A
devoção a Nossa Senhora de África teria nascido a partir da presença
portuguesa em Ceuta. Com efeito, o mais antigo lugar de culto com
esta designação encontra-se naquela cidade do norte de África e a
sua
construção
inicial data do século XV. O edifício, hoje santuário, foi
reconstruído no século XVIII e nele se venera uma imagem,
aparentemente bizantina, que uma tradição liga ao imperador
Justiniano e ao gover-nador desta província, Procópio. A invasão
muçul-mana teria interrompido o seu culto.
Outra
tradição liga-a ao Infante D. Henrique, que a teria oferecido a
Ceuta com o pedido para que todos os sábados se rezasse por sua
alma. A tradição da “sabatina”, ainda hoje viva em Ceuta, poderia
ter tal origem. A imagem tem na mão um bastão com nós, oferecido
pelo último governador português de Ceuta.
Outro
polo importante de irradiação da devoção a Nossa Senhora de África
situa-se na Argélia e nasceu da devoção de duas missionárias
francesas do século XIX. Indo ajudar o bispo local, não encontraram
por aquelas terras nenhum santuário mariano. Por isso, colocaram uma
pequena imagem da Virgem sobre uma oliveira nas proximidades de
Argel. Pouco a pouco, o lugar transformou-se num centro de
peregri-nação por parte de numerosos devotos de Nossa Senhora. As
piedosas mulheres recolheram dinheiro e construíram uma capela
provisória em 1857.
O
actual santuário foi concluído em 1872 sobre um promontório que
domina o mar e a cidade de Argel. Numerosos são os peregrinos que o
visitam.
Hoje em
dia, a devoção a Nossa Senhora de África estende-se a numerosos
países daquele continente. A iconografia representa-a, ora como uma
mulher de tês morena, ora como uma negra, mas sempre com o Menino
nos braços. |