Serapião nasceu no Egipto, no norte da África e era um sacerdote
profundo conhecedor das questões
eclesiásticas.
Tornou-se um dos maiores combatentes dos hereges no século IV que,
aliás, foi o mais fértil deles. Fértil de hereges, mas também de
combatentes. Serapião, era amigo e companheiro do bispo Atanásio,
que lhe enviou cinco cartas, as quais fazem parte dos arquivos da
Igreja, incentivando-o a continuar na luta contra a doutrina dos
arianos. Essa doutrina negava a divindade de Jesus.
Embora
não haja muitos dados confiáveis sobre sua vida, podemos seguir
alguns dos seus passos na História do Cristianismo. Cursou a escola
de Alexandria e tornou-se monge sob os ensinamentos de Santo Antão,
abade que, ao morrer, lhe deixou como herança uma de suas túnicas de
pelo. Referência encontrada numa das narrações de Atanásio, doutor
da Igreja, discípulo e biógrafo de Santo Antão. Durante muito tempo
dirigiu a Escola Catequética de Alexandria e, desejoso de dedicar
mais tempo à oração e à penitência, retirou-se desse trabalho.
Porém, não demorou muito tempo para que Serapião voltasse à direção
da Igreja, sendo consagrado bispo de Thmuis, uma cidade do Egipto,
permanecendo na função entre os anos 340 e 356.
Serapião escreveu vários livros, sendo um que combatia o
maniqueísmo, outra heresia que surgira naquela época, e da qual foi
senão o maior, ao menos o mais ferrenho inimigo. Essa doutrina
pregava que havia uma separação entre corpo e alma, sendo a alma
pertencente a Deus e o corpo ao demônio. Também, redigiu várias
epístolas sobre a doutrina cristã, e discursava muito, com isso
evangelizou inúmeras pessoas ilustres e importantes de sua época.
São
Jerónimo, que dedicou à Serapião um capítulo de seu livro "Homens
Ilustres", nos conta que ele também fazia parte da comissão de cinco
bispos que foi ao imperador Constâncio II interceder pelo bispo
Atanásio, que fora exilado. Mas, como esse imperador era ariano a
missão fracassou e Serapião foi deposto do seu bispado. Esse bispado
que Serapião lamentou assumir, pois para isso teve que deixar sua
vida de solidão e recolhimento. Em um de seus escritos encontrados,
"Carta aos Monges", ele deixa muito claro como considerava ótima a
escolha que os monges faziam ao renunciar às alegrias efêmeras e aos
prazeres do mundo.
Este
bispo desempenhou as suas funções como poucos, morrendo em 362. O
Martirológio Romano indica o dia 21 de março para a veneração
litúrgica de São Serapião de Thmius.
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