SOYEZ LES BIENVENUS SUR LE SITE DES AMIS D'ALEXANDRINA - SEDE BEM-VINDOS AO SITE DOS AMIGOS DA BEATA ALEXANDRINA

     

XXVII DOMINGO DO TEMPO COMUM
— B —

 

Leitura do Livro do Génesis     (Gn 2, 18-24)

Disse o Senhor Deus:

« Não é bom que o homem esteja só: vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele ».

Então o Senhor Deus, depois de ter formado da terra todos os animais do campo e todas as aves do céu, conduziu-os até junto do homem, para ver como ele os chamaria, a fim de que todos os seres vivos fossem conhecidos pelo nome que o homem lhes desse.

O homem chamou pelos seus nomes todos os animais domésticos, todas as aves do céu e todos os animais do campo. Mas não encontrou uma auxiliar semelhante a ele.

Então o Senhor Deus fez descer sobre o homem um sono profundo e, enquanto ele dormia, tirou-lhe uma costela, fazendo crescer a carne em seu lugar. Da costela do homem o Senhor Deus formou a mulher e apresentou-a ao homem. Ao vê-la, o homem exclamou:

« Esta é realmente osso dos meus ossos e carne da minha carne. Chamar-se-á mulher, porque foi tirada do homem ».

Por isso, o homem deixará pai e mãe, para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne.

 

Salmo 127 (128 ), 1-2.3.4-5.6 (R. cf. 5)

Feliz de ti que temes o Senhor
e andas nos seus caminhos.
Comerás do trabalho das tuas mãos,
serás feliz e tudo te correrá bem.

Tua esposa será como videira fecunda
no íntimo do teu lar;
teus filhos como ramos de oliveira,
ao redor da tua mesa.

Assim será abençoado o homem que teme o Senhor.
De Sião o Senhor te abençoe:
vejas a prosperidade de Jerusalém
            todos os dias da tua vida;
e possas ver os filhos dos teus filhos.
            Paz a Israel.

 

Leitura da Epístola aos Hebreus     (He 2, 9-11)

Irmãos:

Jesus, que, por um pouco, foi inferior aos Anjos, vemo-l’O agora coroado de glória e de honra por causa da morte que sofreu, pois era necessário que, pela graça de Deus, experimentasse a morte em proveito de todos.

Convinha, na verdade, que Deus, origem e fim de todas as coisas, querendo conduzir muitos filhos para a sua glória, levasse à glória perfeita, pelo sofrimento, o Autor da salvação. Pois Aquele que santifica e os que são santificados procedem todos de um só.

Por isso não Se envergonha de lhes chamar irmãos.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo São Marcos     (Mc 10, 2-16)

Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus uns fariseus para O porem à prova e perguntaram-Lhe: « Pode um homem repudiar a sua mulher? »

Jesus disse-lhes: « Que vos ordenou Moisés? »

Eles responderam: « Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio, para se repudiar a mulher ».

Jesus disse-lhes: « Foi por causa da dureza do vosso coração que ele vos deixou essa lei. Mas, no princípio da criação, “Deus fê-los homem e mulher. Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne”. Deste modo, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu ».

Em casa, os discípulos interrogaram-n’O de novo sobre este assunto.

Jesus disse-lhes então: « Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira. E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério ».

Apresentaram a Jesus umas crianças para que Ele lhes tocasse, mas os discípulos afastavam-nas. Jesus, ao ver isto, indignou-Se e disse-lhes:

« Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis: dos que são como elas é o reino de Deus.

Em verdade vos digo: Quem não acolher o reino de Deus como uma criança, não entrará nele ».

E, abraçando-as, começou a abençoá-las, impondo as mãos sobre elas.

 

PONTOS DE REFLEXÃO

I LEITURA Gn 2,18-24

O autor procura mostrar e descrever a experiência humana no seu início, apresentando o homem na sua solidão e na sua diferença de todos os outros “seres vivos”. Só num segundo momento o homem descobre na “mulher” um ser semelhante a ele.

A expressão do início (“Não é bom que o homem esteja só”) estava muito espalhada em toda a tradição antiga, especialmente entre os sábios. O homem não pode encontrar resposta adequada á sua necessidade de relação com as coisas criadas, e nem sequer na relação com os outros seres criados, como os animais, os quais também possuem o sopro vital. O homem precisa de um “alguém” à sua altura: a mulher.

O sono profundo que Deus faz cair sobre o homem lembrar o sono de Abraão e tem por finalidade de impedir a criatura de “ver diretamente” a ação do Criador, por ser inexprimível aos seus olhos. Depois, o pormenor de tirar uma “costela” do homem adormecido tem uma referência estilística na literatura oriental.

O texto situa-nos no “jardim do Éden”, um espaço ideal onde Deus colocou o homem que criou, um ambiente de felicidade material onde todas as exigências da vida humana estavam satisfeitas. É um lugar de água abundante e com muitas árvores (para quem sentia pesar sobre si a ameaça do deserto árido, o ideia de felicidade seria um lugar com muita água, um clima de frescura, um ambiente de árvores e de verdura abundante). O homem tinha, então, tudo para ser feliz? Ainda não. Na perspectiva do catequista jahwista, o homem não estava plenamente realizado, pois faltava-lhe alguém com quem compartilhar a vida e a felicidade. O homem não foi criado para viver sozinho, mas para viver em relação. É esse problema que Deus, com solicitude e amor, vai resolver…

II LEITURA – Heb 2,9-11

O sacerdócio de Cristo tem o seu fundamento no acontecimento da Encarnação, que tornou o Filho de Deus “superior aos anjos” e no tempo da Sua humilhação enquanto criatura “por um pouco inferior” a eles. Todavia, na Páscoa ele encontra confirmação e pleno cumprimento, enquanto a Ressurreição consagrou realmente o valor redentor da morte, tornado assim “graça de Deus” em proveito de todos.

O mistério da salvação de Deus passa através da “Via-Sacra” da humilde condição humana. Ao abaixamento da Encarnação do Filho, segue-se a elevação gloriosa da Páscoa. A prova cruenta do sofrimento e da morte não é vivida por Cristo em vista de poucos felizardos, mas “em proveito de todos”. Interessa e abrange o mundo inteiro, iluminado agora pela glória divina e finalmente tornado capaz de regressar a Deus, através do caminho de redenção, aberto pelo próprio Cristo.

O valor desse ato de salvação conduz os homens a uma relação priviligiada com o Senhor numa dupla dimensão: a “filiação”, de que os crentes agora gozam mediante um seguimento fiel e incondicional do Evangelho; e, depois, a “santificação”, experimentada e vivida como expressão de plena participação na vida divina. Esta mudança total da pessoa, todavia, tem as suas raízes e realiza-se somente a partir da “santidade” de Cristo. Com efeito, tornando perfeita a humanidade do Filho, Deus pode levar a cumprimento a Sua vontade de santificação dos homens. Além disso pode dizer-se que, com o emprego da expressão “irmãos” , a solidariedade de Cristo connosco chega ao seu ponto máximo. Com efeito, Cristo glorioso não só mantém a sua relação privilegiada com o “mundo”, mas ao mesmo tempo transforma-a em experiência viva de “fraternidade” para uma Assembleia orante de fiéis, em virtude da Sua oferta sacrificial.

EVANGELHO – Mc 10,2-16.

Embora seja apresentado como mestre das multidões e num cerrado confronto com os fariseus, na realidade o Seu ensino-como apenas Marcos nos relata-é dirigido aos discípulos, os únicos capazes, na época, de entender a Sua Palavra e de cumprir plenamente a vontade do Criador. O episódio das “crianças” serve como exemplo e paradigma da disponibilidade do discípulo perante o “reino”.

No tempo de Jesus o divórcio era permitido na base de um texto preciso do Livro do Deuteronómio, onde se dizia que o marido tinha a possibilidade de repudiar a esposa, desde que ela tivesse cometido algo de imoral aos seus olhos. Mas com isto nem tudo era pacifico! Sabe-se, com efeito, que as duas grandes escolas rabínicas do tempo tinham um parecer diferente sobre o assunto: uma era rigorosa e outra mais permissiva. Jesus é chamado a tomar posição sobre o tema. De que lado Ele se coloca?

O Mestre não alinha nem com uma escola nem com outra. Relembra, isso sim, sabiamente, o desígnio originário de Seu Pai, expresso no projeto da “Criação”. Deste modo ultrapassa habilmente as dificuldades paralisantes do legalismo e dá a entender que uma pergunta tão importante não deve ser enfrentada com o metro típico da casuística, ou seja, limitando-se a precisar o que é permitido e o que não é, mas abrindo o horizonte e regressando ao projeto originário de Deus.

É digno de nota o facto de, entre os evangelistas, somente Marcos afirmar que o divórcio é proibido não só ao homem como também á mulher. Ele tem presente provavelmente a situação das mulheres provenientes do paganism, por exemplo as de Roma, ás quais a legislação romana, ao contrario da hebraica, concedia, tal como ao homem, a possibilidade do divórcio.

Merecem uma consideração à parte no texto do Evangelho as “crianças”. O seu aparecimento improviso neste momento parece não só incompreensível, mas também for a de contexto. E no entanto, uma relação existe, e deve procurar-se no fato de a criança, na sua simplicidade e acessibilidade, poder tornar-se modelo para o discípulo que quer “entrar” no “Reino de Deus”. O cristão é chamado a imitar as crianças na modalidade de acolhimento de todas as coisas e de todas as pessoas, não como conquista pessoal, mas como dom gratuito que vem do alto.

Padre José Granja,
beneditino

Pour toute demande de renseignements, pour tout témoignage ou toute suggestion,
veuillez adresser vos courriers à
 :

alexandrina.balasar@free.fr