“Quando os malvados ME atacam, são eles, Meus inimigos, que
resvalam e caem...” (Sal 26, 2)
A
COORTE APROXIMA-SE DE JESUS.
“... recuaram e caíram por terra” (Jo
18, 6)
Como
Jesus soubesse tudo o que havia de lhe acontecer, adiantou-se e
perguntou-lhes: A quem buscais? Responderam: A Jesus de Nazaré. Sou
eu, disse-lhes. (Também Judas, o traidor, estava com eles.) Quando
lhes disse Sou eu, recuaram e caíram por terra. Perguntou-lhes ele,
pela segunda vez: A quem buscais? Disseram: A Jesus de Nazaré.
Replicou Jesus: Já vos disse que sou eu. Se é, pois, a mim que
buscais, deixai ir estes. Assim se cumpriu a palavra que disse: Dos
que me deste não perdi nenhum (Jo 17,12). ( Jo 18, 4-9)
A
TENTATIVA DE SÃO PEDRO DE LIBERTAR JESUS
“Em
vez do gozo que se lhe oferecera ELE suportou a cruz...” (Heb 12, 2)
Enfia tua espada na bainha! Não hei-de beber EU o cálice que o PAI
ME deu? (Jo 18, 11)
Em
seguida, adiantaram-se eles e lançaram mão em Jesus para prendê-lo.
Mas um dos companheiros de Jesus desembainhou a espada e feriu um
servo do sumo-sacerdote, decepando-lhe a orelha. Jesus, no entanto,
lhe disse: Embainha tua espada, porque todos aqueles que usarem da
espada, pela espada morrerão. Crês tu que não posso invocar meu Pai
e ele não me enviaria imediatamente mais de doze legiões de anjos?
Mas como se cumpririam então as Escrituras, segundo as quais é
preciso que seja assim? (Mt 26, 50-54)
A
FUGA DOS DISCÍPULOS
“Afastaste de MIM os Meus amigos, objecto de horror ME tornastes
para eles...”(Sal 87, 9).
“Então os discípulos O abandonaram e fugiram” (Mt 26, 56).
Seguia-o um jovem coberto somente de um pano de linho; e
prenderam-no. Mas, lançando ele de si o pano de linho, escapou-lhes
despido. (Mc 14, 51-52)
ELES PRENDERAM JESUS
“Estou aprisionado sem poder sair...” (Sal 87, 9)
“Então a corte, o tribuno e os guardas dos judeus prenderam a JESUS
e O ataram” (Jo 18, 12)
Voltando-se para os príncipes dos sacerdotes, para os oficiais do
templo e para os anciãos que tinham vindo contra ele, disse-lhes:
Saístes armados de espadas e cacetes, como se viésseis contra um
ladrão. Entretanto, eu estava todos os dias convosco no templo, e
não estendestes as mãos contra mim; mas esta é a vossa hora e do
poder das trevas. (Lc 22, 52-53)
Pai
Nosso..., Ave Maria..., Glória ao Pai...
Pela
sua dolorosa Paixão; tende Misericórdia de nós e do mundo inteiro.
Meu
Jesus, perdão e Misericórdia, pelos méritos de Vossas santas Chagas.
Segundo as Visões
de Ana Catarina Emmerich
A
prisão do Senhor.
Então
os soldados cercaram Jesus e os soldados, avançando, puseram mãos em
Nosso Senhor. Judas quis fugir, mas os Apóstolos detiveram-no e
atacaram os soldados, gritando: «Mestre, feriremos com as
espadas?” Pedro, porém, mais excitado e zeloso, puxou da espada
e golpeou Malcho, criado do Sumo-sacerdote, que o quis repelir e
cortou-lhe um pedaço da orelha, de modo que Malcho caiu por terra,
aumentando deste modo ainda a confusão.
A
situação nesse momento do veemente ataque de Pedro era a seguinte:
Jesus preso pelos soldados, que O queriam amarrar; cercavam-no, num
largo círculo, os soldados, um dos quais, Malcho, foi prostrado por
Pedro.
Outros
soldados estavam ocupados em repelir os discípulos, que se
aproximaram ou em perseguir outros que fugiram. Quatro dos
discípulos andavam pelo lado do monte e só se avistavam de vez em
quando, a grande distância. Os soldados estavam em parte um pouco
desanimados pelas quedas, em parte não ousavam perseguir seriamente
os discípulos, para não enfraquecerem demasiadamente a tropa que
cercava Jesus.
Judas,
que quis fugir logo depois do beijo traidor, foi detido a certa
distancia por alguns discípulos, que o cobriram de injúrias. Mas os
seis agentes, que só então se aproximaram, livraram-no das mãos dos
cristãos indignados. Os quatro soldados, em roda de Jesus, estavam
ocupados com as cordas e algemas, seguravam-no e iam amarrá-lo.
Tal era
a situação, quando Pedro golpeou Malcho e Jesus ao mesmo tempo
disse: «Pedro! Embainha a tua espada, pois quem se serve da
espada, perecerá pela espada. Ou pensas que eu não podia pedir a meu
Pai que me mandasse mais de doze legiões de Anjos? Então não devo
beber o cálice que meu Pai me apresentou? Como se cumpririam as
Escrituras se assim não se fizesse?”
Disse
aos soldados: “Deixai-me curar este homem”. Aproximou-se de
Malcho, tocou-lhe na orelha, rezando e ficou sã. Estavam, porém, em
roda os esbirros, os soldados e os seis agentes, que O insultaram,
dizendo aos soldados: “Ele tem contrato com o demónio; a orelha por
feitiço parecia ferida e por feitiço sarou”.
Então
lhes disse Jesus: “Viestes a mim, armados de espadas e paus, a
prender-me como um assassino. Todos os dias tenho ensinado no
Templo, no meio de vós e não ousastes pôr a mão em mim; mas esta é a
vossa hora, a hora das trevas”.
Eles,
porém, mandaram amarrá-lo e insultaram-no, dizendo: “A nós não nos
pudeste jogar por terra com teu feitiço”. Do mesmo modo falaram os
soldados: “Acabaremos com as tuas práticas de feiticeiro, etc.”.
Jesus respondeu ainda algumas palavras, mas não sei mais o que foi;
os discípulos, porém, fugiram para todos os lados.
Os
quatro soldados e os fariseus não tinham caído e portanto também não
se tinham levantado, o que sucedeu, como me foi revelado, porque
estavam inteiramente nas redes de Satanás, do mesmo modo que Judas,
que também não caíra apesar de estar no meio dos soldados; todos os
que caíram e se levantaram, converteram-se depois e tornaram-se
cristãos.
O
cair e levantar era símbolo da conversão. Esses
soldados não puseram a mão em Jesus, mas apenas O cercaram: Malcho
converteu-se logo depois da cura, de modo que só por causa da
disciplina continuou o serviço; já nas horas seguintes, durante a
Paixão de Jesus, fazia o papel de mensageiro entre Maria e os outros
amigos de Jesus, para dar notícias do que se passava.
Os
soldados amarraram Jesus com grande barbaridade e com a brutalidade
de carrascos, por entre contínuos insultos e escárnios dos fariseus.
Eram pagãos da classe mais baixa e vil; tinham o peito, os braços e
joelhos nus; na cintura usavam uma faixa de pano e na parte superior
do corpo, gibão sem mangas, ligado nos lados com correias. Eram de
estatura baixa, mas fortes e muito ágeis, de cor parda-ruiva, como a
dos escravos do Egipto.
Amarraram Jesus de uma maneira cruel, com as mãos sobre o peito,
prendendo sem compaixão o pulso da mão direita por baixo do cotovelo
do braço esquerdo e o pulso da mão esquerda por baixo do cotovelo do
braço esquerdo e o pulso da mão esquerda por baixo do cotovelo do
braço direito, com cordas novas e duras que lhe cortavam a carne.
Passaram-lhe em redor do corpo um cinturão largo, no qual havia
pontas de ferro e argolas de fibra ou vime, nas quais amarraram-Lhe
uma espécie de colar, no qual havia pontas e outros corpos
pontiagudos, para ferir; desse colar saiam, como uma estola, duas
correias cruzadas sobre o peito até o cinturão, ao qual foram
fortemente apertadas e ligadas. Fixaram ainda, em diversos pontos do
cinturão, quatro cordas comprimidas, pelas quais podiam arrastar
Jesus para lá e para cá, conforme lhe ditava a maldade. Todas essas
cordas e correias eram novas e pareciam preparadas de propósito,
desde que começaram a pensar em prender Jesus. |