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Só por amor
“quase uma autobiografia”

Capítulo 15
A vida “púplica” da Alexandrina

A Alexandrina foi escolhida como co-redentora. Toda se consome pela salvação das almas. E oferece todos os seus sofrimentos com este objectivo.

Mas não basta: as almas, para salvar-se, devem converter-se, devem seguir Jesus; devem conhecer Jesus, acolhê-Lo. A Alexandrina, então, mesmo fechada entre os quatro muros do seu quarto de paralítica, deve aproximar-se das almas, comunicar-lhes Jesus. Jesus quer transmitir-se às almas por meio da Alexandrina e prepara-a para isto.

Em 13 de Junho de 47, dia do S. Coração, no êxtase que se seguiu ao da Paixão, Jesus diz-lhe:

 Quero que tudo o que é meu transpareça de ti.

Quero que os teus olhares tenham a pureza dos meus; quero que os teus lábios tenham o sorriso, a doçura dos meus; quero que o teu coração tenha a ternura, a caridade e o amor do meu. Em suma, quero que em tudo Me imites, quero-te semelhante a Mim. Quero que todo o teu corpo seja o Corpo de Jesus, um outro Cristo. És a nova redentora. S (13-6-47)

 Quero que faças o sacrifício, recebendo quantos vierem.

Tenho-te aqui para isso. S (11-7-47)

 Quero que tu faças o que faria Eu hoje se andasse pelo mundo. Imita-me! Atrai a Mim a multidão das almas às quais Eu permito vir a ti. Desempenha a tua missão. S (15-10-50)

E como a desempenha bem! Suscita arrependimento, conversões. Dir-lhe-á Jesus:

 Tem a certeza que as almas não vão como vêm para junto de ti. S (7-5-54)

A humilde pastorinha, a “pobre Alexandrina”, como sempre assina, que tanto deseja a solidão do seu quarto em recolhimento íntimo com Jesus, com os seus “três Amores” (a SS. Trindade) deve sujeitar-se a suportar uma maré de povo[1], ser inundada por pedidos, orações, deve enxugar as lágrimas de muitos irmãos!  

E também acolher expressões de gratidão que, em vez de a exaltar, a fazem sofrer.

Eu estava humilhadíssima por me ver rodeada de muita gente. Com palavras de Jesus fiquei mais forte e repetia-Lhe a oferta de toda a humilhação. S (22-9-50)

Jesus insiste nesta forma da missão de contacto com as almas e Alexandrina tem a sensação de Lhe atrair verdadeiramente muitas. Exprime-se com a imagem do “pescador de homens” usada por Jesus em relação a Pedro.

Não sei o que sinto a mais no coração. Parece-me que dentro dele tem Alguém que, à semelhança dos pescadores, deita redes e mais redes para apanhar este mundo imenso de almas. Quantas mais redes saem para fora do coração, mais tem para deitar.

E que ânsias infinitamente grandes de as possuir todas, todas cheiinhas!

Que tarefa, que canseira incessante! (...) S (18-1-52)

Mas a sua natureza humana é tão débil! Às vezes deixa fugir um pequeno desafogo.

(...) queria-me só no recolhimento, no silêncio. A presença das pessoas às vezes causa uma tal revolta que me leva a impacientar-me.

Meu Deus, meu Deus! A minha cruz, o meu martírio! S (24-2-52)

Jesus intervém com encorajamentos:

 Minha filha, minha filha, íman que atrai, tu não percorres o mundo, mas a tua vida percorre o mundo. Tu pregas com o teu sofrimento, com o teu exemplo.

És a missionária dilecta do Altíssimo: é na tua cama de dor que és missionária como tanto desejaste (vd. C. 1) [2]

 Coragem, minha filha, coragem! (...) assemelhei-te em tudo a Mim.

Fala, fala às almas que vêm junto de ti! Foi missão nobre, nobilíssima a que te escolhi. Nenhuma delas volta como vem para aqui, mesmo as mais criminosas e endurecidas.

É por ti que Eu Me estou a dar, é por ti que Eu Me comunico aos corações.

Vem, minha filha, vem receber a gota do meu divino Sangue, vida e alimento divinos. Vives a vida de Jesus. Vives com o Sangue e a Carne de Jesus.

Oh, maravilha! Oh, maravilha extaseante! S (21-11-52)

 

A Alexandrina tem o temor de que toda esta “vida pública” a distraia do recolhimento íntimo com os seus “três Amores”. Jesus sossega-a:

 Minha filha, minha querida filha, tesouro, cofre das minhas riquezas! És tesouro, és cofre de tudo o que é meu: distribui o meu amor, distribui as minhas graças. Faz, faz que elas se espalhem na humanidade inteira.

Deixa, deixa que as almas se abeirem de ti para as receberes. Faz, faz que elas voem por tudo o mundo.

Não te preocupes com o silêncio. Fala, fala às almas. Se soubesses o bem que por ti lhes dado! Criei-te, criei-te para isto, só para isto.

A tua ansiedade do silêncio é silêncio. Confia, confia: Eu não permito que tu percas a união comigo. Falando, fazendo a minha divina vontade, vives mais unida a Mim do que se estivesses sozinha no mais profundo recolhimento. Operei e opero na tua alma as maiores maravilhas.

 Seja, Jesus, como quereis. Faça-se, meu Amor, como Vós dizeis. Eu sou a vossa vítima. Se sempre estivesse mergulhada neste abismo de amor!... não temia a dor, não temia a cruz. Que abismo diferente daquele em que eu vivo!

 Coragem, coragem, minha pomba bela! É a recompensa do teu sofrimento, é força para sofreres mais, mais, muito mais.

Vem a receber a gota do meu divino Sangue.

Uniram-se por si os nossos corações. Assim o ordenei. Estão os dois num só. S (17-4-53)

Terminemos o capítulo pondo em evidência como a Alexandrina sabe tirar, de todo o acontecimento, motivo para fazer jorrar sempre amor do seu coração.

Ao receber tantos milhares de beijos das criaturas que de mim se abeiram, resolvi oferecê-los a Jesus como nele fossem dados e que Ele os aceitasse como actos de amor para os sacrários, para honra e glória da SS. Trindade e da Mãezinha querida, e que tudo revertesse em favor dos visitantes. S (4-12-53)


[1] “Maré de povo”. As pessoas deslizavam junto da Alexandrina, como um rio...como acontece, por ex., frente ao Santo Sudário de Turim.

[2] Um outro confronto com a Santa de Lisieux: ambas, sem se deslocarem da sua habitação de clausura, desenvolveram uma obra missionária até aos extremos confins do mundo.

   

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