Ana Maria Redi nasceu na Itália,
na cidade de Arezzo, de nobre família, na vigília da
Festa de
Nossa Senhora do Carmo, dia
15 de Julho de 1747. Seus pais, Inácio Fernando Maria Redi e
Maria Camila Ballati, tiveram
13
filhos, Ana Maria foi a
segunda.
Teve
três irmãs religiosas e dois irmãos sacerdotes.
Foi alma contemplativa desde menina.
Frequentemente enchia-se de entusiasmo e questionava:
“Diga-me,
quem é esse Deus?”
Desde
muito pequenina, gostava de colher flores para oferecê-las a
Jesus. Na adolescência,
procurava exercitar cada dia uma virtude.
Na juventude, gostava de rezar diante do sacrário, onde dizia
palpitar não só o Amor, mas o Coração do Amor.
Aos
nove anos, junto com a irmã, Eleonora Catarina, foi mandada para
Florença para receber formação com as Beneditinas de Santa
Apolónia. Recebeu a Primeira Comunhão no dia da Assunção de
1757.
Após ter lido a vida de Santa Margarida Maria Alacoque nasceu
nela uma grande devoção ao Sagrado Coração.
Tinha 17 anos quando ouviu uma voz
que lhe dizia:
«Sou
Teresa de Jesus e quero-te entre as minhas filhas». Foi
o seu chamamento ao Carmelo, à «casa dos Anjos», como gostava de
chamar os conventos de carmelitas, assim como Santa Teresa de
Jesus lhes chamava «pombais de Nossa Senhora». A exemplo da
amiga Cecília Albergotti resolveu entrar no Carmelo. A separação
da família foi dolorosíssima. No dia 1° de Setembro de 1764 foi
recebida no Mosteiro de Santa Maria dos Anjos de Florença,
recebendo o nome de
Teresa Margarida do Sagrado Coração de Jesus.
Quando era postulante uma doença provocada por um tumor maligno
a fez sofrer muito. Uma vez restabelecida, iniciou o Noviciado
tomando o véu em 11 de Março de 1765. Fez a profissão religiosa
em 12 de Março de 1766.
Por ocasião da sua profissão religiosa, por amor a Jesus,
renunciou a manter a troca de correspondência com seu pai.
Custou-lhe
muitíssimo, mas eles combinaram que a partir daquela data todas
as noites, antes do repouso, se encontrariam no Coração
de Jesus.
Quando ainda jovem professa desejou profundamente conhecer a
vida escondida de Jesus. Apagar
a sede de Deus através da imitação de Cristo se tornou o
objectivo de sua existência. Nasceu assim a singular expressão:
“Que
bela escada, que escada preciosa, indispensável é o nosso Bom
Jesus!”, Mestre,
modelo e instrumento para compreender e entrar no Mistério
Divino.
O mistério da Cruz e os espinhos que rodeavam o Coração de
Cristo atraíam-na fazendo-a humilde, alegre e caridosa.
No dizer
das Irmãs, era um anjo do Céu no convento de Florença.
Durante toda a sua vida viveu o
lema:
“Escondida com Cristo em
Deus”.
Mais que mestra foi um
contínuo e magnífico testemunho de vida espiritual. Outro lema
que lhe era muito caro, como fiel herdeira do espírito do
Carmelo, era
“padecer e calar”.
No domingo 28 de Junho de 1767,
encontrando-se no coro para o Ofício de Terça, ouviu a leitura
breve:
Deus é amor, e quem permanece
no amor, permanece em Deus (Ep.
Jo. 1, 4-16). Um sentimento sobrenatural a invadiu e por vários
dias ficou abalada.
Doou
então o seu coração a Cristo, oferecendo-se para ser consumida
por Seu amor. Havia chegado
ao último degrau da escada… Pediu ao confessor a permissão para
fazer a oferta de Santa Margarida Maria Alacoque:
colocar a sua vontade própria na Chaga do Lado de Cristo e
entrar em Seu Coração.
O amor de Deus se concretizou no
ofício
de auxiliar de enfermeira,
cargo que exerceu com extraordinária abnegação, em particular
com uma irmã que devido a problemas psíquicos havia se tornado
violenta.
A sua caridade foi silenciosa e heróica.
Ardente foi também seu amor pela
Eucaristia:
“No
Ofertório renovo a profissão (religiosa):
antes que elevem o Santíssimo, rogo a Nosso Senhor que assim
como Ele opera o milagre de tornar aquele pão e aquele vinho no
Seu preciosíssimo Corpo e Sangue, assim também se digne
transmudar-me n’Ele mesmo. Quando O elevam, O adoro e renovo
ainda a minha profissão, depois peço o que desejo d’Ele”.
A festa do Sagrado Coração foi celebrada pela primeira vez na
comunidade por sua influência, pondo ela todo empenho em que a
festa fosse solene.
Nisto foi apoiada pelo pai e pelo tio, o jesuíta Diego Redi.
Eram os anos em que essa devoção começava a se propagar, nem
sempre bem acolhida devido à influência dos jansenistas.
No dia 4 de Março de 1770 pediu ao confessor que a ouvisse em
confissão geral, pois queria comungar no dia seguinte tão
preparada como se fosse a última vez.
No dia 5 de
Março, depois de comungar fervorosamente,
caiu
doente. A doença degenerou
em gangrena que lhe provocava dores horríveis e insuportáveis.
O
Crucifixo, que sempre teve nas mãos, foi a sua força.
Morreu dois dias depois da doença se ter declarado, aos 23 anos,
no dia 7 de Março de 1770.
Expirou
abraçada a seu crucifixo. O
seu corpo emanava um perfume suave e ainda hoje
permanece incorrupto
no Mosteiro das Carmelitas Descalças de Florença, no passado
antiga herdade da família Redi.
Um século antes, outra carmelita,
Santa Maria Madalena de Pazzi, tinha glorificado Florença com a
sua santidade.
Teresa Margarida hauriu nas chagas de Cristo e no seu Coração o
segredo da sua pureza, simplicidade, amor e caridade.
O papa Pio XI a beatificou no dia
9 de Junho de 1929 e a canonizou no dia 19 de Março de 1934,
definindo-a como
neve ardente.
A ata de beatificação chama-a
“jovem flor do Carmelo, a
imitar a brancura das açucenas”.
A seu respeito, disse o papa Pio
XII: “Santa
Teresa Margarida, ardente do amor divino, mais se assemelhou a
um anjo que a uma criatura humana, podendo assim ajudar muitas
almas a alcançar a virtude”.
Fonte: http://heroinasdacristandade.blogspot.com |