Mary Jane Wilson nasceu na Índia, de
pais ingleses, em 1840, foi baptizada na Igreja
Anglicana e recebeu uma cuidada educação humana,
cultural e religiosa. Uma crise de fé levou-a a
converter-se ao catolicismo, em 1873, e a ingressar na
III Ordem Secular de S. Francisco de Assis. Formou-se em
enfermagem, trabalhou num hospital londrino e foi nessas
funções que um dia chegou à Madeira.
As
diversas carências que ali encontrou sensibilizaram o
seu coração e despertaram a sua ação caritativa em
várias direcções: catequese, educação, saúde, amparo à
orfandade. Este trabalho não passa despercebido ao Bispo
do Funchal, D. Manuel Agostinho Barreto, que a convence
a ficar. Ali dedica o resto da sua vida ao serviço aos
pobres, instituindo diversas obras de assistência e
ensino: orfanato, dispensário, farmácia gratuita, um
colégio, diversas escolas primárias e centros de
catequese e de promoção humana. A sua acção no combate a
uma epidemia de varíola, em 1907, foi considerada de
“caridade heróica” e viria a merecer-lhe a condecoração
portuguesa de Torre e Espada.
Com a implantação da República, em 1910,
foi expulsa de Portugal e viveu um ano de exílio em
Inglaterra. Mas voltou à Madeira no ano seguinte e aí
faleceu, em 1916, com fama de santidade.
Madre Mary Jane
Wilson faleceu a 18 de Outubro de 1916 (76 anos) em
Câmara de Lobos, na ilha da Madeira.
Em 1987, a Santa Sé emitiu o “nihil
obstat”, permitindo a abertura do Processo de
Beatificação.
A Promulgação do decreto sobre as
virtudes heróicas data de 9 de Outubro de 2013.
Bastará agora um milagre, aprovado pelas
entidades competentes, para que ela seja beatificada.
Obra que nasce e cresce
A dedicação da irmã Mary Jane desde logo
cativou algumas jovens que se ofereciam para a ajudar e
lhe manifestam o desejo de entregar a vida a Deus e aos
pobres. Assim, com a ajuda da amiga Amélia Amaro de Sá,
a 15 de Janeiro de 1884, fundou a Congregação das Irmãs
Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias, invocação
mariana escolhida como padroeira.
Como muita outras, a congregação foi
extinta pela I República, mas muitas irmãs continuaram a
viver a consagração em segredo. A fundadora regressaria
em 1911 e começaria tudo de novo com um pequeno grupo.
A Congregação foi agregada à Ordem dos
Frades Menores em 1940, seguindo a regra da Terceira
Ordem Regular de S. Francisco de Assis, aprovada pelo
Papa João Paulo II em 1982. Está hoje radicada em vários
países dos cinco continentes. |