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VIII
Domingo do Tempo Comum
— B — |
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Leitura do Livro do
Deuteronómio
(Dt
4,32-34.39-40)
Moisés falou ao povo dizendo:
Interroga os tempos antigos que te precederam, desde o dia
em que Deus criou o homem sobre a terra, e investiga de um
extremo ao outro dos céus, se houve jamais um acontecimento
tão grande, ou se ouviu algo semelhante.
Existe, porventura, algum povo que tenha ouvido a voz de
Deus falando-lhe do meio do fogo, como tu ouviste, e tenha
permanecido vivo?
Ou terá jamais algum Deus vindo escolher para si um povo
entre as nações, por meio de provações, de sinais e
prodígios, por meio de combates, com mão forte e braço
estendido, e por meio de grandes terrores, como tudo o que
por ti o Senhor vosso Deus fez no Egipto, diante de teus
próprios olhos?
Reconhece, pois, hoje, e grava-o em teu coração, que o
Senhor é o Deus lá em cima do céu e cá em baixo na terra, e
que não há outro além dele.
Guarda suas leis e seus mandamentos que hoje te prescrevo,
para que sejas feliz, tu e teus filhos depois de ti, e vivas
longos dias sobre a terra que o Senhor teu Deus te vai dar
para sempre. |
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Salmo – Sl 32,4-5.6.9.18-19.20.22 (R.12b)
Recta é a palavra do Senhor,
e tudo o que ele faz merece fé.
Deus ama o direito e a justiça,
transborda em toda a terra a sua graça.
A palavra do Senhor criou os céus,
e o sopro de seus lábios, as estrelas.
Ele falou e toda a terra foi criada,
ele ordenou e as coisas todas existiram.
Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem,
e que confiam esperando em seu amor,
19para
da morte libertar as suas vidas
e alimentá-los quando é tempo de penúria.
No Senhor nós esperamos confiantes,
porque ele é nosso auxílio e protecção!
Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça,
da mesma forma que em vós nós esperamos! |
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Leitura da Carta de
São Paulo aos Romanos
(Rm. 8,14-17)
Irmãos:
Todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus
são filhos de Deus.
De fato, vós não recebestes um espírito de escravos, para
recairdes no medo, mas recebestes um espírito de filhos
adoptivos, no qual todos nós clamamos: Abá – ó Pai!
O próprio Espírito se une ao nosso espírito para nos atestar
que somos filhos de Deus.
E, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de
Deus e co-herdeiros de Cristo; se realmente sofremos com
ele, é para sermos também glorificados com ele. |
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Conclusão do
Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (Mt. 28,16-20)
Os onze discípulos partiram para a Galileia, para o monte que
Jesus lhes tinha indicado. Quando o viram, adoraram-no;
alguns, no entanto, ainda duvidavam. Aproximando-se deles,
Jesus disse-lhes:
«Foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra. Ide, pois,
fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir
tudo quanto vos tenho mandado. E sabei que Eu estarei sempre
convosco até ao fim dos tempos.» |
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Ide por toda a parte
Como diversas vezes, antes da dolorosa Paixão, Jesus
convidou os seus discípulos para a montanha — lembremos a
transfiguração e as bem-aventuranças — para lhes falar.
Jesus já se tinha mostrado a eles no cenáculo, mas mesmo
assim, enquanto uns, provavelmente com grande alegria, o
adoravam, «alguns,
no entanto, ainda duvidavam»
que fosse Jesus de Nazaré que estava ali diante dos seus
olhos ainda não bem iluminados.
Mas Jesus não levantou esta dúvida e, aproximando-se,
abordou imediatamente o assunto que os tinha reunido neste
lugar calmo e solitário.
Olhando para eles amavelmente, disse-lhes: «Foi-me dado
todo o poder no Céu e na Terra».
Esta afirmação tirou provavelmente as dúvidas aqueles que
duvidavam e que com atenção vão ouvir e reter em seus
corações as palavras importantes e fundadoras que o Senhor
lhes vai dizer:
«Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos,
baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.»
Nesta curta frase, podemos constatar a instituição de dois
sacramentos: o da ordem: “fazei discípulos de todos os
povos” e o do baptismo: “baptizando-os em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
Os discípulos ainda não tinham recebido o Espírito Santo e
continuavam provavelmente amedrontados quanto aos judeus.
Como para os tranquilizar, Jesus diz-lhe ainda:
«E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos
tempos.»
Depois do Pentecostes, os discípulos deixarão de ter medo,
não só dos judeus mas também dos gentios e anunciarão a “Boa
Nova” a todo o mundo, certos que Jesus estaria
verdadeiramente com eles até que a morte os levasse para
felicidade eterna. Todos selaram com o próprio sangue esta
“ousadia” de anunciar a morte e ressurreição de Jesus, o
Filho de Deus vivo. Ámen. |
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