SOYEZ LES BIENVENUS SUR LE SITE DES AMIS D'ALEXANDRINA - SEDE BEM-VINDOS AO SITE DOS AMIGOS DA BEATA ALEXANDRINA

     

XIX DOMINGO TEMPO COMUM
— C —

Leitura do Livro da Sabedoria      Sab 18, 6-9

A noite em que foram mortos os primogénitos do Egipto foi dada previamente a conhecer aos nossos antepassados, para que, sabendo com certeza a que juramentos tinham dado crédito, ficassem cheios de coragem.

Ela foi esperada pelo vosso povo, como salvação dos justos e perdição dos ímpios, pois da mesma forma que castigastes os adversários, nos cobristes de glória, chamando-nos para Vós. Por isso os piedosos filhos dos justos ofereciam sacrifícios em segredo e de comum acordo estabeleceram esta lei divina: que os justos seriam solidários nos bens e nos perigos; e começaram a cantar os hinos de seus antepassados.

 

Salmo 32 (33), 1.12.18-19.20.22 (R. 12b)

Justos, aclamai o Senhor,
os corações rectos devem louvá-l’O.
Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus,
o povo que Ele escolheu para sua herança.

Os olhos do Senhor estão voltados para os que O temem,
para os que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas
e os alimentar no tempo da fome.

A nossa alma espera o Senhor,
Ele é o nosso amparo e protector.
Venha sobre nós a vossa bondade,
porque em Vós esperamos, Senhor.

 

Leitura da Epístola aos Hebreus    Hebr 11, 1-2.8-19

Irmãos:
A fé é a garantia dos bens que se esperam e a certeza das realidades que não se vêem. Ela valeu aos antigos um bom testemunho. Pela fé, Abraão obedeceu ao chamamento e partiu para uma terra que viria a receber como herança; e partiu sem saber para onde ia. Pela fé, morou como estrangeiro na terra prometida, habitando em tendas, com Isaac e Jacob, herdeiros, como ele, da mesma promessa, porque esperava a cidade de sólidos fundamentos, cujo arquitecto e construtor é Deus. Pela fé, também Sara recebeu o poder de ser mãe já depois de passada a idade, porque acreditou na fidelidade d’Aquele que lho prometeu.

É por isso também que de um só homem — um homem que a morte já espreitava — nasceram descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e como a areia que há na praia do mar. Todos eles morreram na fé, sem terem obtido a realização das promessas. Mas vendo-as e saudando-as de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Aqueles que assim falam mostram claramente que procuram uma pátria. Se pensassem na pátria de onde tinham saído, teriam tempo de voltar para lá. Mas eles aspiravam a uma pátria melhor, que era a pátria celeste. E como Deus lhes tinha preparado uma cidade, não Se envergonha de Se chamar seu Deus.

Pela fé, Abraão, submetido à prova, ofereceu o seu filho único Isaac, que era o depositário das promessas, como lhe tinha sido dito: «Por Isaac será assegurada a tua descendência». Ele considerava que Deus pode ressuscitar os mortos; por isso, numa espécie de prefiguração, ele recuperou o seu filho.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo São Lucas    Lc 12, 32-48  

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:

«Não temas, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o reino. Vendei o que possuís e dai-o em esmola. Fazei bolsas que não envelheçam, um tesouro inesgotável nos Céus, onde o ladrão não chega nem a traça rói. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. Tende os rins cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que esperam o seu senhor voltar do casamento, para lhe abrirem logo a porta, quando chegar e bater.

Felizes esses servos, que o senhor, ao chegar, encontrar vigilantes. Em verdade vos digo: cingir-se-á e mandará que se sentem à mesa e, passando diante deles, os servirá. Se vier à meia-noite ou de madrugada, felizes serão se assim os encontrar. Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não o deixaria arrombar a sua casa. Estai vós também preparados, porque na hora em que não pensais virá o Filho do homem».

Disse Pedro a Jesus: «Senhor, é para nós que dizes esta parábola, ou também para todos os outros?»

O Senhor respondeu: «Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor estabelecerá à frente da sua casa, para dar devidamente a cada um a sua ração de trigo? Feliz o servo a quem o senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado.

Em verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens. Mas se aquele servo disser consigo mesmo: ‘O meu senhor tarda em vir’; e começar a bater em servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo chegará no dia em que menos espera e a horas que ele não sabe; ele o expulsará e fará que tenha a sorte dos infiéis. O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou ou não cumpriu a sua vontade, levará muitas vergastadas. Aquele, porém, que, sem a conhecer, tenha feito acções que mereçam vergastadas, levará apenas algumas. A quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá».

 

PONTOS DE REFLEXÃO

PRIMEIRA LEITURA. SAB 18, 6-9

O Livro da Sabedoria percorre, a partir do capítulo 10, toda a história bíblica, evidencia a fé (ou a desconfiança) dos antepassados de Israel no Deus que actua na História, em contraste com a idolatria dos povos pagãos. Neste texto é descrito o caminho pascal de Israel para a libertação da escravidão do Egipto: uma caminhada nocturna para a salvação (guiado pela «coluna de fogo», v. 3).

Os opostos dia/noite, luz/trevas, com a sua carga simbólica, e o contraste fé/increduli-dade, lidos no contexto da libertação pascal, fazem-nos meditar uma temática muito profunda: a vida do homem está permeada destes contrastes. O próprio nascimento de um novo ser humano está permeado de uma nota obscura: nasce-se para depois morrer! Cada novidade, cada «libertação» arrisca-se a ser posta em crise, cada esperança pode ser enfraquecida por um relativismo que tudo minimiza à dimensão da morte.

A pergunta que surge é se é possível uma libertação verdadeira, uma esperança que não atraiçoe. Sobressai aqui a atitude de fé que coloca no centro a relação com Deus: «Sabiam com certeza a que juramentos tinham dado crédito.» (v. 6) O prodígio da «co­luna de fogo» (cf. v. 3) não concede a fé, mas fortalece uma fé já existente, uma confiança no Deus que liberta.

SEGUNDA LEITURA Hb 11,1-2,8-19

O capítulo 11 da Carta aos Hebreus é inteiramente dedicado ao tema da «fé». O autor vê a fé como uma atitude profunda de espera e de esperança nas promessas de Deus, que se realizam na História (v. 1), e que por isso brilha na vida dos patriarcas de Israel, como está descrito no Antigo Testamento. Em particular, Abraão é apresentado como campeão da fé: ele «partiu para uma terra sem saber para onde ia» (v. 8), mas conhecia «Quem» o enviava.

A segunda leitura enfrenta directamente o tema da fé e tenta dar também uma definição dela.

A fé é «garantia» dos bens que «se esperam» (v. la), ou seja, é uma atitude prévia daquilo que esperamos de Deus e da vida. É a atitude de extrema confiança da criança ou do enamorado, o qual sabe que tudo o que vem de quem o ama é certamente para seu bem.

Depois diz-se que a fé é «certeza» das realidades que «não se vêem» (v. lb), isto é, não precisa de nenhuma confirmação externa, basta-se a si mesma para manter a espera dos bens prometidos. Por isso a fé não é um «raciocínio», mas «confiar plenamente em Deus» (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, n. 25), isto é, viver a própria vida sob esta protecção.

A vida de Abraão (e Sara) é vista em dois momentos funda­mentais: a promessa da terra (w. 8-10) e a promessa da descen­dência (w. 11-12); o ser e a duração, isto é, vencer plenamente a morte.

EVANGELH O Lc 12,32-48

Também no Evangelho deste domingo o tema da fé é dominante. Deus prometeu à Humanidade o «Seu reino», (v. 32) Este não se adquire com as riquezas (w. 33-34), pelo contrário, estas podem sobrecarregar a esperança confiante. O crente deve treinar-se numa espera vigilante (w. 35-40). O cristão, discípulo de Jesus (cf. a pergunta de Pedro no v. 41, «Senhor, é para nós que dizes esta parábola, ou também para todos os outros?»), é colocado ao serviço da esperança dos seus irmãos (w. 40-48).

A página do Evangelho enriquece de elementos interessantes e muito concretos o tema da fé e da esperança. Sobretudo, mostra que a fé não é uma riqueza que devemos «armazenar»: ela aumenta quando é operativa. Os crentes devem estar prontos a «vender», a «caminhar», a «vigiar», a «servir», (w. 33-40,43)

No texto há duas posições fundamentais: a do «pequeno rebanho» (as multidões que rodeiam Jesus, de que se fala em Lc 12,1), isto é, de todos aqueles que acorrem a Jesus, podemos dizer a totalidade dos homens; e a dos discípulos, propriamente ditos (exemplificados por Pedro e explicitados na sua pergunta). Causa admiração que enquanto as três primeiras atitudes (vender, viajar, vigiar) cabem a todos, o que caracteriza o grupo dos discípulos (e portanto de todos nós) é o serviço aos irmãos. A fé do cristão, portanto, não está preocupada apenas em aguentar-se a si mesma, mas também a dos irmãos, e dos homens mais em geral. Existe uma «condição serviçal» da fé.

Padre José Granja,
beneditino

Pour toute demande de renseignements, pour tout témoignage ou toute suggestion,
veuillez adresser vos courriers à
 :

alexandrina.balasar@free.fr