O
imperador Trajano, no final do seu reinado, julgou que devia
diminuir a própria política de perseguição
nos
combates ao cristianismo, também porque a "infâmia" de ser cristão
servia, mais frequentemente, para resolver atritos políticos ou
familiares do que para dirimir questões religiosas.
Tal
clima de "tolerância" disfarçada, que não mudou nem mesmo os métodos
e as perseguições, prosseguiu até no governo do imperador Adriano, o
qual escreveu ao procônsul da Ásia: "Se um faz as acusações e
demonstra que os cristãos estão operando contra as leis, então a
culpa deve ser punida segundo a sua gravidade. Mas se alguém se
aproveita deste pretexto para caluniar, então é este último que deve
ser punido".
Nessa
realidade, elegeu-se Xisto I, filho de pastores romanos, que se
tornou o sétimo sucessor do trono de são Pedro, em 115. Seu governo
combateu com veemência as doutrinas maléficas dos gnósticos, ou
seja, os princípios da existência seriam transmitidos através do
"conhecimento revelado" por inúmeras potências celestes, que feriam
todos os fundamentos da religião de Cristo.
A este
papa deve-se a introdução de muitas normas disciplinares de culto
litúrgico. Proibiu as mulheres de tocarem o cálice sagrado e a
patena, que é o pratinho de metal, dourado ou prateado, usado para
depositar a hóstia consagrada. Instituiu o convite aos fiéis para
cantarem o sanctus junto com o celebrante, durante a missa.
Introduziu a água no rito eucarístico e determinou que a túnica ou
corporal fossem feitos de linho.
O papa
Xisto I morreu durante a perseguição do imperador Adriano, em 125.
Estava próximo de Roma, visitando a diocese de Frosinone,
provavelmente onde sofreu o suplício, pois foi enterrado na acrópole
de Alatri. A sua celebração foi mantida no dia 3 de abril, como
sempre foi reverenciado pelos devotos alatrianos, que guardam as
suas relíquias na igreja da catedral da cidade.
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