Passeio a Balasar

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HISTORIA DE BALASAR

Passeio a Balasar

PASSEIO A BALASAR

Descobrimos no nosso computador um escrito de 1948, saído no jornal “A Voz da Póvoa”, em 9 de Janeiro de 1941, que nos merece aqui publicação. Vem assinado só por X e por isso ignoramos por completo quem o escreveu. Fala dum passeio que esse autor poveiro fez então a Balasar e que o deixou muito bem impressionado. O Estado Novo tinha em marcha a celebração dos Centenários (da Fundação da nacionalidade e da Restauração). O pároco de Balasar, o P.e Leopoldino, que sofrera vexames da República, aderira decididamente ao Estado Novo, mesmo respeitando aqueles que o não fizeram (nesse sentido, foi em Balasar um elemento de pacificação). Ao artigo de origem juntámos algumas ilustrações, uma do exterior da Casa da Alexandrina (as Quinas, a data de 1940 e o facto de representar a Imaculada Conceição relacionam-na com a Restauração) e as outras duas dum boletim camarário.

Era 8 de Dezembro. Dia em que devia ser feriado nacional porque há 300 anos que Nossa Senhora da Conceição foi aclamada Padroeira de Portugal e é da história a protecção que Nossa Senhora tem dispensado à nossa Nação desde o seu berço até aos nossos dias. Nesse dia solene, nesse dia augusto, todo o povo crente e patriota devia cantar com entusiasmo e fervor o hino a Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.

Com ternura cantemos Maria,
Nesta hora tão grata ao Senhor,
Em que vimos render-Lhe à porfia
Nossos preitos de fé e amor!

Coro:

Da gente lusa o pregão
Ressoe na terra inteira:
- Senhora da Conceição,
Sois a nossa padroeira.

 

Terra linda, de fé e de glória,
O seu lema bendito faz lei!
Sempre foi na romagem da História
De Maria este povo, esta Grei!
 

Desde o Minho florido até Sagres,
Terra verde, que é sua, por bem,
Portugal só lhe deve milagres
Como nunca os deveu ninguém.

Da gente lusa o pregão, etc.

Nesse dia festivo resolvi ir a Balasar visitar o meu velho amigo J.A., já conhecido dos nossos leitores.

Ao passar na Igreja Paroquial, que me traz sempre à memória o nome de Manuel Joaquim de Almeida, seu principal impulsor, assim como de outros melhoramentos locais, ouvi o toque de uma orquestra.

 

Há festa na grei; com certeza o meu amigo encontra-se no templo santo. E não me enganei.

Subia ao púlpito o nosso conterrâneo Sr. P.e Leopoldino Rodrigues Mateus, que falou sobre a protecção de Nossa Senhora a Portugal e devoção dos portugueses à sua excelsa Padroeira.

O vasto templo estava repleto de fiéis. O Santíssimo exposto num elegante trono de muitos lumes e flores naturais. O trono de Nossa Senhora da Conceição estava um primor e todos os altares muito bem preparados. Em poucas aldeias, mesmo fora das solenidades, se ornamentam tão bem os altares como nesta, pastoreada pelo nosso P.e Leopoldino.

Concluída a cerimónia religiosa, o meu velho amigo J. A. convidou-me a acompanhá-lo ao salão paroquial onde se ia realizar uma sessão solene como conclusão das Festas Centenárias da paróquia. Fui; uma avalanche de povo enchia o salão, lindamente ornamentado com motivos agrícolas.

Falaram em primeiro lugar rapazes da Juventude Agrária sobre várias passagens da História de Portugal, particularmente referentes à comemoração dos Centenários da Fundação e Restauração de Portugal, e notei o sangue frio, a presença de espírito e desembaraço com que falavam. Homens do campo a falar no palco tão bem como eles, é para admirar!

Vieram depois as benjaminas com poesias e uma sessão recreativa e instrutiva.

Escola do plano dos Centenários em Balasar

No fim, abracei o nosso P.e Leopoldino pela linda festa e sólida educação que vem dando ao seu povo.

Era já de noite, e depois de me despedir do meu velho amigo J. A., regressei à minha tebaida encantado com a mais linda tarde que passei em Balasar. X

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