-Lhe também que quero muitos sofrimentos, mas que não me deixe sozinha nem um momento, porque só tenho que confundir-me, porque nada sou, nada possuo, nada valho. Dizei-Lhe que O amo muito, mas que O quero amar ainda muito mais. Quero morrer abrasada no amor de Jesus e no Vosso. Sim? Dizei-Lhe muitas coisas de mim; fazei-Lhe todos os meus pedidos. Confio, confio em Vós! Ó Maria, dai-me o Céu!»

Em 1931, não se sabe exactamente em que data, ela começa a sentir no seu coração um forte calor que a arrebata nas suas longas orações.

Foi certamente nesse mesmo ano que ela escreveu a maravilha dos hinos eucarísticos, o Hino aos Sacrários que não resisto a lembrar aqui:

«Ó meu Jesus, eu quero que cada dor que sentir, cada palpitação do meu coração, cada vez que respirar, cada segundo das horas que passar, sejam actos de amor para os vossos Sacrários.

Eu quero que cada movimento dos meus pés, das minhas mãos, dos meus lábios, da minha língua, cada vez que abrir os meus olhos ou os fechar, cada lágrima, cada sorriso, cada alegria, cada tristeza, cada atribulação, cada distracção, contrariedades ou desgostos, sejam actos de amor para os vossos Sacrários.

Eu quero que cada letra das orações que reze, ou oiça rezar, cada palavra que pronuncie ou oiça pronunciar, que leia ou oiça ler, que escreva ou veja escrever, que conte ou oiça contar, sejam actos de amor para com os vossos Sacrários.

Eu quero que cada beijinho que Vos der nas vossas santas imagens ou da vossa e minha querida Mãezinha, nos vossos santos ou santas, sejam actos de amor para os vossos Sacrários.

Ó Jesus, eu quero que cada gotinha de chuva que cai do céu para a terra, toda a água que o mundo encerra, oferecida às gotas, todas as areias do mar e tudo o que o mar contém, sejam actos de amor para os vossos Sacrários.

Eu Vos ofereço as folhas das árvores, todos os frutos que elas possam ter, as florzinhas oferecidas pétala por pétala, todos os grãozinhos de sementes e cereais que possa ha­ver no mundo, e tudo o que contêm os jardins, campos, prados e montes, ofereço tudo como actos de amor para os vossos Sacrários.

Ó Jesus, eu Vos ofereço as penas das avezi­nhas, o gorjeio das mesmas, os pêlos e as vozes de todos os animais, como actos de amor para os vossos Sacrários.

Ó Jesus, eu Vos ofereço o dia e a noite, o calor e o frio, o vento, a neve, a lua, o luar, o sol, a escuridão, as estrelas do firmamento, o meu dormir, o meu sonhar, como actos de amor para os vossos Sacrários.

Ó Jesus, eu Vos ofereço tudo o que o mundo encerra, todas as grandezas, riquezas e te­souros do mundo, tudo quanto se passar em mim, tudo quanto tenho costume de oferecer-Vos, tudo quanto se possa imaginar, como actos de amor para os vossos Sacrários.

Ó Jesus, aceitai o Céu, a terra, o mar, tudo, tudo quanto neles se encerra, como se esse «tudo» fosse meu e de tudo pudesse dispor e oferecer-Vos como actos de amor para os vossos Sacrários.»

É bem verdade que o Espírito Santo sopra onde quer e como quer!

Que bela oração, que hino de amor incomparável!

Era normal que ela se sentisse cheia de Deus e invadida pela sua divina Graça quando recitava ou cantava este hino eucarístico. Ela mesma nos explica o que se passava então:

«Nestas ocasiões em que fazia estes oferecimentos a Nosso Senhor, sentia-me subir, sem saber como, e ao mesmo tempo um calor abrasador que parecia queimar-me. Como não compreendia a causa deste calor, ponha-me a observar se estava a transpirar, porque me parecia impossível, sendo dias de grandes frios. Sentia-me apertada interiormente, o que me deixava muito cansada.

Não tenho a certeza, mas deveria ser numa dessas ocasiões que eu senti esta exigência de Nosso Senhor: SOFRER, AMAR e REPARAR.»

“Sentia-me subir”! Ou seja, na linguagem mística: ela levitava, ficava como que suspensa no ar…

Ela termina a sua explicação pela “exigência de Nosso Senhor”, quer dizer por aquelas três palavras que vão ser, a partir de então, o seu programa de vida: “Sofrer, amar e reparar”.

Louquinha da Eucaristia

Muitas vezes, durante os colóquios com a Alexandrina, Jesus chama-lhe louca ou louquinha da Eucaristia. Leiam-se alguns desses trechos:

— Jesus vai alcançar à louquinha da Eucaristia tudo o que ela lhe pede. (S. 04-06-1942)

É pelo amor da louquinha da Eucaristia que Jesus se apaixona pelas almas que a amam. (06-06-1942)

É pela louquinha da Eucaristia, é pela crucificada do Calvário que Jesus está a ser e o será através dos tempos muito conhecido e amado. (S. 03-10-1942)

Jesus deu à louquinha da Eucaristia todo o fogo divino que o abrasa. Jesus é belo e em beleza transformou o coração e alma da sua esposa. (S. 06-02-1943)

Minha filha, minha filha, louquinha da Eucaristia, ama-Me, ama-Me e faz-Me amado; é por ti que Eu quero ser amado, é por ti que Eu quero muitas corações a amarem-Me, é por ti que Eu quero ser reparado, é por ti que Eu exijo grande repa­ração; repara-Me de tantos sacrilégios, de tantos crimes e iniquidades. (S. 25-02-1949)

Pus no teu coração o amor, a loucura pela Eucaristia. É por ti, é à luz deste fogo que deixaste atear que muitas almas guiadas por esta estrela por Mim escolhida, levadas pelo teu exemplo se transformarão em almas ardentes, verdadeiramente eucarísticas. Ai do mundo sem a Eucaristia! Ai do mundo sem as Minhas vítimas, sem hóstias comigo continuamente imoladas! (S. 05-01-1952)

— Escuta, louquinha das almas, escuta, louquinha da Eucaristia. Estou aqui só por amor. Os homens não compreendem este amor. Estou aqui para ser alimento e vida. Os homens não querem alimentar-se e viver a minha vida. Fala-lhes do meu amor. Comunica-lhes o meu amor. Tu que foste criada para distribuidora de tudo o que é meu; fala, minha louquinha, fala, esposa minha, da minha Eucaristia. Pede às almas para virem ao sacrário e vive­rem do sacrário. (S. 26-11-1954)

A Eucaristia é um manancial inesgotável de graças, uma fonte, um outro paraíso criado por Jesus para que as almas predestinadas aí encontrem o alimento que não gera senão amor e… virgens, como Ele mesmo o explica à Alexandrina:

— À sombra da Eucaristia. Este é o alimento que gera as virgens, as mais puras, as mais queridas e amadas do meu divino Coração. (S. 24-03-1943)

E estas virgens que Jesus ama e protege de especial forma, tornam-se não só hóstias vivas, mas também sacrários onde o divino Esposa ama repousar.

— Minha filha, ó filhinha amada, tesoureira do teu Jesus, depositária, distribuidora do amor do meu divino Coração. O teu corpo é o sacrário que contém o vaso sagrado da minha Eucaristia. O teu coração é esse vaso, a Eucaristia sou eu. Dei-me em alimento às almas, criei-te para alimento das mesmas almas. (S. 04-03-1945)

Porque, na maior parte dos casos, estas virgens vivem unicamente da Eucaristia, por graça espe­cial:

É de amor, é da minha Eucaristia que tu vives. Para o teu coração resistir ao meu amor, opero nele milagre! Para mais te encheres de mim, toda nele és mergulhada. (S. 03-08-1945)

Comunhões sobrenaturais

Por Jesus

Quando por diversos motivos, alheios à vontade destas mesmas virgens, elas não podem receber Jesus eucarístico, Ele mesmo se encarrega de lhes dar esse alimento, o alimento das almas suas espo­sas: o se Corpo e o seu Sangue.

Não te entristeças, minha filha, por não me receberes na Eucaristia. Quanto mais fores humilhada e a minha divina causa combatida mais maravilhas, maiores prodígios opero em ti. (S. 02-01-1945)

Uma prova:

Mais do que nunca me amas, mais que nunca estou em ti. Vou dar-me agora a ti na Eucaristia. Como prova de que és a minha verdadeira crucificada, prometo-te, minha filha, não deixar-te sexta-feira nenhuma sem me dar a ti, sacramentado, ou pelas mãos dos meus discípulos ou pe­los meus anjos ou eu mesmo, como agora vou fazer.

Tomou Jesus em Suas santíssimas mãos uma hóstia e disse:

— Corpus Domini Jesu Christi. Sou eu mesmo sacramentado, sou a tua vida, o teu alimento. Pede-me agora o que quise­res, confias que sou eu? (S. 14-09-1945)

Jesus explica porque se dá a ela:

— Minha filha, sou a tua vida, força e amor. Prometi e não faltei, vim a ti. Não venho mais vezes para saborear as tuas ânsias, a tua sede de mim na Eucaristia. Dou-me a ti para te dares às almas. Encho-te o teu coração com as riquezas do meu para por ele elas serem distribuídas. (S. 21-09-1945)

É à sombra da Eucaristia que a alma, louca de amor por mim, se consola e delicia. (S. 29-11-1945)

Prometi não deixar-te sem a Minha Euca­ristia, às sextas-feiras, e não faltei. Rece­beste-Me como viático e é verdade que és enferma e sem um milagre divino não te­rias resistido à dor, eras moribunda. (S. 04-04-1947)

Comungada pelo “canal” divino

Ouvia os seus hinos maravilhosos, não os compreendia bem, mas sei que eram a Jesus Sacramentado. Ouvi as palavras Corpus Domini Jesu Christi, senti que Jesus se deu a mim e me prendeu mais e mais a Ele. Os anjos continuavam a cantar; por entre eles sobressaiu um canal fortíssimo directamente a mim, dele caíam chamas de fogo e muitas e muitas coisas, tudo en­trava para mim. (S. 02-01-1945)

Dou-te as gotas do meu sangue como alimento da minha Eucaristia: passam do meu Coração para o teu. (S. 13-06-1945)

Uma gota do Meu divino sangue com a Minha Eucaristia, é o teu alimento; é o conforto que te dá Jesus, é a vida para ti e para dares às almas. (S. 07-02-1947)

Comungada pelo Anjo

Não quero deixar-te neste dia sem a minha Eucaristia, sem a vida de que vives. Dou-me a ti pelo teu anjo da guarda.

Uma chuva de anjos em hinos harmonio­sos desceram sobre o meu leito. E a minha alma deixou de ver Jesus em forma de homem para O contemplar numa hóstia branca nas mãos de um formoso anjo. Tocaram e cantaram por um pouco e, inclinados à frente de Jesus. (S. 30-06-1945)

Vais agora receber-me pelo teu Anjo da Guarda.

Não vi o meu anjo, vi só a sagrada hóstia, bastante grande e branca, muito branca. Por três vezes ouvi dizer as palavras ecce agnus Dei. E depois todas as palavras que dizem os sacerdotes. (S. 21-09-1945)

Prepara-te, recolhe-te um momento, vais receber o teu Jesus, o Jesus da Eucaristia. O anjo da tua guarda supre a voz do sacerdote. “Viaticus Corpus Nostrum Jesum Christum”. (Viu-se que pôs a língua de fora da boca). Já estou sacramentado em teu coração. (S. 03-04-1953)

Amo-te tanto, tanto, amo-te com o maior amor com que Deus pode amar uma criatura Sua. Vais receber-Me na Eucaristia. O teu anjo da guarda vai ser quem Me vai depositar na tua língua para Eu baixar ao teu coração. (S. 16-04-1954)

Mais uma vez pelo seu Anjo da Guarda, seguida de importantes explicações de Jesus:

«“Prepara-te. Vais-me receber pelas mãos do teu anjo”.

Por entre uma alazinha de anjos em pe­queno número, veio um anjo em tamanho natural, cobria-o uma capa roxa de cima a baixo. Os outros anjos de joelhos vestiam roxo e acenavam serenamente com as suas asinhas. Mantinham-se de joelhos. Abeirou-se o anjo de mim que trazia a Sagrada Hóstia e disse: “Corpus Domini nostri Jesus Christi custodiat anima tuam in vitam aeternam”. Amen. Ajoelhou também à minha frente. Por um pouco continuaram a bater com as suas asinhas sem fazer o mais pequenino ruído. Desa­pareceram. Tudo isto pareceu que não foi passado comigo. Jesus abeirou-se e disse-me:

“Coragem, minha filha. É uma comunhão dolorosa, é uma comunhão de fé. Recebeste-me como viático para provar que obedeço às ordens da Santa Igreja e me conformo com elas. Recebeste-Me na Eucaristia e agora recebes a gota do Meu Di­vino Sangue. Na Eucaristia sou para todos que me queiram receber. A gota do Meu Divina Sangue. Oh, privilégio! Oh, mara­vilha do Senhor sobre a tua alma! Vive, minha filha, vive a minha vida divina. Tu estás na terra, mas já não és da terra. Depressa, depressa, chegará o teu fim, darás princípio à tua verdadeira vida, o Céu, o Céu, crê, crê”!» (S. 08-04-1955)

Alexandrina morrerá poucos meses mais tarde, a 13 de Outubro, quinta-feira – dia da Eucaristia – e aniversário da última aparição de Nossa Senhora em Fátima.

O inferno fechado

Alexandrina tinha pedido a Jesus para manter as portas do inferno fechados certos dias, para que as almas não caíssem lá e se perdessem para sempre. Jesus aceitou e explica:

— És embalada pelos Anjos. Vou dizer-te, minha filha, os dias que tens mais à tua conta para estar o inferno fechado. Dou-te a quinta-feira de tarde em honra da minha Eucaristia e pelo amor que tens a Ela e pelo que me levou a ficar preso aí, pas­sando assim à sexta-feira de manhã. (S. 16-06-1944)

Com Jesus na Eucaristia

Como pastorinha das almas…

Tu partes para a Pátria e ficas comigo na Eucaristia; serás a pombinha eucarística que não abandona o seu ninho. É como a pombinha e pastorinha das almas que te quero pintar nas portinhas e cortinas dos meus sacrários. (S. 02-03-1945)

És a vida das almas, és a nova Eucaristia delas. Purifica-las dos seus defeitos, lava-las dos seus crimes, prepara-las para mim que sou a verdadeira Eucaristia. És a pastorinha que conduz o rebanho ao Pastor Divino. (S. 10-05-1945)

Pode-se afirmar que a quinta-feira era na verdade o dia da Alexandrina.

Amo a quinta, porque amo a Jesus na Eu­caristia. (S. 02-08-1945)

Amava tanto as quintas-feiras por amor a Jesus na Eucaristia, longe de pensar que elas haviam de ser dolorosas para mim. (S. 19-06-1945)

A imagem do jardineiro que encontramos igualmente nos escritos de santa Teresa de Ávila:

— Minha filha, sou o jardineiro, venho ao meu jardim, ao jardim mais belo, que há de mais rico; venho buscar flores para a minha Eucaristia, para adorno dos meus sacrários. Venho buscar o seu néctar para as minhas feridas, para a chaga do meu divino Coração. (S. 31-05-1945)

E as Comunhões espirituais…

Quantas vezes voava em espírito para junto da Eucaristia e Lhe dizia: Jesus, meu Amor, vinde a mim, estou a morrer de fome, desfalece-me a alma e o corpo; vinde, vinde, enchei-me e operai em mim tantas graças como se Vos recebesse Sa­cramentado. (S. 26-09-1947)

A instituição da Eucaristia

O Senhor, provavelmente para mais e mais a “prender” à Eucaristia, favoreceu-a de visões sobre a instituição do augusto Sacramento:

E a Eucaristia, meu Deus, que maravilha, quando Jesus a instituiu! O seu fogo irradiou-se por todos e por toda a sala. (S. 23-03-1951)

Surpreende-a a maneira como Jesus abençoa o Pão:

Depois da ceia de Jesus com os Seus Apóstolos, vi pela primeira vez benzer o pão que viria a ser a nossa Eucaristia. Que encanto! O Seu Santíssimo Rosto era só luz, parecia que só fogo a rodeava, com os olhos encantadores fitos no Céu a um sor­riso doce abençoava o pão, que pouco de­pois por todos distribuía. (S. 11-04-1947)

Assiste maravilhada à noite do mais sublime milagre da Sabedoria divina, como lhe dirá Jesus:

De manhã cedo, principiei a sentir que Jesus chorava dentro em mim. Eu era a cidade de Jerusalém e era Jesus. Eu era o amor e a ingratidão. Do meu coração saíam para a cidade os mais doces e ternos olhares; eram olhares de chamamento, olhares de compaixão. Mas oh! o que eu via sair dali, que revolta contra mim. Ao cair da tarde, senti-me então reunida com os amigos. Ó meu Deus, o que se passou, que quadros tão diferentes. Eu era Jesus e contra o meu coração sentia inclinar-se alguém e eu era esse alguém. Eu era a mesa, eu era o pão e o vinho; eu era o cálice onde ele era deitado; eu era as taças onde se serviam os alimentos; eu era Judas, era tudo. Eu era a doçura e mansidão de Jesus; era o desespero e traição de Judas. Que noite, que santa noite, a maior de todas as noites, a noite do maior milagre, do maior amor de Jesus. O Seu Divino Coração estava preso àqueles que Lhe eram tão queridos. Para poder partir, tinha de ficar entre eles, para subir ao céu, tinha de ficar na terra; assim o obrigava o Seu amor divino. (S. 08-03-1945)

Com grande angústia e tristeza de alma assiste à traição de Judas…

É já noite; sinto-me numa grande reunião, num convívio de grande intimidade, as conversas são animadoras. Dois quadros tão diferentes se apresentam na minha alma: uma traição sem igual e um amor sem igual. Um amor, uma doçura, uma ternura sobre essa traição que não há corações, não há lágrimas que o possam ex­plicar. Quantos convites cheios de doçura a essa traição. O traidor resiste, a nada se rende, não se sente bem ao pé do cordeirinho, vítima inocente. Não sei dizer as bondades e delicadezas de Jesus. Queria que a minha alma fosse um livro onde todos pudessem aprender as bondades, ter­nuras e o amor de Jesus. (S. 25-01-1945)

Remédio para os males do mundo

A Eucaristia é também, a mais de todos os outros benefícios espirituais para as almas, como um pára-raios entre Deus e os homens. Frequentemente Jesus pede-lhe reparação para os males que assolam o mundo ingrato.

Repara a Jesus na Eucaristia, repara-O por tantos e tão horrendos sacrilégios. Faz com a tua dor almas comungantes, puras e abrasadas. (S. 05-01-1952)

Ai do mundo sem a Santa Missa, sem a Eucaristia, sem as minhas vítimas. Ai do mundo sem a vítima pequenina nos seus olhos, mas grande, muito grande, com toda a grandeza aos olhos de Deus! (S. 10-01-1952)

Minha filha, florinha eucarística, faz que Eu seja amado na divina Eucaristia. São tantos e tão graves os sacrilégios! Dá-Me reparação, minha filha. Ama-Me e faz que Eu seja amado, faz que Eu seja consolado. (S. 21-03-1952)

Escuta agora Jesus; repara-Me, minha filha, na Eucaristia. Ai! tantos crimes, tantos crimes, tantas comunhões sacrílegas! Repara-Me, repara a Santíssima Trindade. Três Deuses num só Deus. Três amores num só amor. (S. 03-05-1952)

Eucaristia e Rosário

As chamadas “brancuras”: Eucaristia e Rosário estão bem presentes nos escritos da Alexandrina. Jesus não se limita a pedir assiduidade à Eucaris­tia, mas recomenda também a devoção a sua ben­dita Mãe pela recitação do santo Rosário:

Escutai, escutai e atendei ao apelo de Jesus. Venho pedir amor, venho pedir a frequência da Eucaristia. Venho pedir o Rosário, a devoção pura e santa à Minha Bendita Mãe. (S. 23-01-1953)

Ó minha filha, dor e cruz, a Eucaristia e o Rosário! A minha Mãe Santíssima e a vítima deste calvário, coragem, vamos a salvar o mundo! Fala às almas, fala do Sacrário, para que Eu seja recebido muitas vezes. Fala do Rosário, do amor do meu Divino Coração como meio de salvação. (S. 15-10-1954)

Fala às almas, minha filha. Fala-lhes do Rosário e da Eucaristia! O terço, o terço, o Rosário, o Rosário! A Eucaristia, o meu Corpo e o meu Sangue! A Eucaristia, a Eucaristia, com as minhas vítimas, eis a salvação do mundo! (S. 29-10-1954)

A tua vida é só vida do Céu. Tu vives aqui comigo. Fala, fala da Eucaristia. Convida as almas a virem à Eucaristia, a virem com vida, pureza e amor, e não mortas pelo pecado, pelo sacrilégio. Fala da minha Eucaristia, fala da devoção do terço da minha Bendita Mãe. Se tudo isto fosse feito com perfeição, era o bastante para a salvação do mundo. (S. 01-07-1955)

Eucaristia e Rosário, não só pelo mundo inteiro, mas também e particularmente por Portugal, que envereda por maus caminhos, perigosas metas…

O mundo é teu, o mundo é teu. Oh! Quanto ele te deve, oh! Quanto te deve e o teu querido Portugal! Fala da Eucaristia e da devoção à minha Bendita Mãe. Estas devo­ções com os teus sofrimentos são as jóias mais preciosas para as almas. (S. 22-07-1955)

Vive a minha vida. Faz viver esta vida. Fala da minha Eucaristia. Diz, diz que ali estou como Homem e como Deus. Diz que quero que Me amem como Eu amo. Fala-lhes do amor eucarístico e da necessidade em Me receberem.

Fala-lhe do Rosário, fala-lhe do amor da minha bendita Mãe. (S. 07-01-1955)

E quando não é Jesus que o pede, é Maria que o faz…

Nas tuas mãos enleio o Rosário. Fala dele, fala dele. Se soubesses quanto me tens consolado! Fala às almas, fala-lhes da Eu­caristia, fala-lhes do Rosário. Que elas se alimentem da carne, do Corpo de Cristo e do alimento da oração, do meu terço quo­tidiano. (S. 08-10-1954)

— Fala dele, minha filha. Jesus te pediu e eu te peço também. Pedimos-te o Rosário, pedimos-te a Eucaristia, amores dos Nossos Corações. A Eucaristia e o Rosário, os teus sofrimentos com os das outras vítimas, eis os meios por Nós indicados para a salvação da humanidade perdida. Tu és o porta-voz, tu levas ao mundo inteiro os desejos de Jesus e de Maria, o que Eles pedem para o salvar. Sacrário, o Rosário, dor sem igual da grande vítima deste cal­vário, vida nova, vida pura, vida santa. (S. 24-12-1954)

Agradecer a Maria por ter aceitado – Fiat – ser a Mãe do Redentor, é também um acto eucarístico, como o prova este texto da Alexandrina:

No dia da Anunciação, 25 de Março, depois de receber muitas centenas de pes­soas, sem sentir o cansaço, pus-me a pensar como Nosso Senhor criou a Mãezinha pura e bela para ser a Mãe de Jesus. Agradeci-Lhe o Ela ter aceitado, porque, se assim não fora, não tínhamos Jesus, não tínhamos a Eucaristia. (S. 27-03-1953)

A Eucaristia não é só a hóstia branca, senão também o Sangue que contém o cálice, o Sangue de Jesus derramado por nós.

«Os carismas de que beneficiou são numerosos e, cada um deles mereceria um estudo aprofundado pela parte de autores competentes e versados em ascética e mística.»[1]

O Sangue eucarístico

De facto, não foram só os Sacrários e por conseguinte só a Eucaristia, as missões ou carismas da Alexandrina. A transfusão do Sangue divino para alimento da sua alma e do seu corpo é um exemplo único na Igreja universal.

Este carisma tem o seu fundamento e a sua explicação no Evangelho:

« Em verdade, em verdade vos digo : se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia, porque a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, uma verdadeira bebida. Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e Eu nele »[2].

Variadíssimas vezes se verificaram nela estes fenómenos sobrenaturais e extraordinários: que o Sangue de Jesus corresse para o coração da Alexandrina.

«Este carisma parece ter sido precedido de diversas primícias, que não o anunci­ando — porque nem era conhecido — preparavam no entanto a sua vinda de maneira durável.[3]»

«A Beata Alexandrina recebe ainda um outro alimento para o corpo e para a alma : um conjunto de sangue, vida, amor, sob forma de verdadeira transfusão para o sangue e de efusão para o amor. É a primeira alma mística para quem se efectua tal fenómeno»[4].

Jesus o diz, Jesus o explica:

O meu Sangue divino, o meu amor, a Eucaristia dá-te nova vida. Fortalece-te para a dor. Fortalece-te para te dares por Mim, fortalece-te para a vitória, para o triunfo. (S. 11-09-1953)

Sangue redentor que lava os pecados do mundo…

A cruz que tinha nas mãos ficou por detrás de mim como se nela estivesse crucificada. O meu coração ficou a ser um vaso que guardava sangue. De cada lado levantou-se uma escada, a qual ia terminar nos braços da cruz. A direita era a escada do Rosário. A esquerda, a da Eucaristia. A da Eucaristia tinha mais ou menos a meio uma manada de espigas loiras e dois cachos de puras uvas. As almas subiam, subiam apressadamente, enchiam toda a largura das escadas. Passavam dos braços da cruz para dentro do vaso que continha o Sangue. Ali se banhavam, voavam mais ao alto e entravam no Céu. Oh! Como eu gostava que todos vissem isto!

— Minha filha, a tua vida é uma pregação contínua: quando falas, quando sorris, quando choras e gemes mais sobrecarre­gada com o peso da cruz. É um puro exemplo para os grandes, para os humildes, para os sábios e doutores da Igreja. A tua dor leva as almas ao Rosário, à Euca­ristia. Com a tua dor elas sobem estas duas escadas de salvação, dor e sangue, dor e sangue, dor e sangue, dor e cruz, cruz de salvação. Elas passam depois ainda já no alto pelo cadinho do teu martírio. Depois de purificadas nos braços da cruz, voam ao Paraíso. (S. 29-10-1954)

O Sangue de Jesus é Eucaristia, por isso mesmo merecedor do maior respeito, do maior carinho, da maior devoção. O Sangue divino é Jesus, é o fruto da nossa salvação, por isso mesmo deve ser recebido em estado de graça.

Este sangue é sangue derramado por amor. São chagas avivadas dia e noite por tantas, tantas almas que me recebem na Eucaristia sacrilegamente. Vinde ao Sacrário, vinde em graça e abrasados em amor. (S. 26-11-1954)

É a tua vida, é a vida de Jesus a passar para ti. Vives da Eucaristia, vives do Sangue de Jesus. (S. 29-02-1952)

— Vem, minha filha. Fica aqui comigo no Sacrário. Aqui recebes a gota do meu Divino Sangue. É ela com a Eucaristia que te faz reviver. Não estás só. Aqui ficas na minha hóstia comigo. Comigo te imolo e te dás ao Pai. (S. 10-12-1954)

Alexandrina canal de graças

A vocação de um canal é de fazer passar a água da fonte para outros lados, para outros lugares onde ela será necessária para dar vida, para saciar a sede… Alexandrina é, segundo as palavras de Jesus, o “canal por onde passam as graças que Ele quer dar às almas”, para lhes matar a sede e para que encontrem a verdadeira fonte, aquela cujas águas produzem efeitos sobrenaturais: a vida eterna e, essa Fonte é a Eucaristia, da qual a Alexandrina é para seus irmãos da terra a grande apóstola.

Tu és o canal das graças e da vida de Je­sus. Tu és o porta-voz dos desejos de Jesus. Eu quero que as almas venham sequiosas à Eucaristia. É por ti, por este calvário que elas vêm. Eu quero, Eu quero almas, muitas almas eucarísticas. Eu quero almas, muitas almas a rodearem os Sacrá­rios, a voarem para Mim como as andori­nhas em bando a voar para os seus ninhos. (S. 16-01-1953)

Vives comigo na Eucaristia, vives a minha vida.

Nesta imolação contínua, nesta união i­separável, nesta vida tão mística e divina as almas por ti Me recebem. (S. 14-01-1955)

A Eucaristia – Corpo e Sangue de Jesus – é alimento, é o maná que revigora as almas, que as transforma em sacrários vivos onde Jesus deseja habitar. Ela é também alimento para o corpo: a Alexandrina viveu mais de treze anos alimentando-se unicamente da Eucaristia!

— Minha filha, pus-te no mundo, faço que vivas só de Mim para mostrar ao mundo o valor da Eucaristia e o que é a minha vida nas almas. (S. 08-04-1954)

Jesus não pode ser mais claro: “Faço que vivas SÓ de Mim”!

É a vida da tua alma, mas não o é menos do teu corpo. Vives da Eucaristia, vives do sangue de Cristo. (S. 14-03-1952)

Se necessário fosse, esta confirmava a outra… “Mas não é menos do teu corpo”.

Recebe, violeta florida, recebe, estrela e farol do mundo, é esta dádiva que te faz viver com a Eucaristia. Faz com que muitas almas Me amem, naquele sacramento de amor, Me amem e Me desagravem. (S. 09-05-1952)

Minha filha, minha filha, é a tua vida o meu Divino Sangue. É o teu alimento a minha Eucaristia. Vive da graça, para que as almas vivam só a graça. Vive do amor, para ateares o amor. És depositária de todas as riquezas do meu Coração Amoro­síssimo. (S. 18-07-1952)

“Completo na minha carne…”

“Completo na minha carne o que falta às tribulações de Cristo”, escreveu S. Paulo (Cl 1,24). Esta mesma frase poderia ter dito a Alexandrina, mas Jesus disse-a por ela:

Tu és, à minha semelhança, a vida das almas, como Eu o sou na Eucaristia. Eu dou-Me a elas com o Meu corpo e sangue. Tu dás-te por elas na dor, no martírio. (S. 05-07-1952)

– Tu és, minha filha, a violeta florida que apareces em toda a vida de Jesus. Ador­nas a Eucaristia, o Sacrário, a Cruz e o Meu Divino Coração. A alma humilde é grande, é poderosa, alegra e consola a Jesus. (S. 18-04-1952)

Os sofrimentos de Jesus eucarístico provocavam no coração da Alexandrina uma viva e verdadeira dor.

Sofria por ver Jesus sofrer de tal forma na Eucaristia, e o Seu Divino Coração com O da querida Mãezinha. (S. 07-03-1952)

As horas da noite foram um Calvário de sofrimento. Uni-me a Jesus na Eucaristia, pedi-Lhe que a Ele me prendesse, como Ele foi preso na noite da Sua Santa Paixão. (S. 20-09-1952)

Querer e não poder

Algumas vezes a Alexandrina “ouve” ou “vê”, ou ainda “sente” os “toques” do Senhor, mas nem sempre sabe ou nem sempre pode explicar esses fenómenos que ela “ouve”, “vê”, não sabe explicar o que “sente”. Ela mesma o diz:

Sei sentir, mas nada dizer. Oh! Como está faminto o meu coração! (S. 19-01-1951)

Como explicar o inexplicável? Jesus vem algumas vezes em seu auxílio… e explica:

Vives de Jesus. Vives da Eucaristia. Vives da vida divina. É o poder do Senhor aqui manifestado. (S. 08-05-1953)

— Minha filha, minha querida filha, o fogo, em que Eu ardo e te fiz arder, é o fogo da Eucaristia. (S. 16-01-1953)

O amor da Alexandrina pela Eucaristia não é um amor interessado, uma espécie de “troca” entre ela e o “seu” Jesus. Toda ela é sinceridade, toda ela é amor:

― Ó meu Jesus, Vós bem sabeis: não é o prémio que me leva a subir, a subir, alegre, o meu calvário. Sois Vós, sois Vós com a Santíssima Trindade, sois Vós na Eucaristia. É o Vosso Divino Coração. Sois Vós crucificado. Sois Vós e a Mãezinha querida. É o amor que Vos dedico; eu não o sinto, não o sinto, é certo, mas confio, confio que Vos amo. Sois Vós, são as almas. Quero-as todas, todas, se for possível, todas para o Vosso Divino Coração, todas para o Paraíso. (S. 07-11-1953)

Queria unir-me a Ele pela Eucaristia, numa união inseparável, mas não sei o que me tinha alheia e me tornava inútil a tudo. Queria voar ao encontro do meu Amado, queria preparar-me para O receber dignamente. A inutilidade cortava-me todos os voos, absorvia em si todas as ânsias, deixando-me abismada no abismo do meu nada. (S. 01-11-1952)

Mas, quando muito se ama, quando muito se oferece, essa recompensa chega pela bondade divina, como um “prémio” inestimável que demonstra de maneira sublime a grande Misericórdia de Deus.

A grande promessa

Minha filha, minha esposa querida, faz com que Eu seja amado, consolado e reparado na minha Eucaristia. Diz em Meu Nome que todos aqueles que comungarem bem, com sincera humildade, fervor e amor em seis primeiras quintas-feiras seguidas e junto do Meu Sacrário passarem uma hora de adoração, e íntima união comigo lhes prometo o Céu. É para honrarem pela Eucaristia as Minhas santas Chagas, honrando primeiro a do Meu sagrado Ombro tão pouco lembrada. Quem isto fizer, quem às Santas Chagas juntar as dores da minha Bendita Mãe, e em nome delas nos pedirem graças, quer espirituais, quer corporais, Eu lhas prometo; a não ser que sejam de prejuízo à sua alma. No momento da morte trarei comigo Minha Mãe Santíssima para as defender. (S. 25-02-1949)

Onde a graça abunda…

Mas, onde a graça abunda, também o espírito do mal procura tirar partido do mínimo deslize. Tudo lhe serve para tentar a alma, sobretudo a mentira…

Revestida do mal ou melhor, dos males do mundo, ela é severamente atacada pelo espírito das trevas, que tenta por todos os meios levá-la ao pecado.

No domingo passado, na noite de nove para dez, quando eu no meio das minhas dores procurava estar unida a Jesus na Eucaristia, dar-Lhe o incenso e a mirra do meu martírio, ser a mesma Hóstia com Ele, inesperadamente travou-se em mim uma luta tremenda e desesperadora. Eu ofendia o meu Jesus com a maior malícia e gravidade. Era uma maldade que preenchia o mundo. (S. 14-11-1952)

Este mal, ou estes males que não são dela, mas que ela representa certas vezes, levam Jesus a palavras duras, a recriminações quase insuportáveis:

– Não te aproximes de mim, não me recebas nesse estado na Eucaristia, não me renoves mais vezes a minha santa Paixão. Converte-te e vem depois a Mim, não pe­ques mais, ama-me. (S. 02-10-1952)

Ainda poderia citar mais e mais curtos textos sobre este tema, mas penso que estes chegarão para se ter uma ideia do que foi a Eucaristia para a Alexandrina Maria da Costa: o amor de toda a sua vida.

Como tantos outros santos e santas de Deus, Alexandrina amou, amou até à oferta total de todo o seu ser, amou como pode amar uma alma verdadeiramente enamorada de Deus.

Falarei agora do que representou para ela o Sacrário, a “casa” onde Jesus mora e que tantas e tantas vezes está completamente abandonada, sem ninguém que a visite, sem ninguém de venha até ali dar um “bom dia” ao Prisioneiro por amor.


[1] Afonso Rocha: O Sangue do Cordeiro, Introdução.

[2] S. João : 6, 53-56.

[3] Afonso Rocha: O Sangue do Cordeiro, Introdução.

[4] Eugénia Signorile: Só por amor!, cap. 9.
 

 

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