Helena
nasceu no dia 28 de Novembro de 1852, numa aldeia do Eifel, na
Alemanha. A sua infância foi marcada pela morte de seu pai e
pelo cuidado com seus irmãos surdos-mudos. As leituras sobre
as missões
em países não evangelizados tocou
Helena profundamente.
Aos
14 anos foi nomeada promotora da Obra Missionária da Santa
Infância de sua paróquia. Sentia-se profundamente
atraída pelas crianças da China, a quem procurava meios
para ajudar. Aos 16 anos descobriu que, através da vida
religiosa, poderia alcançar sua meta. Durante anos procurou
por uma congregação missionária. Como a Alemanha
vivia tempos de perseguição, Helena precisou esperar.
Com Santo Arnaldo Janssen, Helena foi co-fundadora, em Steyl, das
Missionárias Servas do Espírito Santo (1889) e das
Missionárias Servas do Espírito Santo da Adoração
Perpétua (1896). Faleceu no dia 3 de Fevereiro de 1900.
CHAMAMENTO
E MISSÃO
“Sempre
foi uma grande alegria, para mim, poder fazer algo pela Obra da
Infância missionária” dizia
a Beata Maria Helena. Desde pequenina identificou-se com o ideal
missionário. Foi “tocada”
no seu íntimo pela Palavra de Deus e por situações
de sofrimento humano, a ponto de modificar toda a sua vida. Helena
sente-se interpelada pelo sofrimento das crianças pagãs
e abandonadas da China.
É
significativo que, para a Beata Maria Helena, o ideal missionário
esteja em primeiro lugar, e não a vida religiosa. “Naquele
tempo eu tinha apenas o desejo de ir aos pobres pagãos. Não
pensava em entrar numa congregação religiosa.” A
necessidade de entrar numa congregação religiosa para
viver o seu carisma só apareceu mais tarde, como um meio para
chegar ao seu objectivo: a China.
Ela
viveu o amor misericordioso de Deus pelos homens, tal como se revelou
na História de Israel: “Eu vi a aflição
do meu povo e desci para salvá-los das mãos dos
egípcios e conduzi-los para a terra prometida” (Ex.
3,7-8). As situações de sofrimento, pobreza e
ameaças à vida, nós experimentamo-las no nosso
próprio chamamento. Muitas vezes, no sofrimento dos homens, o
apelo de Deus atinge-nos como um golpe. Reconhecemos que, só
na resposta a este chamamento, encontraremos a realização
da nossa própria vida! Esta certeza é tão firme
na vida de Helena que se mantém ainda hoje e se vai
perpetuando nas Irmãs Missionárias Servas do Espírito
Santo. Quando foi a Steyl (casa mãe das três
congregações fundadas por Santo Arnaldo na Holanda)
pela primeira vez, disse: “Eu estava tão feliz
como nunca estivera antes. Senti que aqui era o meu lugar e que a
missão da Sociedade do Verbo Divino coincidia com o que Deus
me pedia.”
É
significativo que a vocação missionária de
Helena tenha sido alimentada pela Obra da Santa Infância. O
desejo de ser enviada às missões estrangeiras vive nela
mesmo antes da fundação da nossa Congregação
de Missionárias Servas do Espírito Santo. Esse desejo
faz parte do carisma que nos foi doado através da nossa
co-fundadora.
A
vida da Bem-aventurada Maria Helena parece a de uma semente que morre
escondida na escuridão da terra e acorda para uma vida nova.
Para ela, é a palavra de Deus a Abraão: “Deixa
a tua terra, a tua família e a casa de teu pai e vai para a
terra que eu te mostrar. Farei de ti uma grande nação;
eu te abençoarei e exaltarei o teu nome e tu serás uma
fonte de bênçãos” (Gen. 12,1-2). Também
Helena escuta a Palavra de Deus, confia como Abraão e põe-se
a caminho. A promessa vive nela. Ela mesma é parte da
promessa. Ela é capaz de suportar o penoso trabalho sem se
queixar porque tem o objectivo diante dos olhos e é confirmado
por Deus no caminho pela experiência da alegria: “Eu
vivo, na Casa Missionária, felicíssima e contente.”
MISSIONÁRIA
E FUNDADORA
Desde
a infância, Maria Helena sente o chamamento para a missão
e a sua felicidade consiste na realização desta
aspiração. Para Helena, o essencial do seu chamamento é
o aspecto missionário: ser enviada à China, para ali
doar a vida.
Através
da experiência de Deus, feita na primeira visita a Steyl,
sente-se encorajada a procurar ali a realização do
chamamento missionário. É o próprio Deus que lhe
revela, por experiências interiores, guia-a sempre de novo e
confirma-a no chamamento missionário. Nela se resume o carisma
missionário e o da contemplação. Os directores
espirituais também reconhecem nela essa tendência
contemplativa. Maria Helena procura aprofundar, cada vez mais, nas
irmãs, o amor à vocação
religiosa-missionária. Ela escreve às Irmãs: “Não
deixemos de agradecer, nem em um só dia, do fundo do coração,
pela grande graça de sermos irmãs missionárias.
Alegrai-vos, porque Deus nos escolheu.”
Também
entende a passagem à clausura como uma entrega para a missão.
Agora, em cada momento livre, quer levantar o coração e
as mãos a Deus, para que Ele abençoe o trabalho das
missionárias. Afirma, várias vezes, que ama a vocação
missionária e que somente dá o passo para a clausura,
porque reconhece nisso a vontade de Deus. A experiência de Deus
em Helena é, intimamente relacionada com a experiência
do chamamento missionário.
A
Encíclica “Redemptoris Missio” indica como
marca essencial da Espiritualidade Missionária a união
íntima com Cristo e a participação nas Suas
atitudes: “Tende entre vós os mesmos sentimentos que
havia em Cristo Jesus (Fil. 2,5-8). O chamamento percorre o mesmo
caminho e tem o ponto final ao pé da cruz” (R.M 67).
Estas palavras de João Paulo II são como um espelho na
vida de Helena. Dela é exigido renunciar a si mesma e a tudo o
que, até então, considera como seu, para se tornar em
tudo para todos. Ela escolheu o caminho de seguir Jesus, o Enviado do
Pai.
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