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Oportuna de SÉez
Virgem, Abadessa, Santa
† 770

Oportuna foi irmã de Crodegango, bispo de Seez[1], e sobrinha de Lantilda, abadessa de um convento de beneditinas em Almeneches.

Nascida no castelo de Exmes, perto de Argentano, jovem ainda, conseguiu dos pais a permissão para consagrar-se ao Senhor. Assim, deixou o castelo, as comodidades e o convívio dos seus e foi encerrar-se num pequeno mosteiro nas vizinhanças de Almeneches.

Oportuna caminhou rapidamente pela senda da perfeição. Num átimo, conquistou o coração da comunidade toda. Humilde, sincera e prestativa, a todos encantava e edificava.

Quando a abadessa faleceu, a jovem religiosa foi escolhida, por unanimidade, para preencher a vaga. A princípio, um tanto alarmada com a responsabilidade da direcção da abadia, hesitou. Mas, depois de alguns dias de acurada reflexão, diante de uma revelação, capacitou-se de que a escolha fora dirigida pela vontade de Deus. E aceitou.

Agora como superiora, pensava Oportuna, era mister redobrar as mortificações, para dar exemplo às religiosas. E atirou-se de corpo e alma, à oração e à contemplação. E sendo muito severa consigo mesma, era caridosíssima com as filhas.

Recebeu, então, do alto, o dom dos milagres. Um deles, refere-se ao guarda-florestal da região e o burrico do mosteiro. Tendo aquele homem, um dia, pedido emprestado o burrico da comunidade, para transportar uma carrada de lenha, achou interessante ficar com o animal para si. E apossou-se do burrico.

Passaram-se dois, três dias, e nada do guarda aparecer e fazer a devolução do animal. Oportuna, zelosa com as coisas do mosteiro, lembrou-lhe o dever, mas o homem, que determinara assenhorar-se do burrico, pateava, à espera do que iria a abadessa fazer: talvez desse o caso por encerrado e então o burrico seria seu definitivamente.

Oportuna que percebera plenamente as más intenções do guarda-florestal, resolveu não mais tratar da questão com o desonesto, mas com Deus. E a Ele se dirigiu, pedindo que fizesse justiça.

Ora, uma bela manhã, quando o guarda deixou a casa e lançou os olhos pelas terras que possuía, viu que um dos seus campos estava completamente coberto por, pensava ele, espessa camada de alvíssima neve.

Qual não foi a sua surpresa quando, tendo corrido para o campo, que não ficava longe, verificou que não se tratava de nevem mas sim de sal.

Aturdido com o prodígio, logo pensou na feia acção que cometera, tendo para si o que não lhe pertencia: aquilo era, sem dúvida, uma advertência do céu. E, tornando, passou o cabresto no burrico e correu levá-lo ao mosteiro, envergonhadíssimo.

Num repente, atirou-se aos pés da santa abadessa e pediu perdão pelo que fizera. E doando ao mosteiro aquele campo, que passou a chamar-se Campo Salgado, sentiu-se o guarda com a alma mais leve. Tempos mais tarde, ali se construiu uma capela, pequenina e graciosa que se dedicou à Santa.

Oportuna também recebeu de Deus o poder de submeter os animais e as aves à sua vontade.

Certa vez, foram dizer-lhe que uma nuvem de passarinhos se abatera sobre as hortas das redondezas e estava causando um estrago terrível. Oportuna foi-lhes ao encontro. E, dizendo às avezinhas que se considerassem suas prisioneiras, passou, suavemente, a reprovar o que andavam a fazer.

Os passarinhos não podiam mover-se. Estava como que presos no chão, nas árvores, nos paus das cercas. Depois que terminou a censura, deu-lhes a santa abadessa a liberdade com a condição de que não mais entregassem aos estragos. Só então recuperaram a faculdade de locomoção.

Nem bem chegara Oportuna à abadia, e alguém veio contar-lhe que as aves, portando-se estranhamente, voando e piando tristemente, não abandonavam um determinado lugar.

Tornou então a abadessa para o meio dos pássaros. E, tendo descoberto que haviam matado um deles, por isso que chilreavam tão compungidamente e não se iam, Oportuna, tomando ternamente nas mãos a avezita morta, rogando a Deus, restituiu-lhe a vida.

Num grande bando que empanou a luz do sol, os pássaros, agora cantando alegremente, desapareceram e jamais voltaram às razias.

A trágica morte do irmão, friamente assassinado em Nonant, por um competidor, foi um golpe tremendo para a santa virgem. Nada abrandou a sua grande mágoa. Transportado para a abadia o corpo do irmão, sobre ele Oportuna chorou longamente, suplicando ao Senhor que a levasse também.

Deus ouviu-lhe os insistentes rogos. E, poucos meses depois, sabedora de que se ia do mundo, reuniu a comunidade e transmitiu-lhe a notícia.

Exortando as religiosas para que vivessem na paz, sempre unidas, a estritamente observar os votos feitos, dias mais tarde, ardendo em febre, recebeu o Corpo e o Sangue de Jesus, vendo a Virgem que lhe vinha ao encontro, e, assim, naquele doce êxtase sem par, faleceu santa e calmamente.

Morta no dia 22 de Abril de 770, o corpo da milagrosa abadessa e virgem foi sepultado no mosteiro mesmo que governara, ao lado do irmão bem-amado.

Tantos foram os milagres ali operados pelo Altíssimo que o lugar não comportava a multidão de gente vinda de toda a parte. Comprimindo-se, acotovelando-se, todos queriam abeirar-se do túmulo de Oportuna, na ânsia de conseguir as graças que lhe rogavam.

Há, na França, diversas igrejas dedicadas a Santa Oportuna.

(Livro Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume VII, p. 178 à 181)


[1] Diocese que ainda hoje existe em França.

 

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