Moisés
e Abraão constituem as duas personagens centrais do Antigo
Testamento. Moisés, o libertador do povo eleito, o mediador da
Aliança renovada do Sinai e, em conformidade com ela, o organizador
da
teocracia
hebraica. Tal foi a importância dele na história de Israel que
muitas vezes o Messias é interpretado como reencarnação do grande
«Profeta» por antonomásia, do Testamento Antigo. Os dias do Êxodo
tinham ficado como os tempos heróicos da história de Israel, e o
principal protagonista de tais gestos, Moisés, ficou na memória de
todas as gerações como o amigo de Deus por excelência.
Já o
seu nascimento está marcado com o sinal da predileção divina.
Oriundo da tribo de Levi, foi abandonado pela mãe numa cestinha de
junco no Nilo. A perseguição contra os israelitas chegou ao ponto
culminante, e as mães hebréias tinham de privar-se dos seus filhos
varões, cuja extinção estava decretada pelas autoridades egípcias.
São os tempos de reação contra os Semitas. Tinham passado os anos da
dominação dos Hiksos, de origem asiática, que protegiam os
estrangeiros oriundos de Canaã e da Fenícia, porque os ajudavam a
manter sujeitos os egípcios. José, o cananeu descendente de Jacob,
tinha conseguido subir, protegido por esta situação de privilégio
para os Semitas, até às mais altas dignidades do Estado egípcio. A
sua sombra tinham os Hebreus prosperado desmedidamente na parte
oriental do Delta, de tal maneira que chegaram a criar um problema
aos nativos súbditos do faraó. Ao impor-se outra dinastia, de
procedência claramente egípcia, generalizou-se uma política de
perseguição contra os estrangeiros semitas, que tinham colaborado
com os odiados Hiksos. Vítimas desta política sectária foram, entre
outros, os Hebreus, que pacificamente se dedicavam à criação de
rebanhos em Gósen. A opressão ultrapassava toda a medida e Deus ia
intervir milagrosamente para salvar o seu povo ligado à promessa de
bênção dada ao grande antepassado Abraão. Para isso era necessário
preparar instrumento da sua especial providência. A Bíblia insiste
nestas intervenções milagrosas de Deus na vida de Moisés. O menino
foi recolhido por uma princesa egípcia, que o levou para a corte do
faraó como filho adotivo, dando-lhe o nome de «Mossu» ou Moisés, que
em egípcio parece significar simplesmente «menino». Lá cresceu,
formado segundo a requintada educação cortesã. A alma egípcia
distingue-se pela delicadeza e bondade. Conhecemos muitas
composições literárias cheias de beleza estilística e de profundos
pensamentos. Talvez o menino hebreu tenha tido nas mãos os
maravilhosos «Ensinamentos de Amenheme», que deixarão vestígios na
literatura hebraica.
A sua
obra, a «Lei», constituiu a base da vida religiosa e política do
povo eleito até aos tempos do Messias. Jesus Cristo dirá que não
veio aboli-Ia, mas aperfeiçoá-la no seu pleno sentido espiritualista
e ético. É a melhor consagração duma obra legislativa que girava à
volta do destino excepcional dum povo, de que havia de sair o
Salvador do mundo. Na visão do Tabor, Moisés - símbolo da lei do
Testamento Antigo - e Elias - símbolo do profetismo - constituem a
escolta de honra do Deus-Messias. Por isso a Igreja cristã, que se
considera a herdeira do «Israel das promessas», sentiu sempre grande
veneração pelo grande Legislador e Profeta do Antigo Testamento.
http://www.portalcatolico.org.br/
VER: http://santos-de-cada-dia.blogspot.com/2011/09/moises.html |