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O DIABO ATACA

PERÍODO DIFÍCIL

 

Abordamos um período muito doloroso na vida de Alexandrina: as lutas ferozes que ela teve de travar contra o diabo. Com efeito, o “manquinho”, como ela o chamava, nunca deixou de torturá-la, de lhe fazer sugestões ou gestos obscenos, actos cujo significado ela ignorava até o significado.

Alexandrina lembra-se bem, ao ponto de o escrever na sua Autobiografia: «Foi em Julho de 1937 que o “manquinho” — diz a Vítima de Balasar — não satisfeito de me atormentar a consciência e de me dizer coisas demasiadamente feias, principiou a atirar-me abaixo da cama e de noite e a qualquer hora do dia.»

Claro que, no princípio, isto acontecia na intimidade do seu quarto e ninguém, nem mesmo sua irmã, tinha a ideia dessas terríveis lutas que ela travava contra o inimigo de nossas almas; mas, assim que esses ataques atingiram as proporções de que ela acaba de mencionar, a família teve que ser informada, porque não só o demónio a jogava fora da cama, mas dizia-lhe terríveis obscenidades, que, inocentemente ela repetia em voz alta.

Alexandrina lamentava esta situação dolorosa, mas além de rezar pela sua libertação, não pôde fazer nada, porque fazia parte dos planos divinos para ela.

Felizmina Martins dos Santos — falecida com 104 anos — confirmou este estado de Alexandrina, acrescentando que às vezes, com Deolinda, elas eram obrigadas a sufocar, com cânticos, alguns gritos que podiam ser ouvidos na rua pelos transeuntes.

Esta agressividade de Satanás causou angústia na alma da pobre vítima, pois, escreve ela, «chorava amargamente e pensava não receber o meu Jesus sem me confessar», se bem ela não tivesse nada a ver com esta batalha que se travava contra ela sem que ela o pedisse.

Alexandrina termina assim a sua “relação” sobre os ataques traiçoeiros de Satanás:

«Depois que passava a influência do demónio e recordava o que tinha feito e dito, sentia horrorosos escrúpulos; parecia-me ser a maior criminosa. Foram meses de doloroso martírio. Muito mais tinha que dizer sobre este assunto, mas não posso. A minha alma não resiste ao relembrar tais sofrimentos.»

***

«Se a vida material melhorou nesta altura, redobraram os assaltos do demónio que há meses me vinha ameaçando. Foi em Julho de 1937 que o “manquinho”[1], não satisfeito de me atormentar a consciência e de me dizer coisas demasiadamente feias, principiou a atirar-me abaixo da cama e de noite e a qualquer hora do dia.»

E logo a seguir ela explica ainda:

«A princípio, até para as pessoas da casa fui encobrindo, menos para a minha irmã, passando por ser aflições do coração. A pouco e pouco, o mal foi aumentando e teve que o saber minha mãe e uma pessoa [2] que vivia connosco. Quem observava os tombos que eu dava abaixo da cama mostravam-se muito pesarosos, não supondo nada do que se tratava. Passavam-se os dias e o mal aumentava sempre. Uma noite atirou-me para o chão, passando por cima da cama de minha irmã, que ficava junto de mim. Ela levantou-se, pegando em mim ao colo, e dizia: “Anda para a tua caminha”. Mal ela me deitou, levantei-me rapidamente e dei uns assobios. Reconhecendo imediatamente o mal que tinha feito, principiei a chorar e disse para minha irmã: “Ai, o que eu fiz!” Ela sossegou-me, dizendo: “Não te aflijas, que não foste tu”. Na noite seguinte, voltou a acontecer o mesmo, e disse-lhe em voz alta: “Não me deito” – afastando-a de mim. Quando reconhecia que fazia mal, chorava.»

Continuando a citar a sua Autobiografia, podemos ler, logo a seguir:

«Uma noite em que passei com o mafarrico as coisas piores que se podiam imaginar, o que tudo desconhecia e ignorava, chorava amargamente e pensava não receber o meu Jesus sem me confessar[3]. Nesse dia, o Sr. Abade não estava na freguesia para vir trazer Nosso Senhor, mas pensava quanto me custaria ter de dizer que não comungava sem me reconciliar, com receio que o Sr. Abade me perguntasse a causa, e ter de lhe dizer tudo, tudo, e não querer abrir-me com ele. Minha irmã, ao ver as minhas lágrimas, procurava consolar-me por todas as formas. Como não conseguisse, disse-me que à tarde iria falar com o meu Director espiritual que se encontrava a fazer uma pregação numa freguesia vizinha da nossa. Disse-lhe que nada adiantava, pois não lhe diria a ele o que se tinha passado. Pedi-lhe um postal de Nossa Senhora e, com grande sacrifício, descrevi por maior o sucedido, guardando-o debaixo do travesseiro até que chegasse a hora de o ir entregar. De repente, entrou no meu quarto o meu Director, acompanhado por um seminarista, trazendo-me Jesus-Hóstia para eu receber. Como soubesse que estava para banhos o nosso pároco, teve a boa lembrança de me vir trazer Jesus. Quando Sua Reverência me disse que trazia Nosso Senhor para receber, respondi-lhe: “Não posso comungar sem me confessar”.»

Esta situação mergulha-a numa dor indizível e inconsolável. Ela continua a explicar o que então se passa na sua alma e não só:

«As lágrimas e a vergonha não me deixavam falar. Com muito custo disse que tinha escrito um postal e que o guardava sob o travesseiro. O meu Director tomou-o, leu-o e tudo compreendeu, sossegando-me e dizendo-me que tudo previa em face de tudo quanto se tinha passado, mas não me tinha prevenido de nada.

Foi tremenda esta tribulação, que se repetiu por várias vezes. Tinha ataques muito furiosos duas vezes por dia, pelas nove ou dez horas da noite e depois do meio-dia, durante cerca de uma hora ou mais. Durante os ataques, sentia em mim toda a raiva e furor do inferno. Não podia consentir que me falassem de Nosso Senhor e na Mãezinha, nem podia ver as Suas imagens, cuspindo-as e calcando-as aos pés. Também não podia consentir junto de mim o meu Director; chamava-lhe nomes, queria espancá-lo e tinha-lhe uma raiva de morte, assim como a algumas pessoas da casa. Ficava com o meu corpo denegrecido com as pancadas e a escorrer sangue com as mordeduras[4]. Também dizia palavras muito feias para quem estava junto de mim. Hoje gostava que muita gente presenciasse só para temerem o inferno e não ofenderem a Jesus.

Depois que passava a influência do demónio e recordava o que tinha feito e dito, sentia horrorosos escrúpulos; parecia-me ser a maior criminosa. Foram meses de doloroso martírio. Muito mais tinha que dizer sobre este assunto, mas não posso. A minha alma não resiste ao relembrar tais sofrimentos[5]

Nunca duvidemos de existência do espírito das trevas, porque ele existe e negá-lo, seria para ele como uma vitória.

Afonso Rocha


[1] Nome que ela utilizava para designar o demónio.
[2] Felizmina Martins dos Santos. Na vida de santa Gema Galgani, foram observados fenómenos análogos.
[3] O demónio servia-se da língua da Alexandrina para dizer palavras indecentes, que ela ignorava completamente.
[4] O Padre Mariano Pinho, seu Director espiritual escreveu no seu livro intitulado “No calvário de Balasar”: “No dia 7 de Outubro de 1937 assisti, com os de casa a uma dessas lutas terríveis”.
[5] Autobiografia : “Período em que o demónio mais me apoquentou”. Ler sobre este tema: “ALEXANDRINA: o diabo e o inferno existem”, por Afonso Rocha.

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