O Papa João Paulo II beatificou a 13 de Junho de 1999 em Varsóvia,
durante a sua sétima viagem apostólica à Polónia, 108 mártires,
vítimas de perseguição contra a Igreja polaca, que aconteceu durante
a ocupação alemã 1939-1945.
O
ódio racial demonstrado pelos nazistas, causou mais de cinco milhões
de vítimas polacas entre a população civil, inclusive muitos
religiosos, sacerdotes, bispos e leigos católicos.
Entre os muitos foi possível, com base nas informações recolhidas e
as provas, instruir os diversos processos de beatificação de 108
mártires, o primeiro processo foi aberto a 26 de Janeiro de 1992
pelo Bispo de Wloclaweck, onde o maior número de vítimas sofreram o
martírio. A este processo, em seguida, vieram juntar-se muitos
outros e o número dos Servos de Deus, veio inicialmente de 92,
passou para 108.
Nós damos algumas notícias numéricas destes, não sendo capazes de
aqui mostrar o elenco dos 108 nomes. O grande grupo de mártires é
composto de quatro grandes grupos, divididos de acordo com os
estados de vida: bispos, sacerdotes diocesanos, ordens religiosas e
leigos, homens e mulheres, originários de 18 dioceses, ao Ordinário
Militar e a 22 famílias religiosas.
Três deles são bispos, 52 são sacerdotes diocesanos, 3 seminaristas,
26 sacerdotes religiosos, 7 irmãos professos, 8 religiosas, p
leigos. Sofreram torturas, maus-tratos, abusos: quase todos
terminaram os seus dias em campos de concentração tristemente
célebres, tais como Dachau, Auschwitz, Strutof, Ravensbruck e
Sachsenhausen, onde foram vítimas da cremação, das câmaras de gás,
da decapitação, do fuzilamento ou ainda de espancamento da parte dos
guardas desses terríveis “campos da morte”.
O líder do grupo dos leigos era a Beata Mariana Biernacka da Diocese
de Lomza na Polónia. Ela nascera em 1888 em Lipsk, no seio de uma
família de cristãos ortodoxos. Aos 17 anos, em 1905, com sua
família, mudou e passou para os católicos de rito latino.
Aos 20 anos casou-se sob o rito católico com Ludwik Biernacki: deste
casamento nascerão seis crianças. Após a morte de seu marido
coabitava com o seu filho Estanislau e sua esposa, compartilhando a
sua vida com o jovem casal, mostrando sabedoria cristã e amor
fraterno para com eles e seus filhos.
Entre as pessoas do seu país era conhecida pela sua bondade e
profunda religiosidade.
Quando Lipsk em 1 de Julho de 1943, sofreu uma represália alemã e
foi abalada pelas prisões em massa — mesmo a sua jovem filha, então
grávida de outro filho foi presa — Mariana pôs-se à frente, e foi
propôs, ser ela presa em vez da filha, para salvá-la e salvar a vida
do futuro neto.
Foi um nobre impulso de amor que uma mulher de 55 anos, dê a sua
vida pelos outros, como o fez S. Maximiliano Maria Kolbe (1894-1941)
monge conventual, morto no campo de Auschwitz.
A troca foi aprovada e a detida foi enviada para a prisão e desta
transferida para Naumowicz em Grodno (hoje na Bielorrússia). Foi
fuzilada a 13 Julho de 1943.
E a Igreja optou por associar a muitos de seus devotos filhos,
vítimas da barbárie nazista na Polónia, uma mulher humilde, que como
eles, reconheceu Jesus nos irmãos, pondo em prática o Evangelho que
diz: “Quem perder a vida por causa de Mim, a salvará”. |