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UMA CRUZ NO CALVÁRIO

Balasar é uma aldeia composta de diversos lugares. Um destes lugares chama-se Calvário.

Foi neste Calvário que o Senhor elevou uma cruz, não de madeira nem de qualquer outro material de construção, mas de carne e osso, de carne e de sangue.

Esta cruz feita de “carne e osso” tem um nome que o mundo começa a conhecer cada vez melhor: Alexandrina Maria da Costa.

Em 1931 ela começou a ter locuções interiores, às quais ela não prestou grande atenção, jugando que todas as pessoas tinham as mesmas sensações de ligeireza, de calor abrasante e de grande amor a Jesus.

O sacerdote que se tornou seu director espiritual em Agosto de 1932, pediu que ela mesma as descrevesse. Alexandrina tinha medo de se enganar ou de esquecer qualquer detalhe importante, mas Jesus veio em seu socorro, como ela mesma o explica numa carta enviada ao Padre Mariano Pinho e datada de 14 de Setembro de 1934:

«Nosso Senhor disse-me que o Divino Espírito Santo viria sobre mim e me inspiraria como havia de dizer.»

Mais tarde, uma nova ilustração da Cruz divina vai produzir-se: a vivência, na estreiteza do seu quarto, da Paixão de Jesus, de maneira visível a partir do dia 3 de Outubro de 1938. Esta paixão dolorosa se repetirá todas as sextas-feiras até 20 de Março de 1942.

Como Jesus ela sofria a agonia no Horto, a traição de Judas, a prisão pelos esbirros dos sumos-sacerdotes, a prisão e os julgamentos de Pilatos, Anás, Caifás e Herodes, a condenação à morte “e morte na cruz”…, a subida ao Calvário e as consequentes quedas, o encontro doloroso com Maria e depois com a santa Verónica, a chegada ao cimo do calvário, a crucifixão e todos os acontecimentos descritos nos Evangelhos.

Os visitantes autorizados a assistir a estas cenas dolorosas, saiam daquele quarto completamente mudados e comovidos e, muitos chorando.

Depois da paixão tinha lugar o êxtase, durante o qual se travava um diálogo entre Jesus e a Alexandrina, diálogo que era escrito por alguns dos assistentes, para o perenizar.

Por não poder escrever ela mesma, pedia à irmã Deolinda ou à professora Çãozinha para escreverem o que ela ditava: os “Sentimentos da alma”.

Nestes escritos — e nas cartas escritas ao seu “Paizinho” espiritual, a referência ao Calvário, tanto o de Jerusalém como o de Balasar é frequente e esclarecedora da Paixão do Senhor na Alexandrina.

Numa carta enviada ao Padre Mariano Pinho a 26 de Outubro de 1934, ele escreve:

«Disse-me [Jesus] também que me entregue toda a Ele, que abrace a cruz que Ele dá, que os caminhos são pedregosos, e estreitos, mas que Ele me auxilia e me conduzirá pela mão até ao calvário, lugar do suplício, que Ele me tem destinado.»

No dia 18 de Abril de 1935, a quando d’um colóquio com Jesus, o Senhor lhe dirá, falando do seu próprio Calvário:

«Participa em toda a minha paixão. O suor de sangue e o beijo de Judas. Acompanha-me a casa da Anás e de Caifás, que mau trato tiveram comigo. De manhãzinha cedo acompanha-me a casa de Pilatos, na rua da amargura, enfim, ao Calvário.»

Em 25 de Julho de 1935, falando da necessidade de almas vítimas capazes de suster o braço da divina Justiça, Jesus disse-lhe:

«Oferece-te como vítima, precisava de tantas e tenho tão poucas! E dessas, quantas aborrecem a minha cruz, tirando-lhe por isso todo o merecimento. Sobe, sobe, minha filha, por meu amor, o teu calvário. Abraça e beija a minha cruz que o Senhor está contigo para te ajudar.»

O seu desejo de partir para o Céu era grande, não para fugir ao sofrimento mas para gozar da bem-aventurança eterna. Mas os desígnios do Senhor eram outros.

Humildemente Alexandrina queixa-se numa carta enviada ao seu director espiritual em 22 de Agosto de 1935:

«Ainda vivo no calvário abraçada à cruz. Uns dias, parece-me que Nosso Senhor me vai desprender dela para me conduzir ao paraíso; outros dias parece querer deter-me nela por mais algum tempo.»

Recolhamos agora o testemunho de Deolinda, a irmã da Alexandrina, tirado de uma carta endereçada ao Jesuíta, director espiritual das duas irmãs, a 17 de Outubro de 1935:

«Senhor Padre Pinho, a Alexandrina continua a viver no meio de muitos e grandes sofrimentos. Nosso Senhor esteja com ela até ao alto de tão doloroso calvário, que de contrário, pobre Alexandrina, ser-lhe-á impossível de subir. Mas confio no meu querido Jesus e isso lhe peço em minhas pobres orações, que Ele a levará nos seus braços até ao fim e a nós nos dará coragem para a acompanhar sem desfalecer nesse caminho do Calvário.»

E chegará ao cimo do Calvário, porque a Alexandrina nunca desistirá, porque a sua confiança no Senhor é firme e inalterável. Ouçamo-la:

«Tenho muita confiança no meu amado Jesus, que não me abandonará e hei-de subir vitoriosa até ao alto do calvário.»[1]

E como para confirma o que acima diz, em carta ao seu director espiritual, datada de 26 de Março de 1936, ele escreve:

«Tenho a certeza que Nosso Senhor é o Cireneu do meu calvário e me suaviza a minha cruz. Se não fosse o meu amado Jesus, há que tempos eu tinha desfalecido!»

Esta certeza nunca a abandonará e ela carregará a sua cruz até ao cimo Calvário durante muitos anos ainda, até ao dia 13 de Outubro de 1955, dia da sua morte, dia em que o Calvário de Balasar se tornou em Calvário e Cruz Gloriosa para a eternidade, o que ela confessa ao seu director espiritual:

«Se o meu querido Jesus me der forças para subir até ao fim do calvário, sou rica, muito rica. Quando chegará esse dia bendito, em que eu possa dizer. "Ó meu amado Jesus, está ganha a batalha, já nunca mais volto a ofender-Vos; agora é só amar-Vos, sem limites por toda a eternidade.»[2]

Assim se confirmou o que ela escrevia a 6 de Setembro de 1939:

«Procuro não perder a minha união com Jesus na Santíssima Eucaristia e com os meus três Amores, por quem me quero enlouquecer: Pai, Filho, e Espírito Santo.»

Assim como o que Jesus lhe dissera de escrever ao seu “Paizinho” espiritual, em 11 de Outubro de 1934: “diz-lhe que te estou modelando e preparando para coisas mais sublimes”.

E quão sublimes são a vida e a obra da Beata Alexandrina!

Afonso Rocha


[1] Carta ao Padre Mariano Pinho : 15 de Janeiro de 1936.
[2] Carta ao Padre Mariano Pinho : 28 de Maio de 1936.

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