MARIA PRIMEIRO SACRÁRIO
Maria foi, sem a menor sombra de dúvida o primeiro Sacrário,
Sacrário puro e rico das belezas de Deus.
Maria, nossa querida Mãe – ao contrário do que pensam os seus
detractores – sabia que no seu ventre puro estava o Salvador do
mundo e, sabia-o não só por inspiração divina, mas porque o
próprio Anjo Gabriel lhe disse, depois de a ter saudado
“Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo”
(Lc. 1,28) ao anunciar-lhe a vinda do Senhor:
“Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis
que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de
Jesus. Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o
Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai David; e reinará
eternamente na casa de Jacob, e o seu reino não terá fim.”
(Lc. 1, 30-33)
Que
Ela conceba e dê à luz um filho, nada tem de extraordinário,
pois é o próprio de toda a mulher casada, mas nenhum filho
dessas mulheres, por boas que sejam, não será “chamado Filho
do Altíssimo” nem terá um reino que jamais terá fim: isso é
o próprio do Filho de Deus, do “Filho do Altíssimo”.
Portanto Maria sabia que aquele Ser que trazia desde agora em
seu seio – “porque vai conceber e dar à luz” – era o “Ser
acima de todos os seres” diante do qual “todo o joelho se dobra”
e foi desde esse momento que Ela começou a “guardar estas
coisas no seu coração” (Lc. 2,51).
Visto isto, será inverosímil pensar que Maria não adorava seu
bendito Filho, quando Este ainda permanecia em seu ventre? Se
aceitamos que Ela não desconhecia que o Filho que trazia em seu
seio era o “Filho do Altíssimo”, devemos crer também que no mais
profundo da sua alma a adoração daquele Menino era uma
evidência. Se assim não fosse, qual teria sido a sua reacção
quando os sábios do oriente – os Reis Magos – vieram de tão
longe para ADORAR o recém-nascido?
Portanto, é justo dizer e pensar firmemente que Maria foi o
primeiro Sacrário e a primeira adoradora do “Filho do
Altíssimo”.
Aliás, as palavras do seu cântico – o Magnificat –, quando do
encontro com Isabel sua prima, são uma outra prova deste
conhecimento, porque Ela diz:
«Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria
em Deus, meu Salvador» (Lc. 1, 46-47)
… e
ainda mais expressamente nas palavras que seguem estas
primeiras:
«Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as
gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é
poderoso e cujo nome é Santo.» (Lc.
1, 48-49)
Todas as gerações a proclamarão bem-aventurada porque Ela
aceitou o convite divino para ser Mãe do “Filho do Altíssimo”, o
Filho de Deus que nela se faria homem.
Como deveria ser meiga e doce esta adoração de Maria! Quanto
amor, quanto carinho no seu olhar, mas sobretudo no olhar da sua
alma ao contemplar aquela “Semente” que Deus depositara no seu
seio.
Como seria para nós tão bom ouvir essas palavras, esses
murmúrios amorosos entre a Mãe e aquele Filho que, como todas os
filhos dos homens, ali estava presente, não abandonado, mas
sozinho no silêncio daquele Sacrário iluminado pela contínua
presença do Deus vivo…
Sejamos adoradores e, para que melhor o sejamos, tenhamos Maria
como guia, como Mestra adoradora de seu bendito Filho, presente
no Seu seio.
A
Jesus por Maria! |